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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O que não enfeia, enfeita

"Valeu pelo celular, pai! Tem até câmera!"

Uma vez no supermercado ouvi uma criancinha se orgulhando pra mãe: “eu escovei os dentes ontem, sabia? Olha como eu sou limpinho!” Imediatamente me vieram vários insights sobre como muita gente se orgulha de miséria. “Ei, temos uma ponte para cidades do interior, sabia? Olha como somos felizardos de morar aqui!” Não tenho dúvidas de que administrar uma cidade ou um estado não são tarefas fáceis. E também não tenho dúvidas de que a ponte é ótima e utilíssima (quem pegava balsa dá joinha!). Mas tenho mais certeza ainda de que nossa cidade poderia ser muito mais presenteada por seus governantes (incluo o governador, claro), pelo simples motivo de que esses presentes não devem ter caráter de cortesia, brindes etc. Ao contrário, são direito da população e obrigação do Estado.

Meus mestres de Lei da Atração me ensinaram a apreender apenas as coisas positivas das circunstâncias, mas nesse caso observar quantas coisas não estão bem em nosso Município pode ser o caminho pra um futuro melhor. Pense comigo: o governo diz “por que você tem que olhar para as coisas ruins de Manaus, quando há tantos avanços?”, mas sabemos muito bem que se a administração foi boa não terá tanta coisa ruim para se observar.

Com certeza, eu sozinho com a perspectiva mais zen e maravilhosa do planeta Terra não conseguirei absolutamente nada. É fundamental que manauaras votem melhor se acreditam que as coisas não estão bem, ou que a cidade poderia estar melhor (desde que me entendo por gente, Manaus poderia estar muito melhor). Algumas coisas de fato avançaram, obviamente. Mas entenda: alguma coisa tinha que ter melhorado em Manaus! Não vamos agradecer miséria, pelo amor de Deus. Nos próximos posts, a especificidade virá à tona.

Que fique bem claro: não há aqui alusão à Ponte Rio Negro, apenas ao desvio de recursos públicos, inclusive por não citar governo e, sim, deputado. Por coincidência, a charge fala de uma ponte. Contudo, lembremos do (desnecessariamente) quilométrico orçamento da obra. Superfaturamento claríssimo...

Marvin Bessa

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Os conservadores estão morrendo (Parte 6)

Discriminação no mercado de trabalho



Depois de tudo o que já foi comentado neste blog e é falado constantemente em qualquer canto da mídia (porque dá ibope), chegamos à conclusão simples de que gays não devem ser discriminados pela sua orientação sexual. Certo, falar isso já é até repetitivo, né? Mas será que vemos isso na prática?

Pergunte-se você (hetero) se deixaria uma babá gay cuidar de seu filho ou irmãozinho mais novo. Não estou insinuando nada, antes que pense isso. Realmente acredito na possibilidade de você pensar “sem problemas, desde que a pessoa seja profissional”. Agora, imagine uma segunda situação: será que você (hetero) tenderia a escolher para babá do nenê da sua casa um aparentemente hetero a um declarado homossexual? Se sua resposta for “sim, eu tenho a tendência a preferir um heterossexual pra cuidar ou educar meu filho” eu confesso que entenderei perfeitamente. Mas aí que tá: isso não é discriminação? Pois é...

Tocamos num ponto interessantíssimo agora há pouco: e a educação da sua criança? E se você descobre que o professor do seu filho de boiologi... digo, biologia é gay, por exemplo? Há algum problema nisso? Não, né? Problema nenhum. Mas e se o professor começa a transparecer sua sexualidade ou até mesmo faz apologia à tal. Aí, a coisa ganha outra dimensão. Ou como diz um amigo meu: aí a *orra ficou séria! 

Projetamos, sob essas circunstâncias, a razoabilidade dos direitos: seja qual for a sexualidade do indivíduo, ele é igual a qualquer um e não deve ser discriminado por isso. Mas usar isso como argumento para soltar a franga sem respeito ao protocolo do ambiente, isso não pode. 

O que quero dizer é que o fator sexualidade não pode ser determinante profissionalmente SE o trabalhador em questão não "exalar" sua opção nesse sentido no trabalho. Isso pelo simples motivo de trejeitos serem imediatamente associáveis "ao lado para o qual a faca parte".

Pânico: Homem-Aranha gay
Marvin Bessa

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Dois coelhos com uma cajadada só

As autoridades mundiais estão sob protestos de todos os lados


Claro que você constantemente passa por dilemas na sua vida, não tenho dúvida. Muitas vezes, temos que fazer uma escolha em detrimento de algo importante pra nós. Isso é normal. Agora, imagine quando um presidente, primeiro-ministro ou qualquer que seja seu tipo de cargo de chefe do governo precisa tomar decisões fundamentais em direções aparentemente opostas. Insisto: “aparentemente opostas”.

Me mostro um campeão em dizer o óbvio, ao lembrar a você de que o mundo está em crise econômica. “Ah, então vamos juntar todas as nossas forças para resolver os problemas dos empregos e dos salários, dos ajustes monetários e investimentos sem dar margens a inflações, e dos ajustes fiscais (difíceis, pelas constantes ‘necessidades’ de utilização da máquina do Estado em função de eleições, como nos EUA  e na França)!”

OK, essa “união” mundial é muito bonitinha e tal, mas... e o aquecimento global, hein? Entenda a questão, se você não enxerga ligação entre as duas preocupações, com as seguintes informações: o Conselho da União Européia decidiu na sua última reunião, há um mês, participar do Protocolo de Kyoto apenas até 2020, já que os Estados Unidos não são signatários do acordo; além disso, chineses só fecham acordos ambientais caso os americanos assim o fizerem. Tudo isso por razões evidentes.

Ou seja, estamos à mercê “deles”. E como bem sabemos, meus amigos, Obama e seu país estão numa situação dificílima de recuperação e máxima atenção... na economia. Não é interessante para o seu projeto de reeleição dar as costas sequer um momento para os bolsos dos americanos. Quer dizer, se tem um país de quem a saúde ambiental do planeta não poderia depender, certamente são os Uniteds.

Nós também sabemos que o melhor caminho é a sustentabilidade, mas qualquer que seja o investimento nesse sentido, em nível nacional, deve sair muito caro e as autoridades mundiais de que tanto falamos não se mostram capazes de conciliar soluções para os dois problemas (viva o populismo!). Na minha humilde função socrática, pergunto: como matar dois coelhos com uma cajadada só?

Comédia MTV: Carnaneve


Sugestão sustentável do dia: é impressionante como uma ideia que escutamos desde o maternal as vezes não entra na cabeça. VAMO ECONOMIZAR ÁGUA E ENERGIA, MEU POVO! Deixa de ser trouxa, que você só perde com isso: paga mais agora e alguém paga o pato no futuro!

Marvin Bessa

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Nacionalistas x Cosmopolitas


Instigado por uma conversa informal com meu amigo Haitiano, percebi algumas coisas com uma sensibilidade não usual. Passei a pensar mais sobre o ser humano e menos as coisas abstratas que valorizamos ou que na verdade, fomos programados a valorizar.

Tenho que confessar que depois que estudei um pouco sobre o cosmopolitismo e outros temas que abordam sobre relações de poder, transformei meu modelo mental em uma guerra ideológica. Não sou retardado, doido e tento ser o mínimo nerd possível, mas estudar o que a gente não aprendeu em uma cacetada de anos na escola pode ser óbvio para alguns metidos a entendidos e chocantes para os desprovidos de informações, lunáticos ou alienados.

Um dia desses estava eu cantando o hino nacional brasileiro no meio de uma multidão de alunos. Resolvi olhar para as pessoas que se prostravam diante de um pau de madeira com um pano colorido engatado, com todo o respeito: nossa bandeira brasileira.

Nossa!! - pensou você
Que idiota! - falou você
… ou deu uma risadinha de desentendido.

Não quero gerar polêmica, é apenas uma reflexão de valores. Por que e por quem você canta o hino? Você sabe o que significa aquela música? Sabe o que significa as margens plácidas?

Eu acho até um pouco perigoso questionar uma coisa como essa pois é um tiro certeiro no nacionalismo, contudo, é algo a se refletir. Por isso, saliento que não interpretem isso como uma agressão à nossa pátria, que mesmo hipnotizado por novas ideias, continuo firme no pacto do amor a pátria que nos pariu. Inclusive se acontecer uma guerra por aqui, eu... nada, esquece!



A maior razão por estar apresentando tais argumentos é o fato de o nacionalismo ir contra as idéias de um novo entender social: o cosmopolitismo. Por que nós que nascemos no mesmo mundo, não podemos desfrutar da liberdade territorial sem precisar de permissões e carimbos? Por que somos sempre vigiados, catalogados, separados?

“ Um cosmopolita ou cidadão do mundo (do grego κοσμοπολίτης, e este de κόσμος, "mundo", "criação", e πόλις, "cidade") é uma pessoa que deseja transcender a divisão geopolítica que é inerente as cidadanias nacionais dos diferentes Estados e países soberanos. Ao negar-se a aceitar a identidade patriótica ditada pelos governos nacionais e afirmar-se cada cidadão como representante de si mesmo, os cidadãos do mundo afirmam sua independência como cidadãos da Terra, do mundo, ou do cosmo." (Wikipedia)

A idéia é algo sensacional de se pensar diante dos problemas enfrentados no mundo atualmente, principalmente a pobreza e outros tipos de desigualdade social.

Bruno Traven comenta em O Barco da Morte:

Por que usar passaportes? Para que são as restrições migratorias? Por que não deixar que os humanos vão aonde queiram, ao Polo Norte ou ao Polo Sul; a Rússia, a Turquía, aos Estados Unidos ou a Bolivia? Os humanos devem estar controlados. Não podem voar como insetos pelo mundo a que foram lançados sem seu consentimento. Deve controla-los por meio de passaportes, impressões digitais e restrições. Por que razão ? Só para mostrar a onipotência do Estado e dos grandes sagrados servos do Estado, os burocratas.

Agora, para des-impactar o meu suposto antinacionalismo impregnado neste texto, faço questão de mostrar também os contras dessa alternativa. Hoje em dia, é impensável ainda que a globalização junto com a Tim estejam destrinchando as fronteiras e a tecnologia esteja nos aproximando, o fator cultura quebra a balança. Em um mundo tão diversificado em termos de cultura, política e costumes, hoje em dia o cosmopolitismo é algo a ser implantado apenas politicamente, via ONU, com ação coletiva pensada para romper não barreiras, mas sim, miséria, fome e violência.


É um paradoxo interessante. Seria a diversidade de todos os fatores que nos separa mas ao mesmo tempo, dá o brilho misterioso ao ser humano explorador de terras? Ou as questões geográficas e culturais realmente nos afasta e consequentemente também da questão humanitária? Devemos pensar mais nos humanos e menos nos rituais? Mais no concreto e menos no abstrato?


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Seja você um nacionalista ou um cidadão do mundo (cosmopolita), trago essa leitura para observação e reflexão, visto que certas informações não são apresentadas a nós no período da educação fundamental, média e às vezes superior. Dessa maneira, minhas conclusões estão mais próximas de um leigo detector de fragmentações do que uma análise de especialista, portanto, para os curiosos de plantão, seguem links para saber mais sobre Cosmopolitismo que vai muito além do que foi citado aqui.

Kako Menezes

Burrice a la Er de Panfília

 Ignorância ou autenticidade?

As coisas não são necessariamente como as pessoas dizem que são. Primeiro por que nem sempre as pessoas dizem que as coisas são como elas acham que as coisas são e, segundo, porque na maioria das vezes as coisas não são como elas acham que são. Bom, isso é provável. Meu achismo pode estar errado, já que sou uma pessoa qualquer que acha que as coisas são como acho que são, o que não significa que elas sejam como acho que são.

Claro que só acreditamos no que acreditamos porque temos motivos racionais pra isso, certo? Errado!  Nem sempre acreditamos no que de fato acreditamos, mas dizemos que acreditamos ou porque queremos acreditar ou porque não temos a capacidade de saber em que exatamente acreditamos. Quem disse que sabemos no que acreditamos?

Devemos estar sempre ligados pra não cair na ignorância, porque ela pode nos atacar em qualquer momento da vida. Às vezes podemos estar sendo feitos de bobos sem saber. Burrice está mais relacionada com aceitação de tudo o que todos preferem do que com autenticidade que, muitas vezes, é entendida como sinônimo de “leseira”, embora existam autênticos tolos, claro. Mas quem disse que as coisas são como as pessoas acham que as coisas são?

 Pânico: Inri Cristo no parque aquático

Marvin Bessa

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Os conservadores estão morrendo (Parte 5)

Educação gay

Sabemos que as primeiras coisas que aprendemos foram nossos pais ou quem quer que tenha nos criado que nos ensinaram. Essa base da formação de qualquer ser humano determina sua personalidade e seus hábitos, embora tudo isso possa ser alterado, dependendo do grau de influência que os pais mantenham ao longo da vida.

A normalidade, de que já tratamos bastante, é definida a partir da criação dos pequeninos. Eles crescem com um conjunto de costumes e pressupostos e só passam a ficar mais flexíveis quando descobrem que têm a mesma capacidade de adquirir conhecimento que seus genitores, antes numa posição superior em função do maior poder de assimilação, que simbolizava a vulga sabedoria.

Agora, imagine a situação de uma criança criada por pais gays. Ela está acostumada com a ideia de que pessoas do mesmo sexo existem para ser parceiras quando adultas. Depois, ao se confrontar com crianças na escola e na rua que têm em casa pais de sexos diferentes, a tese evolui para a da possibilidade: as pessoas podem formar suas famílias sendo hetero ou homoafetivas. Com um pouco mais de tempo, a criança percebe que sua família é, na verdade, peculiar e não o “normal”. E, finalmente, mais tarde, ao descobrir a sexualidade, o filho entende o porquê de não estar num lar convencional: fisiologicamente o homem existe para fazer sexo com a mulher. Lembro que não levo em consideração um possível acesso da criança à moral religiosa, porque, sendo assim, ele recebe as informações heterossexuais muito mais cedo.

O que seria, então, melhor para o filho, socialmente falando? Será que a adoção gay ajuda o mundo a perpetuar a negação ao preconceito? Ou será que faz mal à criança pelo ainda predominante estranhamento à tal orientação sexual ou à simples afeminação ou masculinização (afinal, não podemos dizer que uma criança é gay)?

Exatamente por terem como regra o heterossexualismo, intelectuais e moralistas (que, muitas vezes, não são necessariamente os mesmos) apontam a constituição da família gay como um desvio da socialização primária do adotado. E agora, José? O que é normal?

Fantástico: "Eles não são uma família" diz juíz de Goiás

Marvin Bessa

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Pimpolho Piquituxo sobre a crise do emprego



Tarra assistino TV até que Zé Pió apariceu na janela, perguntano ‘ô, sôr, por aí tudo firme?’ Inté agora num intindi pur quê ele riu quando respondi ‘nada, Zé, só jornar e futebor’. ‘Falano sério, agora, cumpadi, pur quê que tu tá aí nessa cadêra de imbalo, rapais? Vamo trabaiá!’ ele falô. Mas aí fiquei brabo e disse ‘vixe! Dexa de ser avexado, menino! Entra logo aí e te senta que vai cumeçá o discusso do ministo do trabáio!’

Bom, deu certo, né? O Zé calô a boca e escutamo o sinhô Carlos Lupi falano que mais de dois milhão de emprego vai tê sido criado inté o finzim do ano no Brasir. Mas dexa eu vê si intindi direitim, purquê inté onde eu sei, o disimprego é um pobrema no mundo intêro. Tem um monte de gente disimpregada nos Estados Unido e na Uropa. Os pessoar de classi média americano tão reclamano que o guverno deu pioridade pus banco, mesm que os Republicano no Congress é que acabaro cum o projeto de valorização dos funcionário público, e a Organização Mundiar do Trabáio já falô que os jovem vai ter salários reduzido num futuro não muinto distanti, pur causa da crise. Tudu pur causa da bindita crise.

Qué sabê? Aqui na Casa do Cacete num tem crise niuma. Eu mesmo só vô trabaiá quando quero e num acuntece nada cum eu. E tudo farta, purquê num farta nada, intendeu?

Oiaí, da próxima veis que ti mandarem pra Casa do Cacete, intenda como uma baita duma sugestão, sôr!

Assinado: Pimpolho Piquituxo"


Marvin Bessa

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Os conservadores estão morrendo (Parte 4)

Casamento e família gay


Ainda sobre o aspecto moral dos gays, vem à tona um debate indispensável na abordagem desse assunto tão complexo: o casamento.

É evidente que partiremos das premissas já citadas em Os Conservadores Estão Morrendo (Parte 3). São elas: (1) um cristão pode até não ver imoralidade no homossexualismo, mas o cristianismo vê; (2) um gay pode até se dizer religioso, mas se quiser seguir a doutrina à risca, terá que tomar o rumo da santidade; (3) o combate cristão não é contra os gays, mas contra sua prática (pelo menos na teoria).

Dá ou não dá pra compreender as duas posições? Claro que dá! Basta levar em consideração o que cada um dos lados acredita como verdade. Aí é com você. Mas de que lado você está? Você acha que o casamento gay é uma afronta ao instituto da família, por violar a “sexualidade natural” e perpetuar a quebra de valores básicos da moral religiosa? Ou acha que não há nada mais justo com pessoas que têm os direitos fundamentais da igualdade e da liberdade? Dê sua opinião na enquete ao lado.

Bom, de qualquer forma, aqui chegamos ao clímax da discussão, porque já falamos sobre a legitimação social do que é normal. E o que é, ao mesmo tempo, fonte e produto de legitimação social? Exatamente! A lei! Pela Constituição Federal, no seu artigo 226, parágrafo 3º, é reconhecida como família a união estável entre homem e mulher. Porém, o que está em vigência, não esqueça, é a decisão do STF de maio desse ano, pela qual casais do mesmo sexo são reconhecidos como instituição familiar, independentemente do casamento, forma pela qual os homossexuais conseguiram mais de cem novos direitos. E agora, José? O que é normal?

Juridicamente, a questão da família foi quase resolvida. Mas e a educação de filhos adotados por gays? Esse será o assunto da quinta-feira. Até lá!

CQC: Os dois lados da moeda

Marvin Bessa

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Spacepeacemakers


Há quem acredite que sempre alguém tem que ser prejudicado para que outro se beneficie. Não sei se podemos generalizar (aliás, sei sim, não podemos), mas a tese certamente se aplica ao que alguns chamam de “qualidade de vida”. Quero dizer que a “qualidade de vida” de alguns melhora em detrimento da de outros. E nesse sentido, ela é até desproporcional. A “felicidade” de apenas uma madame pode custar o estresse de muitos, por exemplo. Mas o ponto onde quero chegar é muito mais abrangente, fala de países e populações inteiras.

Nesse fim de semana, aconteceu a reunião da Commonwealth, a Comunidade Britânica, que teve na sua pauta a discussão sobre os problemas que pequenos países têm por causa da instabilidade climática, que provoca secas longas, por um lado, e enchentes, por outro. Essa instabilidade é fato decorrente, claro, do aquecimento global. A indignada observação de Tuilaepa Malielegaloi, primeiro-ministro de Samoa, é que países menores são os que menos poluem a atmosfera, mas são os mais prejudicados, devido à falta de estrutura de todos e à localização da maioria. É evidente que isso não se restringe aos países pequenos sob a Coroa Inglesa, mas trata de todas as outras nações nanicas. Segundo o líder samoano, essa é uma questão de direitos humanos. Ele tem toda razão!

A representação britânica que aproxima as causas dessas nações menores aos governos mundiais deve vestir a camisa (de juta e malva) sem migué. O intermédio com os Estados Unidos e com a China é crucial, afinal são eles os maiores poluidores, sendo que os xing-ling já afirmaram que só cumprem acordo ambiental se os americanos fizerem o mesmo. A questão econômica mais uma vez vem à frente da preservação do meio ambiente! Enquanto Obama fará qualquer coisa que o mantenha na Casa Branca até 2016, o governo chinês fará o que for necessário para manter o maior crescimento. Por aqui, fazemos nossa parte e aguardamos a conferência de mudança climática da ONU em 28 de novembro.



Sugestão sustentável do dia: troque os saquinhos plásticos do banheiro e da cozinha por sacolas de folha de bananeira ou folhas grandes de jornal. Não custa nada. E não vem dizer que é mais feio ou sei lá o quê. Deixa de frescura e ajuda o teu planeta.

Marvin Bessa 

sábado, 29 de outubro de 2011

Eu, meu amigo haitiano e o cosmopolitismo (Parte 2)

O que ele tem de tão diferente em sua essência que nos distancia?

Sim! - respondeu o estrangeiro, sorrindo como alguém que não absorve o calor e o humor de Manaus. Ao detectar o português imaturo de meu companheiro, perguntei quantos idiomas falava. Conversamos então mais de uma hora em espanhol, o que lhe provocou uma alegria provavelmente desencadeada pela minha atenção extra e incomum por aqui. Você é daqui? - indagou o Haitiano. Sí! - respondi em espanhol mostrando impaciência com seu português insistente e enrolado.

Ele revelara que no caminho da vinda para Manaus, tinha parado no Equador por 6 meses onde aprendeu a língua espanhola. Relatou que ele e seu grupo enfrentaram o frio forte do Equador e só depois vieram para Tabatinga. 

No momento, ele estava ali nas redondezas borbulhantes de Manaus para uma reunião no Shopping Center. Depois de um silêncio entre o brasileiro e o haitiano que conversavam em espanhol, fizera eu uma afirmação sincera, mas polêmica:

- Algumas pessoas aqui são contra a vinda de vocês. 

Com um sorriso desconfiado, ele perguntou inocentemente o porquê.

- Dizem que estão trazendo mais problemas, inclusive podendo ocupar as oportunidades de trabalho que são de amazonenses. - continuei.

Ainda com um olhar de desinformado, ele parecia não acreditar.

- Mas eu discordo sabe, acredito que todos tem a capacidade de disputar sua oportunidade no mercado de trabalho, só depende de cada um se qualificar...

O Haitiano voltou a rir como se tratasse minha informação com tamanho desdém, o que de certa forma me deixou menos constrangido. Ele afirmou que não sabia daquilo e reforçou o esforço e sofrimento pelo qual eles passaram e mostrou que Manaus era a nova chance da vida deles. Lembrou que nem todos que chegaram eram de bom caráter e se revelou bastante grato com o trabalho feito pela Paróquia São Sebastião do Padre Jelmino Costa na chegada de seu grupo.

Entre outros papos que foram de futebol até mulheres, conversamos como antigos amigos e pude perceber que julgar sem conhecer é uma armadilha. A questão humana sempre fala mais alto e isso foi o mais importante que extrai dessa experiência. Por outro lado, entendo que é algo novo para o povo do Amazonas, especialmente para Manaus, mas como alguns dizem que aqui é um lugar acolhedor, só o tempo mostrará. Costumo não me agradar com generalizações, principalmente relacionadas a costumes e opiniões, o que na minha cabeça se classifica como lenda urbana, mas repito, só o tempo mostrará.

A importância dessa história contada em primeira pessoa é para aproximar eu, você e o haitiano, e mostrar que algumas das citações contadas ao Haitiano foram passadas por pessoas respeitadas e de muito bagagem e conhecimento, mas que do meu ponto de vista se diminuíram por perderem o cuidado na comparação entre a terra e o homem. Afinal, cantamos uma música na direção de uma bandeira, beijamos um tecido verde e amarelo, juramos amor à pátria, um amor que de tão endeusado parece programado e planejado; fazemos tudo isso às vezes por questões de protocolo e ordem mas pensamos duas vezes em estender a mão a um ser humano por ser estrangeiro? O que ele tem de tão diferente em sua essência que nos distancia? Cultura, religião e idioma? Cor da pele? Por que temos um nacionalismo tão exagerado? Divisões e demarcações? Desigualdade social por questões abstratas? VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR NISSO? 

Kako Menezes




sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fina estampa a custo de insensatos corações



A mudança de postura do governo brasileiro a nível internacional, principalmente no que diz respeito à participação do país no FMI, é clara, aliás, claríssima. Antes países europeus injetavam quantidades exorbitantes de dinheiro no Fundo para ajudar a economia brasileira, na década de 90 e no início da última (sem contar com a época da ditadura). Nesse exato momento, o contrário acontece! Nosso país participou há algum tempo com 10 bilhões de dólares na arrecadação que visava a ajudar os países ainda em crise! Grécia, Portugal, Espanha e Itália são alguns deles. Observação: os quatro concederam “em outra vida” alguns montes de sua moeda como providência a deficitários, incluindo nossa Pereirã... digo, nosso Brasilzão!!!

Mas peraí, falando em Pereirão, nosso país se parece muito mesmo com a personagem de Lília Cabral, levando em conta as drásticas reviravoltas que aconteceram em ambas as vidas. A situação hoje é oposta a ponto de Dilma falar em aumentar a quantia “aplicada” no Fundo Monetário Internacional. Antes, éramos a jardineira da Mansão Branca e do Salão Europeu e, de quebra, engraxávamos o sapato italiano que o japonês calçava. Agora, somos a milionária!

Mas pra variar, existe mais um dilema rondando nossa política, levantado pela oposição: a presidenta põe em prática o tal aumento pra ajudar a economia mundial, o que mais tarde será, sem dúvida, bom pra a nossa, ou usa esses recursos pra investir na educação, na segurança, na saúde etc.? “Tanta gente pobre precisando de sustento básico no nosso país e a presidenta querendo dar dinheiro para os ricos? Não eram vocês que investiam na população brasileira já que o retorno é ciclicamente imediato, com mais gente saindo das camadas baixas da sociedade?”

O questionamento sobre o acréscimo nessa ajuda que já era considerável ainda é válido, com certeza!

Vem pra cá, Dilma, vem pra cá... E aí...? Você topannn ou não topannnn?


Marvin Bessa

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os conservadores estão morrendo (Parte 3)

Religiosos versus Gays



A polêmica da homossexualidade é tão profunda porque diz respeito à moral do ser humano. A gigantesca maioria dos que não concordam é religiosa, que acredita no padrão de vida cristão (ou de outra doutrina), ou seja, tem alguns princípios básicos como absolutos e universais, por representarem a vontade de Deus.

A ideia desses, como bem sabemos, é a de que devemos viver conforme o desígnio divino. Pra tudo que se faz, se tem ou se é, há uma forma ideal. As coisas existem sob um objetivo e tudo o que se desvia dele é considerado imoral. Obviamente, a sexualidade está aí no meio.

Embora a possibilidade homossexual seja provavelmente mais presente no mundo pós-período Clássico da Grécia Antiga, é no Levítico, de Moisés, que encontramos a alusão bíblica ao sexo com o mesmo sexo. Desse mesmo lado, é compreensível o argumento do pastor Silas Malafaia de que o ataque não é contra o gay, mas contra a prática homossexual, porém lutar contra a opção íntima de milhares de pessoas me parece uma causa insustentável.

Nas palavras de outro cristão contemporâneo, “se Deus criou o homem com fisiologia X e a mulher com a Y, é porque foi um feito para o outro. E o ser humano, limitado à sua pequenez mental, que vai querer discordar do plano do Senhor em função de uma falha na sua socialização primária?” A conclusão que tiro é de que religiosos com tal postura vêem pessoas não-seguidoras dos seus preceitos como ignorantes e imaturos na fé, o que se acentua pela presunção da verdade, embutida no discurso de Cristo, e pelo conceito de santidade, bastante elaborado durante toda a obra paulina. Quer dizer, “quem não conhece ‘a verdade’ ou é pecador está inocentemente se dirigindo ao caminho largo que finda no camburão onde se despejará a ira vindoura.”

Sendo assim, Ricky Martin que prepare sua roupa de bombeiro!

CQC: Casamento gay

Marvin Bessa

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ipismo, a arte de montar carros nacionais

Ministros Pimentel, da Indústria, Mântega, da Fazenda e Mercadante, da Tecnologia


Existe uma discussão interessantíssima no meio econômico brasileiro acerca do aumento do IPI (imposto sobre produtos industrializados) de automóveis estrangeiros. É melhor aumentá-lo para estimular o mercado nacional ou é melhor não fazer isso estimulando a concorrência entre produções nacionais e internacionais?

O STF analisou, no último dia 20, a Ação Direta de Inconstitucionalidade do decreto 7567 pedida pelo Democratas e a aprovou, com base no artigo 150, inciso III, da Constituição, prorrogando assim para 15 de dezembro a possibilidade de aplicação dos 37% prometidos pelo ministro Guido Mântega. Os defensores da causa se sustentavam pelo direito do tributado de não ser surpreendido por impostos repentinos, segundo o texto constitucional. Olha que direito interessante você tem como contribuinte!

O problema de tudo isso são os automóveis que já foram adquiridos desde o dia 15 de agosto com a consideração da porcentagem em questão. O que não vai faltar é gente pedindo dinheiro de volta das importadoras nas próximas semanas!

Enfim, para Mântega a medida é um sucesso. Diz ele que cerca de 5 bilhões de dólares já estão sendo investidos na produção nacional. O ministro só está se esquecendo das reclamações americanas, coreanas e japonesas frente à OMC e de alguns investidores estrangeiros que estão retirando seu capital desta produção para as de outros países (até um tanto estupidamente, levando em conta o crescimento do poder de consumo brasileiro). Como o governo não "pôde" baixar o tanto que deveria os juros que tornam esses produtos mais caros, o que seria bem menos burocrático, avante à indústria automobilística brasileira em detrimento do liberalismo total!


* São considerados nacionais automóveis com pelo menos 65% de fabricação nacional.

Marvin Bessa

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Bla bla bla



Não pense você que nos esquecemos do aniversário da cidade. Parabéns a Manaus pelos 342 anos! Poderíamos até ter aproveitado o rótulo de manauaras esclarecidos para aparecer um pouco mais. Mas é exatamente a ressaca pós-festa que me faz escrever sobre a nossa capital apenas um dia depois. É bom pra deixar o “ufanismo municipal” de lado um pouquinho só. O risco de ser antipatizado é o mesmo, mas como há quem entenda a causa da incessante crítica dos Índios por Acaso, a nossa chance maior é de receber aprovação (espero).

Nossa cidade merece muito mais que uma “super-ponte” para Iranduba e muito mais que sediar quatro ou cinco jogos da Copa. Manaus não precisa estar pronta para receber uma Copa do Mundo em 2014, mas precisa “ser” pronta para acomodar seus moradores, sejam paraenses, haitianos, coreanos ou peruanos (e até mesmo a minoria, manauara) e, por fim, receber gente pra qualquer evento em qualquer época (e que venha o Rock in Rio Negro 2021).

O problema é que quase tudo no Brasil tem mania de boi de carro mineiro: se não tiver alguém com ferrão pra cutucar, não anda. Dá pra notar como algumas cidades do interior paulista, por exemplo, precisam de um CQC pressionando pra ajeitar certos problemas. Me parece bem razoável também dizer que se não fossem denúncias de uma tal de Veja, alguns ministros da Dilma continuariam abrindo seus “Caixas Dois”. Essa é a questão, entende? Quanta coisa deixa de andar como deve, se não tiver ao menos uma pessoa incomodada e disposta a botar a boca no trombone (e que não ganha nada por isso, diga-se de passagem)?

Manaus não foge disso. O trânsito, por exemplo, dispensa comentários em quase toda a cidade. A necessidade de ajustes drásticos nas nossas ruas só não é mais clara nessa vida que a falta de noção do Rafinha Bastos!!! Minha desconfiança, que sempre se limitou à crítica, agora tange o pessimismo quando me pergunto se o Omar faria o anel viário que promete (do Distrito Industrial ao Eduardo Gomes) caso Belém fosse sede da Copa e não nós.

E preciso lembrar que temos uma passagem caríssima que faz um ganhador de salário mínimo gastar, agora, ¼ da sua renda com transporte?

Fora outros problemas (que serão assunto num próximo post) sobre os quais você já está cansado de ouvir e reclamar.

Temos inúmeras maravilhas na nossa terra, sem dúvida, e exatamente para não deixar que elas sejam ofuscadas pelas “pendências” do povo e para o povo manauara, que existem meios de questionar “isso que está aí” como este blog. 

Marvin Bessa

sábado, 22 de outubro de 2011

A linha tênue

Se vocês utilizaram o Facebook nos últimos dias, vocês com certeza viram uma imagem comparando o Rafinha Bastos ao Maluf. Se não viu, verá agora.

Primeiro, o comentário causador de toda a polêmica:

O que ocorreu foi o seguinte: a piadinha infeliz do comediante rendeu uma briga.  Mexer com quem tem dinheiro rende, no mínimo, em um processo. No caso dele, dois. Um por danos morais e outro por injúria. O segundo pode ainda levá-lo à cadeia por até três anos. Entendido isso, vamos a tal da imagem:


“BRASIL: País onde os humoristas são levados a sério, mas os políticos são levados na brincadeira”. É até engraçado ler isso em uma imagem editada para defender um humorista, não? Seriedade suficiente para algo que é conceituado como “uma brincadeira”.

É muito importante frisar que um erro não justifica o outro. Jamais poderia. Nossa política é imunda desde a época do cabresto! Todos sabem. Agora, imaginem se todos começassem a usar as pilantragens da nossa política como desculpa para qualquer “brincadeira de mau gosto”. Imaginem se todos os humoristas começassem a falar qualquer baboseira que viesse em suas cabeças sem pensar nas conseqüências. E nem me venham falar de liberdade de expressão. Não se trata de liberdade de expressão, trata-se de falta de respeito. A liberdade de expressão acaba a partir do momento que você ofende terceiros.

E essa não foi a primeira vez que o Sr. Humor-Ácido fez uma “piada de mau gosto”:

Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra c******. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço.”

Piada tem limite, sim. Não queria chegar ao ponto de falar “E se fosse com você?”, mas fica a dica.

Obs.: Percebam que nossa geração se tornou tão acomodada que um simples "Curtir" e "Compartilhar" no Facebook "ajuda" em um "prostesto".

Jess Freitas

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A pasta de Orlando e a cabeça de Muammar


Independentemente de qualquer coisa, mesmo que Orlando Silva seja corrupto e culpado de todas as acusações de desvios e propinas, é importantíssimo lembrar a personalidade que a presidenta Dilma Rousseff apresenta a cada vez que é testada durante todo esse primeiro ano de mandato, talvez um dos três mais movimentados politicamente que a República Democrática já teve*. Que que tem a ver uma coisa com a outra? Dilma será a nova representante do governo no Congresso para a discussão da Copa em lei.

Ela pode ter tido a ajuda de Lula para escolher seus ministros, mas certamente não conta com seus conselhos para tratar com eles. Definitivamente, ela tem personalidade. Ponto. Se isso basta para se fazer um resto de mandato bom é outra história.
              
Enfim, o fato é que o ministro de esporte, mesmo que continue no cargo, o que é muito difícil, não tem mais o poder e até certa autonomia que lhe eram conferidos desde o governo do “companheiro”.

Friso que as acusações vêm de efeito dominó. Da mesma forma, por exemplo, que começaram a se rebelar os anti-Khadafi por inspiração da onda de manifestações populares contra as ditaduras tunisiana e egípcia. Entenda a comparação: cinco ministros foram derrubados até agora. Existe melhor momento do que esse para tirar a pasta, que é uma das mais importantes dos próximos anos, das mãos do PC do B? Não estou insinuando absolutamente nada, apenas trata-se de uma teoria de conspiração plausível. No caso dos rebeldes líbios, deu certo. 




* O primeiro da democracia (1985) e o primeiro de Collor, pelo confisco, estão no páreo. 95, 99, 2003 e 2007 não têm nada demais. Minha opinião...

Marvin Bessa

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Os conservadores estão morrendo (Parte 2)

A crescente aceitação e a suposta normalidade


Imagine a seguinte situação: você chega em casa e sua filha ou irmã mais nova está assistindo, como sempre, a algum programinha adolescente na TV. Normal, sem problemas. Você fala com ela e tudo o mais até que percebe uma cena um tanto diferente na tela. Lá, um rapazinho afeminado conta para a sua melhor amiga que está a fim de um tal de Fernando Augusto. Que reação teria a menina na sua sala? Um: “Hã? QUE QUE É ISSO, MEU DEUS?!”; ou dois: “Aaaaaaai, que fofooooooo!”? 

O estranhamento à nova era em que entra gradativamente a sexualidade mundial não pode ser entendido como preconceito. Pelo amor de Deus, não estou dizendo que todo mundo será gay no futuro, mas apenas que a tendência é haver cada vez mais compreensão com eles. Se a garota disse “Hã? Que que é isso meu Deus?” ela não pode ser culpada por isso, claro. A possibilidade homossexual é nova na cultura (pelo menos pra maioria) e a aceitação dessa novidade não é adquirida tão facilmente, inclusive pela resistência que existe por parte de quem não entende tudo isso como normal.

E aqui entramos na questão da "normalidade". O que é ser normal? Existe um padrão social? Bom, existe. Ainda prevalece, por exemplo, aquele que é branco. Prevalece também aquele que é bonito. E por que não dizer que prevalece aquele que é hétero? Essa ideia de superioridade existe, não há como negar. Mas será que ela é correta? Particularmente, não acredito nisso.

Claro que a barreira com discriminados existe em função de choques culturais, mas quando a discussão entra no campo da moral passa a ofender quem quer que seja o alvo dessa exclusão. Será esse o eterno limite à tal aceitação? Esse será o tema de terça-feira que vem. Até lá!

Agora É Tarde - Passou na TV Parada Gay

Marvin Bessa

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Fundamentalista é a mãe... ou vice-versa



Diversidade cultural e distúrbio psicológico são as únicas coisas que explicam (embora não justifiquem) um grupo de pessoas se organizarem política e militarmente para deter inúmeros habitantes de uma terra que supostamente lhe pertence. Falo isso por pura prática de eufemismo. Sabemos muito bem que a regra é matar, mesmo.

Bom, a paz não deveria estar sob condição da troca de interesses. E muito menos interesses religiosos! Na verdade, não dá nem pra identificar se a camuflagem é religiosa para fins políticos ou vice-versa. De qualquer forma, estou de acordo com os que julgam como “mal-aventurados” os fundamentalistas. Estes já deveriam ter ido para o saco! Eles é que são capazes de criar grupos terrorist... digo, partidos políticos extremistas.

O fundamentalismo é irracional. Sua filosofia é infundada e suas “proezas” são louvadas apenas por ignorantes. E olha que não falo só de muçulmanos. Existem muitos fundamentalistas cristãos. Quantos são os “crentes em Deus” que ousam dar ouvidos à sugestão de Simão Pedro sobre a Igreja “estar pronta para responder a qualquer que perguntar a razão da sua fé”? Quem sabe você é fundamentalista e nem sabe disso? Pessoas não costumam se perguntar por que acreditam no que acreditam, ou em quem acreditam.

Hamas, Fatah e Israel brigam por território, Al Qaeda quer acabar com o Ocidente e a guerra de homens parece então fazer a justiça de Alá. O cara não é deus? Então por que sujar as mãos de sangue? Tô começando a achar que na verdade o homem é o animal mais irracional: tem a inteligência e usa pra sua própria desgraça. Continuemos aqui sorrindo pra vida e ela há de nos mostrar como usar a sabedoria!


Comédia MTV - Israel versus Palestina

Marvin Bessa