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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E o Oscar vai para…

RÁ. Pegadinha do malandro! Já que o assunto de semana passada foi filme, o dessa semana vai ser música. A ideia é ficar alternando pra ficar mais diversificado. Já digo de antemão que o filme de semana que vem vai ser um (ou mais) dos 10 indicados ao Oscar de melhor filme.

Vamos ao que interessa. Semana passada estava eu navegando em um dos fóruns da minha cantora preferida, Lily Allen, e havia um post sobre uma música em especial. O título do post era “As 10 Músicas mais gays da última década”. Aquilo me revoltou um pouco porque, apesar de conter assuntos referentes à comunidade gay, a essência da música não é de luta contra a homofobia. Não principalmente. A música em questão, Fuck You, foi escrita para o “adorado” ex-presidente dos Estados Unidos da América, Sr. George W. Bush.


O assunto em questão me trouxe à memória uma música fantástica da americana P!nk. O nome da música é “Dear Mr.President e eis aqui a letra:

Dear Mr. President // Querido Sr. Presidente
Come take a walk with me // Venha dar uma volta comigo
Let's pretend we're just two people and // Vamos fingir que somos apenas duas pessoas e que
You're not better than me // Você não é melhor que eu
I'd like to ask you some questions if we can speak honestly // Eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas se nós pudermos falar honestamente

What do you feel when you see all the homeless on the street? // O que você sente quando vê todos esses sem-tento nas ruas?
Who do you pray for at night before you go to sleep? // Pra quem você reza à noite antes de dormir?
What do you feel when you look in the mirror? // Como você se sente ao se olhar no espelho?
Are you proud? // Você está orgulhoso?

How do you sleep while the rest of us cry? // Como você dorme enquanto o resto de nós chora?
How do you dream when a mother has no chance to say goodbye? // Como você sonha quando uma mãe não tem chance de dizer adeus?
How do you walk with your head held high? // Como você anda de cabeça erguida?
Can you even look me in the eye // Você ao menos consegue me olhar nos olhos
And tell me why? // e dizer-me porquê? 

Dear Mr. President // Querido Sr. Presidente
Were you a lonely boy? // Você foi um menino solitário?
Are you a lonely boy? // Você é um menino solitário?
How can you say // Como você pode dizer que
No child is left behind? // Nenhuma criança é deixada para trás?
We're not dumb and we're not blind // Nós não somos burros e não somos cegos
They're all sitting in your cells // Elas estão todas sentadas nas suas celas 
While you pave the road to hell // Enquanto você pavimenta o caminho para o inferno

What kind of father would take his own daughter's rights away? // Que tipo de pai tiraria os direitos de sua própria filha?
And what kind of father might hate his own daughter if she were gay? // E que tipo de pai poderia odiar sua filha se ela fosse gay?
I can only imagine what the first lady has to say // Eu só posso imaginar que a primeira-dama tem a dizer
You've come a long way from whiskey and cocaine // Você percorreu um longo caminho de uísque e cocaína

Refrão

Let me tell you 'bout hard work // Deixe-me te contar sobre trabalho duro
Minimum wage with a baby on the way // Salário mínimo com um bebê a caminho
Let me tell you 'bout hard work // Deixe-me te conta sobre trabalho duro
Rebuilding your house after the bombs took them away // Reconstruir sua casa depois que as bombas a levaram embora
Let me tell you 'bout hard work // Deixe-me te contar sobre trabalho duro
Building a bed out of a cardboard box // Construir uma cama com caixas de papelão
Let me tell you 'bout hard work // Deixe-me te contar sobre trabalho duro
Hard work, hard work // Trabalho duro, trabalho duro
You don't know nothing 'bout hard work // Você não sabe nada sobre trabalho duro
Hard work, hard work // Trabalho duro

(How do you sleep at night?) // Como você dorme à noite?
(How do you walk with your head held high?) // Como você anda de cabeça erguida?
Dear Mr. President // Querido Sr. Presidente
You'd never take a walk with me. // Você nunca deu uma volta comigo
Would you? // Você iria?

Admiro muito a Pink por ela não ter papas na língua e convenhamos que é extremamente interessante quando qualquer pessoa, ainda mais famosa, escreve algo do tipo em relação ao presidente mais impopular da história dos Estados Unidos (conforme pesquisa realizada no último ano de seu mandato). O motivo principal pra todo esse desgosto foi a invasão ao Iraque, que muitos americanos consideraram o ato um erro.


Um erro, de fato, mas um erro pensado. Vamos rever alguns fatos: 11 de Setembro de 2001. O "atentado" às Torres Gêmeas que levou à busca, sem sucesso, por Osama Bin Laden - o famoso terrorista afegão.  O insucesso da busca levantou uma "preocupação" dos EUA para com outros "inimigos": Iraque, Coréia do Norte e Irã. O primeiro dos três inimigos a ser investigado foi o Iraque. As acusações de Bush foram as seguintes: 1) o Iraque possuía armas - químicas, biológicas e nucleares - de destruição em massa que poderiam vir a prejudicar os filhinhos do tio Sam; 2) O Iraque esteve diretamente ligado ao "atentado" de 11 de Setembro; 3) O Iraque tinha ligações com a Al-Qaeda. Sendo assim, a ONU foi convencida a investigar todo o armamento controlado por Saddam Hussein. Resultado: nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada. Então, o querido Sr. presidente resolveu ignorar o resultado da busca feita pela ONU, pediu ajuda à Inglaterra, Itália, Espanha e Austrália, e declarou guerra contra o Iraque, bombardeando-o. Logicamente, o Iraque foi derrotado em pouco tempo e Saddam Hussein saiu do poder, sendo capturado e executado algum tempo depois. A captura e execução de Saddam Hussein conseguiu tirar um pouco da atenção sobre o sumiço de Osama Bin Laden, mas uma coisa incomodou bastante gente naquele tempo: nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada no Iraque pelas tropas norte-americanas. Algum tempo depois da ocupação, acessores da Casa Branca foram à televisão e declararam que não possuíam provas concretas das acusações feitas.

George W. Bush saiu do poder como presidente mais impopular da história dos Estados Unidos, como foi dito antes. Em seu lugar, o povo norte-americano elegeu Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos da América (c-c-c-c-combo breaker!).


Uma das promessas de Obama era por fim na guerra contra o Iraque e assim fez. 

"Esta noite estou anunciando que a missão de combate americana no Iraque terminou. A Operação 'Liberdade Iraquiana' terminou e o povo iraquiano tem agora a responsabilidade primordial pela segurança em seu país".


Bom, o governo do Obama é outra história, então, a aulinha de história termina por aqui. Voltando ao querido Bush. Foram 7 anos de conflito com o Iraque, 100 mil iraquianos mortos e cerca de 4 mil soldados americanos mortos por conta de acusações sem provas concretas. Curiosamente, o Iraque possui mais de 115 milhões de barris de petróleo e, na época, pretendia substituir o dólar pelo euro nas transações petrolíferas. Coincidência? Foram cerca de 104 mil mortes por questões inteiramente econômicas! Dá até um certo alívio saber que o sucessor escolhido por Bush, John McCain, não conseguiu se eleger, mas quantos políticos podem seguir os passos de Bush? Quantos vão conseguir se eleger? Dá um certo frio na barriga pensar no que está por vir. Não me refiro ao Obama, mas aos que virão depois dele. "Ah, mas ninguém votaria neles". Eu não teria tanta certeza. Há políticos extremamente sofista, persuasivos e que ganham o povo na lábia. Não dá pra negar que os norte-americanos (brasileiro é americano também, ora) gostam de ser a potência mundial e farão o possível pra que continue assim, já que outras potências estão ganhando força. O que me resta é desejar e esperar o melhor sempre e que, também, não inventem de vir atrás da Amazônia. 


"A política dos Estados Unidos é apoiar a expansão dos movimentos e instituições democráticas em todos os países e culturas, com o objetivo último de pôr fim à tirania em nosso mundo." George W. Bush

Jess Freitas



sábado, 26 de fevereiro de 2011

No Alto de Nossa Ignorância


Uma das notícias mais comentadas da semana, o “Então, morra” de nosso Excelentíssimo Prefeito Amazonino Mendes mostra o despreparo psicológico e pedagógico de nossos políticos, como também mostra a falta de critérios que boa parte de nossos eleitores têm ao ir às urnas escolher quem deve nos representar. Ao argumentar com o prefeito, uma moradora de área de risco da cidade de Manaus foi de certa forma agredida verbalmente e se coubesse ao prefeito mudar a constituição ele a teria ferido ao tirar da moradora o direito de ir e vir, pois ao perguntar da moradora de onde ela veio e ao receber a resposta de que ela vinha do Estado do Pará, ele mostrou-se de certa forma preconceituoso e visivelmente transtornado e estressado! Logo em seguida o prefeito indaga a seguinte pergunta:  “onde é que eu vou colocar este pessoal?” E ainda indaga outras duas seguidas: “Cadê dinheiro? Cadê casa para colocar esse pessoal?”. Quem deveria efetuar essas perguntas é a população e não o nosso Excelentíssimo Prefeito. Ele deveria responder, pois quem administra a cidade e as verbas públicas é ele.

Ao fazer este pronunciamento infeliz, o prefeito tira a dignidade da moradora por não ter condições de moradia e de nossos vizinhos de estado por migrarem para cá para tentarem obter uma vida melhor, por não conseguirem um bom emprego e não terem uma formação técnica ou acadêmica, nossos vizinhos são submetidos a morar em zonas mais humildes, com isso muitos deles viram vítimas da criminalidade e acabam cometendo delitos.

Em nota oficial a Prefeitura Municipal de Manaus divulgou o seguinte pronunciamento:

"A respeito da visita do prefeito Amazonino Mendes à comunidade Santa Marta, zona Norte de Manaus, na manhã desta segunda-feira, dia 21, a  Secretaria Municipal de Comunicação tem a informar o seguinte:

Como sempre fez em sua vida pública, o prefeito Amazonino Mendes não se escondeu do problema e compareceu pessoalmente ao local onde, na madrugada de domingo, três pessoas morreram vítimas de um soterramento provocado pela forte chuva que atingiu a cidade. Consternado pela tragédia, o prefeito lamentou as mortes e percorreu toda a área, analisando o problema e propondo as soluções.

A discussão se acirrou porque inicialmente o clima emocional era muito forte diante das fatalidades  e os moradores se recusavam em sair do local de risco. O prefeito fez um “apelo incisivo”, pelo risco de morte dos moradores.

O problema das ocupações irregulares em Manaus foi agravado pela intensa migração ocorrida nas últimas décadas, agravadas pelo desconhecimento dos moradores que se alojam em áreas de risco como beira de ribanceiras e fundos de vales. E isso foi enfatizado pelo prefeito na conversa com os moradores.

Ao final da reunião com os populares, Amazonino foi aplaudido ao anunciar que comprará um terreno próximo ao local e dará kits de madeira para construção de novas casas. E enquanto isso, irá pagar aluguel para as famílias saírem das zonas de risco.”

No alto de nossa ignorância, tiremos nossas próprias conclusões sem sofrermos influências externas que comprometam a nossa compreensão dos fatos. Por isso, assistam ao vídeo e reflitam, pois somente com a reflexão indagamos questionamentos e obtemos nossas próprias conclusões!
                                                                                                     

                                                                                                       Japa Ramos

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Recôndito e absorto


Eu sei que esse blog não é um diário, mas tenho que fazer uma confissão: eu não sou normal. Nem um pouquinho. Na verdade sou muito louco. Aliás, sou tão louco, tão louco, que meu psiquiatra sou eu mesmo! E isso não é de hoje. Vem de muito tempo atrás. Nos últimos dias, essa doideira toda tem se acentuado pelo fato de eu ter torcido meu pé, o que significa que fiquei de cama por duas semanas isolado no quarto. Só saindo para ir ao banheiro e olhe lá. É ir uma vez por dia pra fazer logo tudo o que tem que ser feito (se é que você me entende).
Ficar trancado num quarto por duas semanas não é fácil, não. Qualquer pessoa sã fica meio atordoada. Agora, imagine como fica um maluco de plantão. É piração total! Você passa por um processo altamente arriscado de confusão mental. E tudo isso somado a “apenas” alguns quilos de anti-inflamatórios e pronto! Desde sofrer crise existencial até não conseguir dormir tentando lembrar quantas marcas de cereais existem é o que você faz. Você fala mais do que deveria no momento errado, abusa da apaixonite aguda, se irrita com picuinhas das mais irrelevantes e ainda se empolga com acontecimentos que não terão futuro nem na sua vida nem na de ninguém (e tudo, pela internet e pela TV). E não ouse escutar músicas deprimentes ou sua próxima visita será a do desejo de suicídio, ou melhor, de construir uma casa em lugar com risco de desmoronamento (seja você paraense ou não). Provavelmente, alguns dos que estão lendo esse texto já passaram por algo do tipo. Mas se alguém não, só tenho uma coisa a dizer: não torça o pé!
E por mais que você vá evoluindo aos poucos (Sacimon digivolve paraaaaa... Mancomom! Mancomom digivolve paraaa... Bípede Normalmom!), nada é melhor do que ser normal (de cabeça e de andar). E se tem um lado bom nisso tudo é que você passa a valorizar o que antes não te dava motivo para tal. Ninguém fica mais feliz depois de lembrar que anda direito. ‘’Obrigado meu Deus, porque ando normalmente!’’ Mas assim como a pobreza nos faz valorizar a riqueza, a tristeza nos faz valorizar a alegria, as músicas do Restart e do Luan Santana nos fazem valorizar a música boa e a Preta Gil nos faz valorizar a mulher bonita, um pé torcido nos faz valorizar a caminhada que se fazia todos os dias e os resquícios da sanidade mental que ainda sobraram depois dessa trajetória de imbróglios. Dramático, eu? Torça o pé, não levante da cama e veremos quem é o dramático da história. Mancomom digivolve paraaa... Dramaticomom!
Marvin, o robô depressivo. É outro Marvin, embora estive muito parecido ultimamente
O pior de tudo é que só uma pessoa tem a noção exata do que tenho passado: Guido Mantega. Sabe por quê? O “desenvolvimentista do Lula” terá a inédita missão de fazer cortes substanciais do orçamento do governo federal, junto de Miriam Belchior, ministra do Planejamento. Posso te garantir que ninguém se sente tão sorumbático quanto nós dois. Se um dia pude andar e Guido pôde “acrescentar” gastos, hoje sou manco e Guido faz cortes no orçamento. Triste, não? Ué, quem mandou torcer o pé? Quem mandou ajudar a gastar demais no último governo? O pior é que nossa presidenta não pode nem reclamar de tantos gastos dos últimos 8 anos (e principalmente dos últimos 3). Claro que não! Ou alguém duvida de que se não fossem pelos tais gastos, Dilma não estaria onde está?

Limpando a caca do passado!

O ministro Mantega tem opositores dentro da própria Fazenda e, com certeza, terá dificuldades para decidir com precisão não só sobre aqueles ajustes fiscais citados mas, junto dos seus colegas da CMN (Comissão Monetária Nacional), sobre as próximas diretrizes da política cambial brasileira, já que claramente teremos problemas com a desvalorização do dólar. Se eu fosse você, me ajoelhava e orava pelo camarada, olha, porque a situação dele não é tão confortável como já foi no passado (aí você aproveita e reza por mim também) e claro que qualquer mancada pode implicar no seu bolso, caro leitor, mesmo que tenhamos uma presidenta economista e outros bons entendedores do assunto no governo. Não tenho certeza de que Guido já enumerou Estrelitas, Nescau Cereal, Kellogs etc., mas que ele não está dormindo direito, com certeza não está. Qualquer dia desses, chamo ele pra gente passar juntos pelo Vale do Sal. Eu, manco. Ele, inquieto. Eu, recôndito. Ele, absorto.
 Marvin Bessa

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Manaus x Internet - Capítulo 2

Os índios por acaso deram a primeira sorte à nossa cidade, as palavras ecoaram em algum canto e juntando-se com os outros gritos de desespero, a melhoria chegou. Demorou mas chegou. Depois de ver quantos quilômetros, é compreensível: 790 km de fibras óticas que ligam a capital do Amazonas a Boa Vista, em Roraima.

Manaus, capital do Amazonas, tem a partir de 11 de Fevereiro de 2011 uma internet decente, opções, concorrentes e consequentemente pela lógica do mercado, sem a existência de monopólio, há uma baixa nos preços. Quem estava com a antiga empresa dos combos, aquela da Sibéria lembra? Pois é, quem tinha um mega, um mal necessário, tem agora 5 megas! Oba? Por favor! Nada de elogiar agora, ninguém é herói, são os instintos ou consequencias capitalistas despertados em um novo tempo, nada mais.

Empolgados, muitos manauaras agora se preparam para aposentar seus mafiosos modems para contratar uma Internet justa.

Enquanto isso, existe um rapaz com velhos objetivos em relação à esse assunto: o senhor vereador Marcelo Ramos. Para quem não o conhece, ele é um dos que vem enchendo o saco para buscar uma internet boa para Manaus, mais especificamente, vem lutando contra os altos preços. Lembro de alguns anos atrás ter participado de um abaixo assinado contra o abuso dessas malditas internet's e ele era “o cabeça”.

No dia 10 deste mês, o Sr. Ramos apareceu de novo, apresentando um projeto de lei, propondo que as empresas que prestam serviço de internet no Amazonas sejam beneficiadas com alíquota zero ao pagarem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). Hoje, ela é de 25%. O objetivo é incentivar a concorrência e baratear o preço da internet no Estado.

“Como contrapartida, estas empresas serão obrigadas a reduzir o valor final do produto. Dessa forma, o preço da internet no Estado ficará mais barata para o consumidor” - Marcelo Ramos

Ei! Eu não votei nele, não conheço algum filho dele, e nem sequer recebi emails dele. Mas temos que reconhecer que ele mostrou a cara para reclamar disso. Tem certo poder representativo para isso. 

Esse assunto não é de posse de algumas das classes sociais. Todos querem internet. Desde a classe média baixa que frequenta uma lan-house até o mais rico que experimentou outras pelo Brasil afora. Até os índios querem internet. Sim, os índios! E esse será o último capítulo dessa novela que FOI a Internet em Manaus.

Senhoras e senhores! Escolham sua internet, aproveitem, assistam o Youtube, baixem filmes, liguem a webcam. Esqueçam um pouco esse assunto e agradeçam à copa do mundo.

Kako Menezes

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Agora o bicho vai pegar

O filme escolhido de hoje é o filme nacional mais visto na história do cinema brasileiro: Tropa de Elite 2.


É muito comum ouvir por aí: “Ah, mais um filme de bandidos, drogas e etc.? Parece que o Brasil só sabe fazer filme assim! Por isso que os outros países vêem o Brasil desse jeito”. Eles vêem o que tá aí. Um choque de realidade é sempre dolorido, não é? O Brasil é um país de belezas naturais, sim, mas toda moeda tem dois lados. Por que não mostrar o lado ruim da moeda?

O inimigo agora é outro. O inimigo passa a ser o próprio sistema. O Tropa 2 envolve não só o BOPE, a polícia e os traficantes, mas também milícias e políticos. A história do filme ocorre 13 anos após os acontecimentos do Tropa 1 e tem um cenário diferente. A briga do agora Tenente Coronel Nascimento (Wagner Moura) com o sistema se inicia com uma ordem desobedecida por André Matias (André Ramiro) durante uma rebelião no presídio de Bangu I. Matias atira em Beirada (Seu Jorge) quando a situação já estava sob controle. A desobediência faz com que Matias seja expulso do BOPE e faz com que Capitão Nascimento seja elevado a Subsecretário da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, já que o assassinato do perigoso Beirada foi bem visto pela sociedade e Nascimento assumiu a responsabilidade pelo que aconteceu. Já na Secretaria, Nascimento transforma o BOPE em uma arma de guerra, expandindo-o e, assim, eliminando boa parte dos traficantes da Zona Oeste do Rio. Nascimento acreditava que a corrupção envolvendo policiais buscando por propina diminuiria se os traficantes fossem eliminados, mas não foi o que aconteceu. Eis que surgem as milícias. Essas funcionam da mesma forma que os policiais corruptos de antes, só que agora não há o traficante de intermediário, ou seja, a propina obtida dos moradores das favelas é ainda maior. Sendo assim, quanto menor o número de traficantes comandando favelas, melhor para as milícias. Assim, os líderes corruptos dessas tais milícias decidem roubar armas de um quartel e fazem com que pareça que foi uma ação de traficantes do bairro de nome "Tanque". O que acontece depois é o que faz com que Nascimento leve essa guerra pro lado pessoal. É aí que ele percebe quem são seus verdadeiros inimigos.


Onde os políticos entram nessa história? O esquema é simples: A Secretaria de Segurança "contrata" o Tenente Coronel Nascimento. Nascimento expande o BOPE e os traficantes são eliminados. As milícias dominam as favelas. Os políticos se unem às milícias em busca de votos nas favelas. Pronto. Esta é a fórmula mágica que forneceria a propina aos membros das milícias e votos aos políticos. A ação ainda teria o apoio da população e da mídia, visto que os homens perigosos das favelas estavam sendo eliminados um por um. Nascimento se tornou parte do sistema que ele lutava contra sem ao menos perceber. Ou melhor, até percebeu, mas se foi tarde ou não, só quem viu o filme sabe.

“O sistema se reestrutura. Cria novas lideranças. O sistema dá a mão para não perder o braço.” - Roberto Nascimento

O sistema se reestrutura sempre. Se não pode mais colher benefícios de um lado, parte pra outro. As chances de derrotar um sistema que está em constante reestruturação são mínimas. Qualquer pessoa sensata pode chegar a essa conclusão. Ainda mais porque o sistema é influente em várias camadas. Vai mais fundo do que nós podemos imaginar. Chega naquelas camadas que nós estamos cansados de chamar de corrupta. Nenhuma surpresa por aqui. É só o Brasil funcionando como sempre funcionou. Até quando isso vai durar? Isso algum dia vai mudar? Poderia mudar, mas isso requereria uma mudança geral no comportamento social dos brasileiros assim como na forma de enxergar o dinheiro. Cá entre nós, quais são as chances de mudanças desse aspecto ocorrerem? 


Como dizem: o mal do Brasil é o brasileiro.

Jess Freitas

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Egito Pós-Mubarak e a Economia Mundial


Como observamos, com quase vinte dias de manifestações, o “ditador” Hosni Mubarak renunciou ao seu cargo e levou com ele alguns políticos aliados e, com isso, encerrou o primeiro capítulo da novela e crise egípcia. Agora a aliança militar promete reconstruir o país em todos os aspectos e as relações com Estados Unidos e Israel está se reconstituindo. No dia seguinte, a queda de Mubarak teve um enorme valor simbólico para os egípcios além de marcar uma nova era política,. O Conselho Supremo das Forças Armadas, líderes opositores e até o ativista diretor do Google, Wael Ghonim, pediram para população retornar ao trabalho e reativar a economia egípcia, paralisada por quase vinte dias.

O governo interino vem trabalhando e reiterando suas promessas de que irão de fato devolver o poder do país a uma administração civil democraticamente eleita e respeitadora dos tratados internacionais. Os líderes dos manifestantes, no entanto, apesar de declararem o encerramento dos protestos, pedem agilidade e reuniões semanais para avaliar os progressos da revolução, mas que rapidamente podem se tornar novos protestos.

Enquanto isso, mais dois países do mundo árabe dão sinais de que a revolta deve continuar. Na Argélia, milhares de policiais reprimiram o maior protesto dos últimos dez anos, fazendo quase 400 presos, e no Iêmen, ao menos 3.000 foram às ruas da capital Sanaa exigindo a queda do ditador Ali Abdallah Saleh.

O reflexo na economia mundial da crise no Egito foi influência política deste país no mundo islâmico e sua relevância como mediador entre os países árabes, pois os Estados Unidos e a União Européia fazem com que sua crise interna tenha grande repercussões em escala internacional; “conseqüências que vão desde a crítica à suposta 'posição branda' de Washington e Bruxelas ao governo do Cairo até o aumento dos preços mundiais dos alimentos".

O Egito não é um grande produtor de petróleo e também não tem um grande poder econômico decisivo no mercado global. Mas tem um fator determinante. O fato é que ele controla o Canal de Suez, canal onde passam aproximadamente mais de 40 mil embarcações por ano, transportando o “ouro negro” que vem do Golfo Pérsico. Com toda esta instabilidade do país, há o grande temor que por eventualidade haja uma interrupção no fluxo de petróleo no grande oleoduto Suez - Mediterrâneo que passa pela cidade do Cairo. Com toda essa tensão, o barril do petróleo superou a marca de 103 dólares e a tendência instável para os crentes que as pressões inflacionárias (aumento de preços das mercadorias) já começam a colocar em PERIGO a recuperação financeira.

                                                                                                       Japa Ramos

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dilma, Dilema. Dilema, Dilma.


Como já citado neste mesmo blog, o Brasil tem inúmeros desafios pela frente e muitos deles devem ser resolvidos já pelo atual governo. Dilma vive um dilema, porque está no comando do Executivo num momento crucial para a economia brasileira e para a consolidação do país como um dos líderes mundiais da economia ecologicamente correta e sustentável. Com certeza ela não quer ficar marcada na história como a presidente que parou o crescimento econômico e muito menos como a que não guinou a sustentabilidade brasileira na hora em que deveria fazê-lo.
Agora, em economia, uma certa queda de produção está acontecendo de fato, embora seja um exagero dizer que o país está se desindustrializando. Sem falar que o crescimento da inflação nesse início de 2011 já era esperado graças ao aumento do poder aquisitivo do brasileiro nos últimos anos. Será preciso muita cautela por parte do governo para tomar as decisões relativas à produção econômica e aos cortes do orçamento que deverão ser feitos.
Em matéria de meio ambiente, o Brasil já assumiu sua posição em relação ao desenvolvimento sustentável. E é diferente da de outros dois países que estão “em desenvolvimento” (China e Índia) e a quem o governo brasileiro se juntou até algum tempo antes da COP 15 se dizendo indiferente ao aquecimento global e não participantes da economia sustentável (“isso não é problema nosso”). Mas a partir desse último evento citado, muitas coisas começaram a mudar e rápido. A começar pela postura da representação de nosso país. Foram tomadas desde pequenas atitudes como chamar a Copa de 2014 de “a Copa Verde” (embora isso não signifique quase nada) até apresentar um ideal pertinente de redução das emissões de gases de efeito estufa (que já virou até lei, mesmo que isso não queira dizer muita coisa nesse território). A verdade é que, nos últimos anos, o desmatamento no país diminuiu muito e se continuarmos com o mesmo índice de tal redução, podemos alcançar uma meta, antes prevista pra daqui a quase dez anos, bem antes disso. Sem falar que nossa política nacional de resíduos sólidos é muito boa, segundo especialistas, e o fim oficial dos lixões está chegando (de novo, aquela coisa, né: lei não significa muita coisa aqui).
Mas é claro que o Brasil ainda não é um paraíso ecológico! Além de um código florestal que acentua os conflitos entre agricultores e ambientalistas, ainda temos um ministério de minas e energia que tem a coragem de dizer que o critério para a decisão confirmativa de construção da usina de Belo Monte foi técnico. Engraçado! Eles falam isso, mas não explicam a decisão de forma técnica. Vai entender! Profissionais no assunto de UFPA, UNB e até da USP não concordam com afirmação do ministro Edison Lobão. Fora que o IBAMA, por conceder a licença para o levantamento dos canteiros, não é confiável.

Índios do Xingu protestam contra a construção de Belo Monte (Foto: G1)
Estudantes, índios e ambientalistas protestam contra Belo Monte em frente ao Congresso
Mas esse é só um dos “ser ou não ser: eis a questão” que vão deitar todas as noites com a presidenta Rousseff (e não vão deixar ela dormir direito). Não podemos nos esquecer do “presentinho que papai do céu nos deu”: o pré-sal. É de extrema importância a descoberta imediata de respostas para as questões sobre como faremos a exploração do bendito petróleo sendo que ainda queremos alcançar os trilhos do desenvolvimento sustentável e diminuir as emissões de GEE. Como Marina Silva cansou de alertar durante a campanha à presidência, precisamos encontrar uma forma de não depender do petróleo (mas que também não dependa de projetos mal feitos como o da usina do rio Xingu!). Provavelmente a ex-senadora tenha razão. Mas é mais um “tópico utópico” acreditar que alguém da parte do governo vai se preocupar com isso agora. Não é negatividade nem frescura, não. Não importa se vou queimar a língua. Tomara que eu esteja errado, mesmo.
Marvin Bessa

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Síntese de um Projeto Provavelmente Revolucionário para o Ensino Médio


Estamos cansados. Eles estão cansados. Traumas desnecessários, preocupações prematuras, antecipadas, agonizantes e sufocantes como este início de texto. A cabeça de qualquer estudante que inicia uma jornada rumo ao desconhecido que é o Ensino Médio, está prestes a danificar, parar. Os melhores são aqueles que têm o autocontrole e os que estão em desvantagem são os desorganizados, os eternos atrasados ou acomodados, seja por culpas deles ou não. Digo, as desculpas são dadas a todo o momento, os estudantes recebem um apelido temporário diabólico: vestibulando. Será eu que estou traumatizado, ou você está me entendendo plenamente?

Certas coisas deveriam mudar. Esta frase é muito clichê. Várias coisas deveriam mudar. O mundo ideal não é esse. Muito menos a educação brasileira vigente. 

Não negarei o título e serei breve. Afinal, você vestibulando, não tem descanso, não deveria estar vendo coisas alheias na internet, pois no fundo do seu coração existe um incômodo que irrita você. Tenho certeza que é essa a pressão social de você ler o que não gosta, estudar porcarias que serão esquecidas e servirão apenas como arquivos temporários de um computador. Depois, será removido, culpa de sua falta de interesse justa que justifica os seus próprios interesses.

Será minha teoria explanada acima, uma das causas da deficiência na educação brasileira?  Quero dizer, uma barreira para a evolução na educação?

Você consegue enxergar junto comigo certa falta de objetividade nesse sistema?

Quem lutará pelo surgimento de uma democracia na educação? 

Felizes aqueles que viverão nesse novo sistema, até então utópico!

Nesse sistema, o estudante escolherá estudar aquilo que tem aptidão, o que ama. A dedicação, o conforto e a satisfação o levarão à extrema eficácia, o profissionalismo vai existir com gosto, o esforço desnecessário será apagado da história, as pessoas serão mais felizes, reclamarão menos, farão mais, agirão, estarão no seu pódio justamente e só fracassarão aqueles desinteressados pelo conhecimento, os desprovidos de sonhos e projetos. 

Essa seria uma educação ideal, o poder escolher o caminho desde cedo. Seria possível uma reforma? Seria possível essa revolução no temeroso Ensino Médio, terror de muitos, lucro de muitos cursinhos e psicólogos? Não me julgue como dramático, pois pelo menos você me entende, não é?

                                                                                                                                       
                                                                                                                                Kako Menezes

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Música e Deus

Queridos leitores tupiniquins, o assunto dessa segunda-feira será música. Sendo mais específica: música boa. A cantora e alvo dessa segunda é a russa Regina Spektor. O assunto é o seu álbum mais recente: Far (2009).


Honestamente, esse não é o melhor álbum da russa, mas esse foi o escolhido por uma música. Sim, somente uma música que, em minha opinião, reflete muito bem a sociedade atualmente. A escolhida é nada mais, nada menos, que o primeiro single do álbum: Laughing With.

Eis a letra em inglês e traduzida:

No one laughs at God in a hospital // Ninguém ri de Deus em um hospital
No one laughs at God in a war // Ninguém ri de Deus em uma guerra
No one's laughing at God // Ninguém está rindo de Deus
When they're starving or freezing or so very poor
// Quando estão famintos ou com frio ou muito pobres

No one laughs at God // Ninguém ri de Deus
When the doctor calls after some routine tests // Quando o doutor liga depois de testes de rotina
No one's laughing at God // Ninguém está rindo de Deus
When it's gotten real late and their kid's not back from the party yet // Quando está tarde e seus filhos ainda não voltaram da festa

No one laughs at God // Ninguém ri de Deus
When their airplane starts to uncontrollably shake // Quando o avião começa a tremer incontrolavelmente
No one's laughing at God // Ninguém está rindo de Deus
When they see the one they love hand in hand with someone else // Quando
 eles vêem a pessoa que amam de mãos dadas com outra pessoa
And they hope that they're mistaken // E apenas esperam que estajam enganados

No one laughs at God // Ninguém ri de Deus
When the cops knock on their door // Quando os policiais batem nas suas portas
And they say we got some bad news, sir // E dizem “más notícias, senhor”
No one's laughing at God // Ninguém está rindo de Deus
When there's a famine or fire or flood // Quando há fome, incêndio ou enchente.

But God could be funny // Mas Deus pode ser engraçado
At a cocktail party when listening to a good God themed joke or // em um coquetel ouvindo uma boa piada sobre Deus ou
Or when the crazies say He hates us // Ou quando os loucos dizem que Ele nos odeia
And they get so red in the head you think they're 'bout to choke
// E eles ficam com o rosto tão vermelho que você acha que eles vão engasgar


God could be funny // Deus pode ser engraçado
When told he'll give you money if you just pray the right way // Quando dizem que Ele te dará direito se rezar certo
And when presented like a genie who does magic like Houdini // E quando apresentado como um gênio que faz mágica igual ao Houdini
Or grants wishes like Jiminy Cricket and Santa Claus // Ou concede desejos como o Grilo Falante ou o Papai Noel
God can be so hilarious
// Deus pode ser tão hilário
Ha há

No one laughs at God in a hospital // Ninguém ri de Deus no hospital
No one laughs at God in a war // Ninguém ri de Deus em uma guerra
No one's laughing at God // Ninguém está rindo de Deus
When they've lost all they've got and they don't know what for
// Quando perderam tudo o que possuíam e não sabem pra quê

No one laughs at God // Ninguém ri de Deus             
On the day they realize that the last sight they'll ever see // no dia em que eles notam que a última coisa que vão ver         

Is a pair of hateful eyes //  É um par de olhos cheio de ódio  
No one's laughing at God // Ninguém está rindo de Deus      
When they're saying their goodbyes // Quando estão dizendo seus “adeus”

But God could be funny // Mas Deus pode ser engraçado
At a cocktail party when listening to a good God themed joke or // em um coquetel ouvindo uma boa piada sobre Deus ou
Or when the crazies say He hates us // Ou quando os loucos dizem que Ele nos odeia
And they get so red in the head you think they're 'bout to choke
// E eles ficam com o rosto tão vermelho que você acha que eles vão engasgar

God could be funny // Deus pode ser engraçado
When told he'll give you money if you just pray the right way // Quando dizem que Ele te dará direito se rezar certo
And when presented like a genie who does magic like Houdini // E quando apresentado como um gênio que faz mágica igual ao Houdini
Or grants wishes like Jiminy Cricket and Santa Claus // Ou concede desejos como o Grilo Falante ou o Papai Noel
God can be so hilarious
// Deus pode ser tão hilário
Ha há
(...)

A mensagem que a música passa é clara e concisa: Deus pode ser engraçadíssimo em um grupo de amigos reunidos e falando besteira, mas nos momentos difíceis ninguém ri de Deus. Pelo contrário, muitos se voltam a Ele por ajuda.

Não estou aqui pra converter ninguém, mas músicas assim são interessantíssimas. A música fala por si, mas é legal ressaltar alguns pontos. Acreditando em Deus ou não, não há como negar que cada verso dessa música faz perfeito sentido. Isso porque algumas pessoas vêem Deus como uma válvula de escape. Seja num avião em turbulência, em um hospital ou em uma guerra. Quando a situação está complicada, a maioria se volta a Deus quando não sabe mais a quem pedir ajuda. Algumas se voltam primeiramente a Deus em busca de ajuda, sim, mas são poucas. Isso porque, atualmente, Deus vem ocupando um papel cada vez menor na vida das pessoas e, às vezes, nem ocupa. Aliás, parece que ser ateu declarado faz parte de alguma “revolta” adolescente nos dias de hoje. Questionar é ótimo, mas não se tem resposta para tudo. Não se pode provar que Deus existe, assim como não se pode provar que ele não existe. O que fazer? Depende inteiramente de você. Eu sou católica batizada, mas acredito em Deus independente de religião (uma forma de Deísta, como vocês aprenderam/aprendem com Voltaire e o Iluminismo). No final das contas, não importa a que religião você segue, todos nós acreditamos (ou não) no mesmo Deus.


"Nós consideramos Deus como um piloto considera o pára-quedas dele; está lá para emergências, mas ele espera nunca ter que usá-lo." (C. S. Lewis).


Jess Freitas



sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Egito: Uma Novela Com o Final Feliz!


Um dos assuntos mais debatidos das últimas semanas, a crise no Egito, parecia que ainda não iria ter fim. Após semanas de protestos, o “Presidente” que mais parece um “Ditador” Hosni Mubarak declarou que só sairia do posto de “Presidente” após o termino de seu mandato que terminaria em setembro deste ano de 2011. Declaração que causou alvoroço na oposição e nos manifestantes do movimento, fora Mubarak.
O “Presidente” deu uma pequena engatinhada ao colocar o vice-presidente Omar Suleiman na corda-bamba das negociações com a oposição e passando os poderes presidenciais a ele, mas os manifestantes antigoverno tomavam as ruas e a frente do palácio presidencial. Foram mais de um milhão de pessoas todas insatisfeitas com o discurso de Mubarak.

Discurso:

“Na véspera, Mubarak frustrou os manifestantes que esperavam sua renúncia imediata e confirmou, em discurso na TV, que pretende continuar no governo até setembro, à frente da transição de poder. Ele também disse que iria transferir poderes ao seu vice.

Sameh Shoukr, embaixador do Egito nos EUA, explicou que Mubarak transferiu todos os poderes da presidência para seu vice, mas permanece do chefe de Estado "de jure" (de direito). O embaixador disse que esta versão lhe foi contada pelo próprio Suleiman.

A decisão de Mubarak de ficar durante a transição irritou ainda mais a população local. Milhares de pessoas passaram a noite na praça Tahrir.

Em um discurso de tom patriótico, Mubarak afirmou que a transição no Egito em crise vai ocorrer "dia após dia" até as eleições presidenciais marcadas para setembro. Ele prometeu proteger a Constituição durante todo o processo. Mubarak disse que propôs emendas aos artigos 76, 77, 88, 93 e 189, e cancelou o 179, que dava poderes extras ao governo em caso de combate ao terrorismo. O presidente afirmou que iria transferir poderes a Suleiman, segundo a Constituição, mas não esclareceu quando, até que ponto ou de que maneira isso ocorreria.

Em discurso posterior ao de Mubarak, Suleiman, -que já vinha liderando as negociações com a oposição – se comprometeu a tentar fazer uma transição pacífica de poder e pediu que os manifestantes acampados no Cairo voltem para casa. A transferência de poder ao vice, segundo o ex-general, seria uma demonstração de que as reivindicações dos manifestantes estavam sendo respondidas pelo diálogo, e que as conversas com a oposição levaram a um "consenso preliminar" para resolver a crise.

O presidente também pediu desculpas pela repressão aos protestos de rua dos últimos dias, disse que sentia muito pelas vítimas e prometeu punir os responsáveis. Ele afirmou que compreendia e estava de acordo com as reivindicações dos jovens e também disse que "não aceitaria ordem externas", em uma referência aos constantes pedidos de líderes internacionais pela democratização do país. Mubarak também disse que as mudanças pretendem criar condições para anunciar o fim do estado de emergência, sob o qual governa desde o início, em 1981. Ele já havia prometido acabar com a medida, mas sem estabelecer data. O presidente disse que o Egito permanecerá "acima dos interesses individuais" e que não deixará o país.”

Parte da oposição, que se chama “Irmandade Muçulmana”, elogiou a postura do “Presidente-Ditador” ao transferir seus poderes. Mas para o principal líder oposicionista Muhamed ElBaradei “o Egito vai explodir” e pediu ao Exército para que "salve o país".

Renúncia:

“O presidente do Egito, Hosni Mubarak, renunciou nesta sexta-feira ao cargo, de acordo com o vice-presidente, Omar Suleiman. Os poderes presidenciais vão ser assumidos pelo Conselho das Forças Armadas, liderado pelo ministro da Defesa Mohamed Hussein Tantawi.

Imediatamente após o anúncio de Suleiman, transmitido pela TV estatal, centenas de milhares de manifestantes presentes na Praça Tahrir, no centro do Cairo, explodiram em celebrações. O clima era de "vitória" nos bairros do Cairo. Houve buzinaço, pessoas dançando nas ruas, nas janelas de carros, prédios e casas.

Um dos expoentes da oposição, Mohamed ElBaradei, ex-chefe da Agência Atômica da ONU, disse à BBC que sentiu "alegria e euforia" porque, “após anos de repressão, o Egito finalmente foi libertado e colocou-se no caminho para um país de democracia e justiça social”.”

O que poucos comentam é que a aliança norte-americana no oriente está se quebrando. A primeira nação foi a tunisiana. Agora é a vez da egípcia e da jordaniana. E lembrando que os Estados Unidos financiavam o Exército Egípcio com pouco mais de um milhão de dólares e, agora, pressiona o governo egípcio a encontrar uma solução.

Japa Ramos