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sábado, 30 de abril de 2011

Somos etnocêntricos





Atingimos hoje uma marca interessante, o post número 50 com quase 4 meses de vida de blog!!!
Semana que vem haverá mudanças bem legais aqui no IPA.

Mão na massa! 

Estou quase virando um expert em etnocentrismo e como um assunto que traz cultura e reflexão que é o nosso objetivo, trago um texto especial para pensar, um dos meus primeiros textos sobre o assunto.



Primeiro, por uma questão de aprofundamento, é interessante analisarmos a palavra etnocentrismo que sugere algo relacionado a interpretação de um indivíduo, que ao observar o outro julga ou analisa baseado nos princípios de sua cultura, tornando desta forma um discurso plenamente egoísta, carregado de argumentos oriundos de sua bagagem cultural. Tal discurso é de início ou pode ser, citado inocentemente, uma vez que o etnocentrismo é parte inerente de toda cultura, entretanto, se não for posto de uma forma ponderada, poderá expor preconceitos e discriminações graves.
Analisando um contexto histórico mundial, podemos identificar a presença do etnocentrismo em épocas onde o racionalismo se mostrava dominante como concepção ideológica que embasava outras correntes teóricas. Desta forma, em épocas onde o totalitarismo reinava, tipos de valores demonstravam força para justificar as diferenças entre os seres humanos. No caso dos governos autoritários como de Hitler na Alemanha, a prática da eugenia se mostrava cientificamente amparada, mas a realidade analisada pelas ciências sociais é esclarecida simplesmente como massacre, crimes contra humanidade, genocídio cultural e eliminação destas por causa da diferença. Podemos sair deste contexto antigo e identificarmos preconceitos atuais contra opções sexuais, referente a raça entre outros.
Verificando todo este panorama, podemos concluir que o ser humano carrega ocultamente preconceitos e estereótipos oriundos de sua própria bagagem cultural, sempre equiparando sua cultura com outra, observando comportamentos e práticas a partir de sua visão baseada no que é comum e normal na sua cultura (no nosso caso, ocidental). Para que se desestimule práticas etnocêntricas, é apropriado que relativizemos as culturas, avaliando apenas comportamentos que ameaçam a vida humana. Necessitamos levantar questões para avaliar quem se nomeia autoridade para efetivar certas práticas (como retirar clitóris na religião mulçumana) e tentar eliminar costumes que põem em risco um valor universal: a preservação da vida.
                                                                                                                               Kako Menezes
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Amanhã é o dia do ferroviário e o dia nacional da mulher, então parabéns às mulheres brasileiras, sonhos dos estrangeiros!
E adiantando também um abraço a la Lula para todos os trabalhadores do Brasil! Maldito feriado esse que cai em um sábado. Domingo fica um aperto de mão para o dia dos ex-combatentes!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Consciência



E essa pucridade, da sociedade.
E essa entrega fácil, da dignidade.

Vivendo em benefício da ignorância,
Minha repugnância!
E a educação jogada ao relento,
Com olhos remelentos,

Políticos pulguentos comandam o país,
E dão a diretriz,
E nestas mãos doentes,
O nosso povo está!

Mas quem estará certo?
Aquele que dá verbos ou aquele que dá verbas?,
Para toda essa gente que vive indigente e sem identidade em nossa pucridade!

E esta é a pintura da sociedade!
Japa Ramos

Os Retirantes - Cândido Portinari

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A beleza do "fato real"

Filmes baseados em histórias reais são sempre mais emocionantes e mais envolventes, não é? A ideia de assistir a uma história que de fato aconteceu é sempre mais atraente. Muitas vezes, mais esperançosa também. Bom, sem mais delongas, o filme desta segunda-feira é o excelente drama A Troca, dirigido pelo magnífico Clint Eastwood e estrelado por Angelina Jolie.


Angelina Jolie vive Christine Collins, uma senhora trabalhadora de classe média que vive em função de seu filho, Walter Collins (Gattlin Griffith). Um certo dia, ao retornar um pouco mais tarde de seu trabalho, Christine encontra sua casa vazia. Depois de procurar por um certo tempo e não encontrar seu filho, ela resolve pedir socorro à polícia, mas a resposta que obteve é que nada poderia ser feito até que se passassem 24 horas desde a hora em que o menino havia sumido. 

A polícia, LAPD (Los Angeles Police Department), na época, estava em grande descrédito, boa parte devido a um programa de rádio cujo locutor era o reverendo Gustav Briegleb (John Malkovich). No programa, o reverendo relatava toda a incompetência e corrupção do departamento, além de toda violência causada pelo "Gun Squad" (Esquadrão Armado). Sendo assim, a LAPD decidiu fazer o possível para achar o pequeno Walter, visto que o reencontro de uma mãe com seu filho poderia melhorar a visão que a população tinha sobre o departamento policial. Seis meses depois de desaparecido, Christine é avisada que seu filho fora encontrado com vida e que ela deverá ir a seu encontro na estação de trem. 


No entanto, Christine logo percebe que o menino em questão não era seu filho, apesar de ele mesmo se identificar como Walter Collins. A polícia insistiu em dizer que aquele era seu filho, mas que ele havia sofrido algumas mudanças pelo longo tempo sem comida e bons tratos, mas a mãe era irredutível. Então, apelando para o lado psicológico abalado de Christine, a polícia a convenceu a levar o menino para que, com o tempo, ela perceba que aquele de fato é o seu filho desaparecido. Não aconteceu. Quanto mais o tempo passava, mais Christine notava diferenças entre o menino que a foi entregue e seu filho: Walter era mais alto, não era circuncidado e possuía um comportamento completamente diferente. Além disso, o "falso" Walter não foi capaz de reconhecer sua professora e seu lugar na classe e possuía uma arcada dentária diferente, como foi explicado pelo seu dentista à Christine. Não havia possibilidade daquele menino ser Walter Collins.

Tudo que a LAPD não queria naquele momento era uma controvérsia nestas dimensões, então, quando Christine voltou a afirmar que aquele menino não era seu filho, a polícia a envia para um hospital psiquiátrico sob o "Código 12" de internamento. O "Código 12" era referente a pessoas internadas por serem inconvenientes à polícia e Christine logo descobre que muitas das mulheres ali internadas também foram colocadas sob tais circunstâncias.

Enquanto isso, no Condado de Riverside, um menino canadense de nome Sanford Clark (Eddie Alderson) acusa seu tio, Gordon Northcott (Jason Butler Harner), de assassinar cerca de 20 crianças e de obrigá-lo a fazer parte da matança. Dentre várias fotos, o menino Sandford reconhece Walter como sendo um dos meninos aprisionados no galinheiro do Rancho Northcott, dando a entender que ele era um das crianças mortas. Ossos e restos são encontrados enterrados no rancho, assim como o machado usado para matar as crianças, o que reforçava a história contada por Sanford. A LAPD logo tentou manter a história fora da mídia até que tudo fosse esclarecido, mas isso não foi possível. Todas as informações possíveis estavam nos jornais no dia seguinte, inclusive os nomes das possíveis crianças vitimadas. Isso foi suficiente para que o reverendo Gustav reunisse um pequeno grupo e exigisse que Christine fosse retirada do hospital psiquiátrico, visto que ela não estava errada ao afirmar que seu filho continuava desaparecido.


Gordon Northcott

Christine sai do hospital psiquiátrico determinada a achar seu filho, pois ela não acredita que ele esteja morto. E também, além disso, sai determinada a lutar contra a distribuição de covardia por parte da LAPD, "libertando" todas as mulheres internadas sob o Código 12, por exemplo. O que acontece daí em diante cabe a vocês descobrir. Já compartilhei demais por hoje.

Reverendo Gustav e Christine

Há diversas coisas que poderiam ser retiradas desse filme para reflexão. Inúmeras. Logo de cara, eu poderia citar a corrupção por parte da polícia. No entanto, vale a pena tomar como assunto o orgulho por parte do capitão J.J. Jones (Jeffrey Donovan), responsável pelo caso Collins. O capitão estava tão certo de que seu trabalho em achar o garoto perdido já estava feito que ele sequer pôde abrir os olhos para perceber que havia falhado. Até pôde, mas preferiu por se fingir de cego. Preferiu acreditar que estava certo, mesmo quando tudo indicava o contrário. Não contente em apenas se reafirmar, o capitão ainda usou de seu poder de influência sobre alguns meios para provar para a população que ele estava certo. Assim, o tempo que o capitão perdera negando seu erro e buscando por justificativas um tanto absurdas para os problemas que lhe foram apresentados poderia ter sido usado em uma busca mais veemente, mais apurada. A relutância em assumir o erro junto com seu enorme orgulho fez com que sua carreira fosse empurrada água abaixo. "Mas errar é humano". Não nego. Pelo contrário, até concordo. Mas uma coisa é errar, outra é persistir no erro. Pior ainda é não assumir que errou por puro orgulho, soberba ou até arrogância. Não que ter orgulho seja errado, pois tudo depende de como você lida com isso. É importante manter o orgulho como uma forma de amor próprio e de evolução individual, mas não em excesso a ponto de beirar a vaidade, a ostentação e a soberba.


Obs.: Quem quiser ver fotos da verdadeira Christine Collins e de outros: link 1, link 2 e link 3.


Jess Freitas

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Banalização da Memória

Atualmente, percebemos na realização de eventos de qualquer caráter, a grande quantidade de máquinas fotográficas digitais. De todas as cores, marcas, qualidades; uma tecnologia incrementada periodicamente. O poder dos mega pixels já conquistou você. Mas não estou permitido intelectualmente para abordar tal tema tecnicamente. A minha percepção abre portas para minha reflexão. Como sempre, sobre os valores.

            Então, há cerca de dez anos atrás, o que eu não considero muito tempo, usávamos máquinas mais simples, cujo filme fotográfico depois de totalmente utilizado, colocávamos para o processo de revelação de fotos, eram etapas chatas, demoradas, e do ponto de vista tecnológico contemporâneo, extremamente ultrapassado. A Máquina Digital nos deu a oportunidade de capturar imagens impressionantes, filmar em alta definição, cores vivas e etc. Ademais, demandamos outra funcionalidade ao obter esse produto: a oportunidade de capturar várias fotos! Por que tanta ênfase para uma função óbvia? Porque é esta função que é o coração da tecnologia digital, ela que diferencia dentre tantas outras vantagens, apresentando uma disparidade inquestionável.

Oriundo desta inovação, existe uma banalidade. Antigamente, ao "tirar uma foto" (ou retrato, segundo nossas avós), valorizávamos aquele momento, registrávamos como um acontecimento a ser guardado para sempre, materializávamos a memória. Sim e daí? E daí nada, É ISSO AÍ.


Cabe a todos refletir e interpretar tal comparação. Mas eu vou esclarecer mais um pouco. Nada melhor que exemplos. Outro dia estava em um casamento e diante de um cenário repleto de harmonia, cuja percepção é mais apurada aos olhares femininos, todavia tenho tal sensibilidade que não afasta minha masculinidade incontestável (qualquer dúvidas, vide minha amada), percebi a presença inconveniente de flashes intermináveis, que sob o consentimento dos "contrayentes", ou seja: os noivos, espalham com cliques, possibilidades de obtenção de imagens ideais. Consegui contabilizar a ação de mais de cinco fotógrafos para uma mesma foto. Um ato desnecessário e exagerado em minha opinião, que atrapalha a celebração, irrita pessoas com  a percepção como a minha e de um ponto de vista religioso, não é compatível com o momento, visto que prezam por silêncio, reflexão e entendimento da situação.


E esse tipo de situação não se limita a casamentos, mas já presenciei outros momentos religiosos que "cobertos" por esse grupo de profissionais não pude obter a minha fotografia mental, que em minha opinião, é a mais valiosa: a máquina fotográfica chamada memória, ela registrará tal momento, reagirá com as emoções humanas e tem um HD que se conservado sob boas temperaturas, é infinito. Somente conseguimos obter imagens por cabeça própria sem a presença das máquinas escangalhadas e insaciáveis.

Não podemos perder a essência desses eventos, não podemos desvalorizar o significado que ela nos traz. Não podemos deixar os registros sob a custódia de tais objetos. Não peço a extinção de tal profissão, que sim, tem espaço nesses eventos por serem qualificados e preparados, mas apelo pela conscientização das pessoas que demandam desse trabalho, pois sem o aval dessas, é impossível a consideração e o equilíbrio para que a harmonia percebida em tais momentos ultrapasse a questão momentânea, e atribua conhecimento às pessoas presentes, descartando o papel delas de mero espectador.

Kako Menezes

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Eaí galera, viajaram comigo? Pois é, para quem é cristão e não pára de lutar, hoje é um dia de parar e refletir sobre o sofrimento que Jesus Cristo passou para nos salvar, pois é, se você não consegue sentir a dimensão do problema, imagine alguém pregando sua mão junto à um pedaço de madeira nada leve. Pois é, ele salvou você e cuida de você. Independente de sua opinião sobre ele.

Para os que não são e não estão nem aí para a Páscoa, pelo menos saúdam o dia 23 de Abril, dia mundial do Escoteiro, dia mundial do livro e dos direitos do autor e o dia do choro (estilo musical). 

Grande abraço e até a próxima sexta!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Ética, Moral e o Brasil!


Ética



O conceito básico de Ética vem do Grego Ethos que significa: modo de ser, caráter e costume. Podendo ser interpretado também levando em conta o ponto de vista grego como a morada do homem, a Ética é tudo aquilo que dá proteção e segurança aos indivíduos, que são os responsáveis pelos acontecimentos da polis (cidade). Ela se origina de leis fundadas nos hábitos que são fruto do caráter particular dos indivíduos. Mas sabemos que existem influências internas e externas que são fatores que possibilitam determinar a conduta do individuo. Já a justiça é formada pelo respeito as leis a da conduta individual de cada pessoa. Mas a boa conduta pode ser fruto de uma educação, fornecendo as regras e ensinamentos morais, orienta juízos e decisões dos homens no seio da comunidade, transmite os valores acerca do bem e do mal, do justo e do injusto e constitui-se como elemento fundamental para a construção da sociabilidade.

A educação se apresenta para manter a base do indivíduo e fazer com que ele seja um homem bom e cidadão exemplar. O direcionamento moral do homem serve de elemento complementar para a construção do cidadão no dimensionamento político. A função do ethos é promover a excelência moral, ou seja, a prática das virtudes.

A ética refere-se ao comportamento do individuo, da ligação entre o que ele deseja e o dever de cumprir uma norma, do que é o bem e de onde vem o mal, do que é correto e de tudo que não é correto, de sua liberdade e da obrigação e necessidade de respeitar o próximo. Ela mostra que tudo o que fazemos têm reflexo na sociedade e que cada homem deve ser livre e responsável por suas ações.


Moral



Moral mostra-se como o conjunto de regras, princípios e valores que determinam a conduta do individuo. Podendo ser instrumento básico para o estabelecimento de um viver em conjunto, sendo elemento fundamental para a edificação do mundo político.

O desenvolvimento moral de uma sociedade, assim como o relacionado ao individuo, não depende somente do interesse coletivo, mas também da vontade de cada um. A moral se modifica de acordo com as sociedades, a história e a cultura.

A moral determina-se como o elemento fundamental para a prática das virtudes e o exercício da cidadania e do respeito aos direitos. É o que condiciona a vida dos valores e da liberdade, responsabilidade, justiça, solidariedade, respeito e entendimento mútuo.

Relação entre Ética & Moral



Apesar de se completarem Ética e Moral se distinguem, pois, a Ética é a reflexão sobre o bem, a justiça, o que é certo e o que é errado. Já a Moral refere-se às nossas ações e condutas perante todos no mundo. A responsabilidade moral pede e necessita que do homem que ele tome decisões de forma livre e autônoma. A Ética é a reflexão do homem e a Moral é como ele age.



Política, Ética e Moral



Encontrei-me absorto ao escrever este post, pois, levei em conta uma reflexão sobre a Ética e a Moral envolvendo a política brasileira ou até mesmo a falta dela, mas refletindo como já havia comentado antes lembrei que Ética é o caráter o modo de ser do homem e a Moral é o conjunto de regras que estimulam a conduta do mesmo. Levando em consideração estes conceitos básicos a respeito desses fatores fundamentais na formação da personalidade dos homens observando também que Ética e Moral se complementam sendo uma as regras impostas e seguidas e a outra os costumes de uma sociedade, o que dizer do comportamento da maioria dos políticos brasileiros. Falando do reajuste salarial de nossos Senadores e Deputados, levando em conta o reajuste do salário mínimo. O reajuste foi de 62% nos seus próprios salários de 133,96% no valor do vencimento do presidente da República e de 148,63% no salário do vice-presidente e dos ministros de Estado. O aumento salarial provocou um efeito cascata nas assembléias Legislativas dos Estados e nas Câmaras Municipais. E infelizmente quando eu falo de maioria não falo de 60% de corruptos e 40% de honestos, eu falo de 99,9% dos políticos corrompidos e 0,01% de políticos comprometidos com o desenvolvimento da infraestrutura física e intelectual do país e da população. É uma maioria massacrante, nós sabemos, mas voltando ao pensamento sobre à ética e a moral, e como já mencionado de sua importância no comportamento social, e o fato da corrupção já ter se tornado um costume na política brasileira. Quem está faltando com a ética? Nós ou os políticos corruptos?  Todos nós? Ou nenhum de nós?

Se levarmos isso para o lado superficial de Ética e Moral a resposta é obvia e todos responderão a mesma coisa, façam essa reflexão comigo e cheguem às suas próprias conclusões a respeito disso! Mas reflitam também que não são somente os políticos que se corrompem, lembrem-se daquelas pessoas que gostam de dar o “jeitinho brasileiro” e que nos abordam com aquelas famosas indagações: ”você não pode quebrar o meu galho cara?”,“só dessa vez, parceiro”, “me ajuda aí, que eu te ajudo, compadre!”. Com isso, podemos ver que a sociedade brasileira encontra-se em um estado lastimável mas, segundo os conceitos básicos de Ética e Moral, está cumprindo com os mesmos, já que isso virou hábito e regra.


Japa Ramos

  

terça-feira, 19 de abril de 2011

Discursando socraticamente no baile dos hipopótamos




Todos os políticos praticam a política? Embora eles vivam dela, ela vive deles (ou seja, ela só pode ser praticada por eles)? Porque se praticar política é promover o bem social, eu não poderia ser um praticante da fulana de tal? Além de “organização do governo”, quais os outros significados de política? Não seria também “projeto feito para algum tipo de mudança social”? Mas o que é projeto? Seria programa planejado para melhora ou alcance de certo objetivo? E o que é mudança social? Seria a mudança de hábitos? A mudança de costumes? A mudança do que se entende por ordem? A mudança do que se entende por sistema? Ou mudanças mais simples de algumas coisas que ainda não permitem a vida tranqüila das pessoas? De que pessoas estamos falando? Estamos falando de todas as pessoas?

Será que vivemos “bem” nossas vidas às custas do “não viver bem” de outras pessoas? Esse pensamento é exageradamente negativo? Ou esse último é que é sinal de acomodação?

A tal mudança do sistema é necessária? Se é necessária, será possível? Já existe o regime político-econômico ideal? O que poderia ser feito pra colocá-lo em prática? Que “armas” se poderia usar? Apenas com mobilização de uma massa revoltada não acomodada (que por sinal, não existe)? Golpes de Estado? Será necessário? Será possível?

Entendendo que uma transformação substancial mesmo só a partir de uma mega-revolução, será que não existem outras maneiras menos complexas de serem botadas em prática? Ou será que esse pensamento já faz de mim parte do grupo internacional de acomodados? A quebra da tal acomodação significa acreditar e estimular a mudança profunda de consciência da população?

Mas o que realmente precisa ser alterado? Somente a integridade dos políticos que estão à frente? Líderes com competência e correção na administração pública seriam o suficiente para alterar o que é preciso? As leis que estão em prática são as melhores possíveis? Aliás, elas estão em prática, mesmo? Há fiscalização séria por parte do Estado? Sabendo que não, o que pode melhorar nesse sentido? De novo: competência e correção? E os cidadãos que fazem as leis? Fazem com que objetivo? Fazem com o objetivo de atender as necessidades da população ou para manter a ordem? Alguns deles também não colocam interesses em jogo?

Hoje em dia, o partido da oposição argumenta contra qualquer proposta do governo. Por quê? Não é pura jogada política? Não há apenas interesses partidários envolvidos na discussão, camuflados pelo “real desejo do povo” ou pela “verdadeira forma de democracia”? Por que a política tem que ser praticada assim, sem impessoalidade, sem profissionalismo? É a população que, em geral, não escolhe os candidatos certos ou esses “candidatos certos” simplesmente não estão à disposição? As pessoas que realmente poderiam ser políticos honestos, profissionais e... políticos se candidatam? Existem pessoas sérias no meio da política? Existem representantes honestos e que trabalham a partir da impessoalidade? Esses podem resolver o que há de errado? Não? Por quê?

O que precisa mudar na cidade, no estado? Segurança pública? Serviço de saúde pública? Transporte coletivo? Trânsito? O cuidado do patrimônio público? O que realmente precisa mudar? Por que será que entra governante, sai governante e algumas coisas simplesmente não melhoram, senão pioram? O que falta pra todos esses problemas estarem “quites”? Por que temos avanços futurísticos em alguns pontos e em outros estamos atrasados? Avanços futurísticos? Que história é essa?

E o desenvolvimento sustentável? É possível? A carta florestal proposta serve? Ela não deve ser discutida? Ela não será discutida? Com o que mais é preciso se preocupar? Não será bom fiscalizar pra ver se o "consenso" está funcionando? Quem vai fiscalizar? Eu? Você? De novo: quem vai fiscalizar? Existem responsáveis só para isso? É o Legislativo? São os próprios interessados? Mais uma vez: quem vai fiscalizar? 

Todos nós temos que praticar política? Como podemos fazê-lo? 



Eu, hein... Só sei que nada sei!

Marvin Bessa

terça-feira, 12 de abril de 2011

Antipop total

O que é política?



Aos onze anos de idade, quando não tinha o que fazer (ou seja, quase sempre) gostava de acessar bate-papos online e ficar teclando (que termo fresco) com umas tais de “Htinha”, “Spidergirl”, “Melaozuda” etc.

Mas certa vez, como já disse que nunca bati muito bem da cabeça, tive uma idéia que julgava genial: me passar por uma dessas “gatas cibernéticas” e marcar um encontro com um cara qualquer. Era uma espécie de trote. Idéia pensada, idéia realizada. No mesmo dia, me registrei como “Shell, a filha da Concha” e me descrevi de forma impublicável neste blog de cunho muito mais sério do que minhas tramóias de criança. Aviso logo aos navegantes: se você tem pouco menos de trinta anos, é moreno e alto e em 2003 marcou um encontro com a “Shell, a filha da Concha” no Amazonas Shopping e levou um “bolo”, parabéns! Um garotinho de onze anos te zoou legal!

Você sabe quem mais pode te fazer de bobo? Os políticos que não praticam política.

“Cada vez me interessa menos pelo jeito sórdido como é praticada. As suas práticas me parecem tão pouco resultadas na necessidade de ter um programa de atendimento a uma vasta população de um país e tanto um programa de beneficiamento próprio, de engrandecimento próprio, de acumulação de poder ou o que mais seja, que eu tenho cada vez menos interesse, o que não significa que eu não acompanhe e que não tenha opiniões também. Mas de um forma geral, me enoja o seu processo do jeito que a gente acompanha.”

Quando Lulu Santos dava essa resposta a Marília Gabriela em outubro do ano passado, ele falava sobre o quê? Primeira opção: sobre a política; segunda opção: sobre política; ou terceira opção: sobre política?

Chega de superficialidade! Vamos aproveitar a onda de posts sobre temas intocáveis como preconceito, religião e materialismo e falar, como de costume, sobre política. Mas não traremos à tona os assuntos mais comentados das últimas semanas. Não falaremos da inflação, da visita de Dilma à China, do relatório final da PF sobre o mensalão, do apelo da OEA acerca da construção de Belo Monte, das polêmicas do novo Código Florestal... Nada disso! Trataremos dos aspectos cruciais da política.  Da essência que está envolvida em todos esses assuntos. Porque muito se vê pessoas reclamando da vida, dizendo que todos os políticos não prestam, a política não serve pra nada e, portanto, o destino da humanidade é terrível e a vida não presta. Meu Deus! Que conclusões apressadas e drásticas! Que drama é esse? A vida é linda, minha gente!

Não pense você que o segredo da vida é ser romântico, utópico. Não! O segredo da vida é ser otimista, é bem diferente. Muitos acham escapismo na religião, por exemplo, acreditando que a vida boa mesmo é a eterna, em um paraíso. Se você é desses, fique à vontade. Não te contesto. A questão simples aqui é que há como viver sem culpa, sem remorso, sem raiva. E neste mesmo mundo, diga-se de passagem. Acredite que há e você mesmo descobrirá. A graça nisso tudo está exatamente em investigar como pode se viver bem mesmo sendo impossível não se entristecer com os tsunamis no Japão, com as guerras civis no norte da África, com o desemprego de muitos europeus e norte-americanos, com a corrupção no nosso país. Enquanto um deputado ladrão manda sua filha estudar na Europa com dinheiro ilícito, uma velhinha está morrendo no corredor de um hospital sem capacidade de atendimento suficiente. Não há como não se revoltar com isso. E se me disser que se estivesse no lugar do deputado agiria diferente, eu acredito. Sério, eu acredito. Alguns diriam: “O quê? ‘Cê ‘tá de brincadeira? Duvido que não mandaria sua filha para a Europa”. E é esse o problema do ser humano: não acreditar nele mesmo. Não estou dizendo que o importante mesmo é agir como idiotas e acreditar em todo mundo. Pelo contrário, devemos desconfiar. É exatamente essa desconfiança que, com o tempo, mostrará quem realmente merece fé e crédito.

Mas você sabe o que é política? A política na maioria das vezes é entendida como a área onde atuam aqueles que podem promover alguma mudança a nível social, porque recebem poderes pra isso. É, portanto, a organização, o gerenciamento do Estado, do governo. Quem diz que política é toda e qualquer prática de seus representantes nos três poderes está absolutamente errado. Infelizmente! Porque somente assim podemos separar a prática política das outras atitudes de deputados, senadores, governadores etc. Quem dera pudéssemos afirmar que todo ato de político fosse ato político. Entende a questão? Se a regra fosse os integrantes do Estado serem éticos, a história seria totalmente inversa e, provavelmente, nem estaria escrevendo este post, tamanha a clareza do que seria a política na prática.


Apenas a nível de contexto, é importante entendermos rapidamente a origem da política. Etimologicamente, política vem de Aristóteles, ao se referir a toda a organização promovida pela administração da polis, ou Cidade-Estado. Logo, em conceito, política é a mesma desde o início, embora não se restringindo mais às cidades gregas, obviamente. É importante entender uma coisa: nem toda liderança pública era uma entidade política. Hebreus tiveram patriarcas, por exemplo, que não administravam nenhum tipo de máquina estatal. Isso, as vezes, não parece tão óbvio, por isso, ressalto. Mas, a política somente teve sua formalização como tal na Grécia Antiga. Esse modelo de poder de influência já era praticado pelos faraós ou pelos reis dos já citados hebreus.

“Que importância isso tem pra minha vida?” Só vai depender de você. A consciência do que seja política e do que seja Estado me parece suficiente para os eleitores não colocarem nos cargos do Executivo e do Legislativo “camaradas” despreparados ou duvidosamente corretos. Não há coerência no voto em Tiririca, com todo o respeito ao deputado e aos seus eleitores. Ele pode até botar pra quebrar no Congresso, mandar ver, mesmo. Levar adiante bons projetos, boas leis etc. Mas não há coerência o voto em um palhaço, não por ele ser palhaço, mas por não mostrar em momento nenhum da campanha a disposição de deixar de ser palhaço e levar a sério a política. O pior de tudo é o argumento de muitos dos que votaram nele. “Já está tudo uma palhaçada, mesmo! Isso é uma espécie de protesto!” Meu amigo, quer protestar? Então, vote direito, pelo amor de Deus! Também, não há coerência no voto ao deputado que claramente “abençoou” juízes para que lhe garantissem a limpeza do nome e o arquivamento de seus processos. É interessante observar que as pessoas que votam nesses cidadãos, muitas das vezes, são as mais rabugentas. “Esse Brasil não vai pra frente, ‘mermo’!” Vai entender!



O ex-presidente do IBAMA foi demitido porque não liberava a licença para a construção de Belo Monte. O deputado Aldo Rebelo praticamente só viu o lado dos agricultores na autoria do novo Código Florestal (ressaltando que boa parte da comissão que discutiu a carta era formada por “coronéis”). Dilma não tem moral pra discutir direitos humanos com Hu Jintao, quando seu governo impõe desumanamente a divisão de tribos indígenas nas margens do rio Xingu, para a construção de Belo Monte. Generalizando, é assim que a política tem sido praticada ultimamente. O que não significa que será praticada assim pra sempre.

É difícil ser otimista? Não. Também só vai depender de você. Lendo os posts dos Índios por Acaso, por exemplo, você pode se aprofundar na conscientização. Mas não de forma catastrófica e escatológica. Você pode fazer isso de maneira positiva. Leia de novo nossos textos, se revolte com a injustiça e acredite na justiça. Acredite que independentemente dos bugs da sistema capitalista, a vida pode ser mais justa. Não basta acreditar, é verdade. Faça o que você acha que pode promover qualquer tipo de mudança. Se você acha que militando poderá alterar algo, milite. Se acha que orando a Deus pode promover mudanças, ore, pelo amor de Deus! Não se prenda às circunstâncias e não se deixe ser feito de bobo.

Marvin Bessa

segunda-feira, 11 de abril de 2011

As coisas que você possui acabam possuindo você

A frase-título foi dita pelo grande Tyler Durden. Quem é esse? Ah, vocês vão já conhecê-lo. Bom, vamos ao que interessa: o filme de hoje é Clube da Luta, de David Fincher (diretor de A Rede Social, O Curioso Caso de Benjamin Button, Quarto do Pânico, entre outros).


Em tese, Clube da Luta é considerado um filme de drama, mas não se resume somente a isso. Tem uma pitada de comédia e um pouco de ação também. Em resumo, tem os ingredientes que podem gerar um bom filme, a começar pelos atores. O filme conta com nomes como Brad Pitt (Brad Pitt), Edward Norton (O Ilusionista), Helena Bonham Carter (O Discurso do Rei) e Jared Leto (Réquiem Para um Sonho). Quanto às premiações, o filme recebeu uma modesta indicação ao Oscar de Melhor Edição de Efeitos Sonoros, mas quem levou a estatueta foi Matrix.

A história do filme é contada pelo personagem - inicialmente sem nome - de Edward Norton, um homem comum que trabalha em uma companhia de automóveis em viagem e que sofre de insônia. O narrador conta que, quando se sofre de insônia, você nunca consegue dormir ou ficar acordado por completo. É como se você sempre se mantivesse em um meio termo e isso o atormentava. Então, o narrador busca por ajuda médica para receber remédios que  o ajudariam a dormir, mas o médico afirma que ele precisa de um sono "limpo" e recomenda que frequente um grupo de apoio a homens que sofrem de câncer no testículo para que ele saiba o que de fato é sofrimento. Nos grupos de apoio, o narrador consegue "se libertar", consegue chorar e, consequentemente, consegue dormir. Rapidamente, ele se torna viciado a grupos de apoio mesmo não tendo nenhum dos problemas em pauta.


Depois de um tempo frequentando diversos grupos de apoio, o narrador percebe que há outro "farsante" além dele. Marla, Helena Boham Carter, também frequenta alguns grupos de apoio (inclusive o de câncer no testículo) que ele frequenta e a presença dela o deixa incomodado. Ele aceita a sua condição, visto que ele precisa dos grupos para que seja capaz de dormir, mas não entende o motivo de ela também fazer o mesmo. Sendo assim, eles combinam dias da semana diferentes para irem aos grupos de forma que eles não se encontrem.


Um tempo depois, voltando à sua casa após uma viagem de negócios, o narrador encontra seu apartamento destruído por um incêndio. Sem ter a quem recorrer, ele resolve pedir socorro a um vendedor de sabão que ele havia conhecido no avião: Tyler Durden (Brad Pitt). Eles se encontram em um bar e conversam por um bom tempo até que Tyler oferece sua casa para que o narrador passe um tempo, e ele aceita. Ao saírem do bar, Tyler pede que o narrador o bata o mais forte que puder, mas o narrador não vê motivo para socá-lo. "Quanto você pode saber sobre si mesmo se nunca esteve em uma briga?" foi a frase que o convenceu. A partir daí, a luta virou rotina e foi ganhando proporções cada vez maiores. Em pouco tempo, diversos homens se reuniam para lutar uns com os outros e foi aí que surgiu o "Clube da Luta". Lutar dava ao narrador a tranquilidade de espírito que ele precisava para dormir e, consequentemente, o clube veio por substituir os grupos de apoio que tanto o ajudaram. Marla não cumpriu o esquema prometido pelos dois e frequentou os grupos de apoio nos mesmos dias que o narrador deveria frequentar, mas ele não estava mais indo. Algum tempo depois, Marla o liga em uma chamada de socorro, pois ela havia ingerido uma grande quantidade de pílulas, mas ele se recusa a ir até sua casa ajudá-la. Tyler, no entanto, percebe que o telefone está fora do gancho e resolve ouvir quem está do outro lado da linha. Assim, ele vai até sua casa e os dois terminam por se envolver. Obviamente, o narrador não ficou muito feliz com a situação e, para ficar ainda mais estranho, Tyler havia pedido que o narrador não conversasse sobre ele com Marla.

Enquanto isso, o Clube da Luta ganhava proporções enormes e findou por tornar-se uma organização contra o materialismo e contra o capitalismo de nome "Project Mayhem". O narrador logo se irritou com a falta de informação e participação que tinha sobre a organização e resolveu questionar Tyler, mas este havia sumido, deixando apenas algumas passagens em sua gaveta como vestígio. A morte de um dos membros do Projeto durante uma missão foi o estopim para que o narrador tentasse dar um fim no projeto. Primeiramente, ele resolve achar Tyler a qualquer custo seguindo as pistas deixadas. A partir daí as coisas começam a ficar confusas e contá-las a vocês tiraria o brilho do filme.

Tyler costuma discursar antes e depois das lutas. Eis um de seus discursos:

"Cara, eu vejo no clube da luta os homens mais fortes e inteligentes que já viveram. Vejo todo esse potencial, e vejo-o desperdiçado. Que droga, uma geração inteira enchendo tanques de gasolina, servindo mesas, ou escravos do colarinho branco. Os anúncios nos fazem comprar carros e roupas, trabalhar em empregos que odiamos para comprar as porcarias que não precisamos. Somos uma geração sem peso na história, cara. Sem propósito ou lugar. Nós não temos uma Grande Guerra. Nem uma Grande Depressão. Nossa Grande Guerra é a guerra espiritual... nossa Grande Depressão são nossas vidas. Todos nós fomos criados vendo televisão para acreditar que um dia seríamos milionários, e deuses do cinema, e estrelas do rock. Mas nós não somos. Aos poucos vamos tomando consciência disso. E estamos muito, muito revoltados."

Sinceramente, tem como dizer que tudo dito acima não tem cabimento? Doze anos se passaram desde o lançamento do filme e o que mudou? Ou vai dizer que o mundo não é influenciado pelos anúncios? Vai dizer que hoje nós não somos extremamente materialistas?  Nós criamos e passamos a ideia de que temos que trabalhar cada vez mais para receber mais e consumir mais. Como o próprio diretor do filme disse, "é uma ideia fraudulenta de felicidade". Sim, as coisas que nós possuímos terminam por nos possuir. Não só nos possuir, mas nos definir. Além disso, nós também fomos ensinados e ensinamos a não correr riscos para não sentirmos dor. Viramos espectadores amedrontados demais para fazer de nós protagonistas. Afinal, o que importa é sobreviver, não viver. 

Jess Freitas

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Reflexão de um velho papo fora de lógica

Estava conversando com um amigo esses dias para voltar meu pensamento à problemologia manauara. Para uma construção de textos como os nossos, necessitamos fazer ao menos uma pesquisa, para evitar o anúncio de notícias equivocadas, enganosas. A verdade é que os Índios por Acaso não são um veículo dos meios de comunicação. Se nos aproximarmos de algo do tipo, mudaremos o nome da categoria. Nosso objetivo é ser transparente, é enxergar o que está diante dos nossos olhos sem intermédios que frequentemente aparecem como obstáculo.

O esclarecimento dos problemas que a cidade de Manaus enfrenta será sempre discutido no nosso site. Críticas jogadas ao ar livre, esperando cair em algum ouvido também inspirado em mudanças. Temos problemas já comentados como a urbanização de Manaus desenfreada, desregularizada, atrapalhada. Desde o primeiro post sobre a problemologia,  já detectamos fatos sociais que coincidem com nossas críticas, como o da violência urbana.  O primeiro passo de um crítico assíduo é apontar os erros. Só que estamos saturados de defeitos. Falta alguém apontar as soluções, mais ainda; tentar colocá-las em prática. As avenidas estão repletas de armadilhas, tanto para carros como para pessoas. A iluminação pública é concentrada somente em alguns lugares e a violência pública agora é pública. Peraí, só um minuto.   

Hoje, me apetece falar de um problema pelo qual os estudantes passam. Uma educação contraditória, fora de lógica. A educação pública é eficiente em alguns pontos, lembrando aquele ditado "um em um milhão". As particulares dominam os primeiros lugares nas listas dos vestibulares das Universidades Estaduais e Federais. Pela lógica, os alunos que têm condições de pagar uma escola particular são os que também teriam as mesmas condições de pagar uma Universidade Privada. Já os alunos da rede de ensino público, por causa da precariedade que envolve infra-estrutura, capacitação do corpo docente e falta de planejamento em geral, não conseguem em sua maioria obter uma vaga nas Universidades Públicas, que por serem almejadas por TODOS (escolas públicas e privadas) encontram uma concorrência de peso pela frente. Essa concorrência é altamente preparada e a Universidade GRATUITA é o seu objetivo. Além da questão econômica, há razões intimamente ligadas ao reconhecimento e à valorização de um aprovado universitário nas escolas superiores públicas. Há anos isso é pregado pelos professores de todos os colégios, eles anunciam uma prosperidade prometida, provavelmente bancada por um sistema no futuro, onde o julgamento que prevalece é o do "mais esforçado", o do "federal", ou aquele que conseguiu a vaga concorrida por milhares. Esse prestígio é seguido do pré-conceito de que o resto das ferramentas públicas é mais eficaz que a Universidade privada. Estatisticamente, talvez, mas como eu disse, tudo é relativo. Até essa minha reflexão, pois esses fatos de vestibulares não são ciência exata. Nem todo aluno de escola particular ingressa na Faculdade Pública e vice-versa.

O alvo às vezes não é acertado, as pessoas seguem um estereótipo passado pelas gerações, no entanto, qualificações que se ganham lateralmente a uma instituição são as que caem como ouro no currículo de qualquer um. Porém o estudante é cego, blindado das informações adicionais, alienado. Alô? O mundo é dinâmico e nós manauaras vivemos ilhados. Às vezes me pergunto se a era da informação não chegou aqui. Será que o problema é dinheiro? As tradições às vezes são traiçoeiras, direito, medicina, concurso público, OAB, empresário, pa, pa, pa...                                                                                                                                  

Kako Menezes

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Religião Se Discute!


O que mostrarei aqui é como surgiu o cristianismo e as vertentes que surgiram deste pensamento, e como estão estas vertentes em nosso país nos dias de hoje. Primeiramente vem todo o contexto histórico de um destes citados a cima, após isso darei o meu ponto de vista a respeito do assunto.

Cristianismo

Como quase todos sabem, o Cristianismo teve como base o Judaísmo, doutrina que forneceu a Jesus toda a sua educação religiosa. Antes de sair pregando as Boas Novas, ele aprendeu nas sinagogas todas as tradições judaicas. E tendo como base o Judaísmo, o Cristianismo assumiu várias de suas características e referências, tanto que o Antigo Testamento ainda faz parte da Bíblia Cristã. E um dos mais importantes reflexos desta estreita relação entre as duas vertentes embora as pessoas pouco ligam para isso, é o fato dos dois pensamentos serem crenças monoteístas.

O mais interessante é que não há nenhum registro nos Evangelhos – as únicas fontes que contam a história de Jesus Cristo – de que ele tenha sugerido com atitudes, palavras e pensamentos a criação de uma nova religião. Não parece em momento algum que essa tenha sido a sua real intenção durante a sua passagem entre nós. Jesus foi, de certo modo, uma espécie de reformador do Judaísmo, tanto que primeiramente o Cristianismo manifestou-se como uma relação da continuidade da fé judaica, e também de realização de antítese com isso é que veio se firmar uma nova vertente chamada de Cristã. Cerca de dois séculos depois da partida de Cristo, quando o número de Cristão não Judeus passou a superar o de Cristão Judeus, foi que o Cristianismo rompeu definitivamente com o Judaísmo.

Apesar de não ter sido especulado ou arquitetado por Jesus, pode-se falar que o Cristianismo é legítimo, levando em conta que os primeiros cristãos conviveram diretamente com Jesus Cristo. Os Apóstolos fixaram as bases da Igreja sobre ensinamentos que escutaram do próprio Nazareno.


Catolicismo

O Catolicismo confunde-se com a própria história do Cristianismo, pelo menos até o Grande Cisma do Cristianismo Oriental, a Reforma Protestante que será vista adiante. Durante vários anos o Império Romano tentou lutar contra expansão do Cristianismo ao redor do mundo, pois a fé e a lealdade dos Cristãos em Jesus eram tão grandes que os imperadores viram-se ameaçados pela expansão daquela religião. No início do século IV, Roma percebeu que não poderia mais lutar contra aquela situação, e se viu na posição de aceitar ou eliminar o Cristianismo de uma vez por todas. O imperador Diocleciano até tentou erradicar a religião cristã, mas não conseguiu. Constantino, o imperador romano, então, decidiu tornar-se cristão, tudo isso por questões políticas. Deste modo, o então “Presidente do mundo" era, oficialmente, um seguidor de Jesus. Estava criado o "Império Cristão".

A doutrina Católica é universal e o pilar do Catolicismo, assim como o das outras Igrejas Cristãs é a Bíblia. O principal culto é a missa, cerimônia centrada no ministério da transubstanciação. Segundo um dos dogmas da Igreja Católica, pela consagração, a HÓSTIA e o VINHO oferecidos na eucaristia são transformados no CORPO e no SANGUE de Cristo. Os sete sacramentos são ritos simbólicos mais importantes, pois, através deles, o Cristão é beneficiado espiritualmente. São eles: BATISMO, EUCARISTIA, CRISMA, CONFISSÃO, UNÇÃO DOS ENFERMOS, MATRIMÔNIO e ORDENAÇÃO. O matrimônio é um sacramento opcional, apenas necessário para o homem e a mulher que forem viver juntos. A ordenação também só se refere àqueles que decidirem adotar uma vida eclesiástica, aos quais é proibido o sacramento do matrimônio.

Uma vez edificada a instituição Igreja Católica Apostólica Romana, estava criada também a primeira Igreja cristã, que se dividiria em diversas outras no decorrer dos séculos. Os Católicos reconhecem a autoridade suprema do bispo de Roma – ou seja, do papa. O cargo de líder absoluto da Religião Católica é vitalício e vem sendo transmitido desde os tempos de Jesus. Assim, para a Igreja Católica, o papa é o sucessor de Pedro. Esta crença é um dos pontos de maior divergência entre religiões cristãs, pois a autoridade do papa foi um dos motivos que levaram à grande Reforma e ao Cisma do Oriente.

No início da década de 1990, o número de Católicos no mundo era de 995,8 milhões ( 18.8% da população mundial). Porém, o crescimento de outras religiões vem ameaçando a maioria dos seguidores da Igreja Católica. A espécie de paralisia da qual sofre a Igreja (não só a católica, mas também outras religiões cristãs tradicionais), no sentido de não conseguir atrair novos adeptos e, ainda por cima, perder antigos, tem resultado na criação de várias novas seitas cristãs e não cristãs. Mas as divisões do Cristianismo não vêm de agora, como poderemos ver.


Protestantismo

Protestantismo é uma das três maiores divisões (Catolicismo, Ortodoxa e Protestantismo) do Cristianismo. Este movimento iniciou-se na Europa central no início do século XV como uma reação contra as doutrinas e práticas do catolicismo romano medieval.


As doutrinas das inúmeras denominações protestantes variam, mas muitas incluem a justificação por graça mediante a fé somente, o sacerdócio de todos os crentes, e a Bíblia como a única regra em matéria de fé e ordem. No século XVI, seguidores de Martinho Lutero fundaram igrejas "evangélicas" na Alemanha e Escandinávia. As igrejas reformadas na Suíça e França foram fundadas por João Calvino e também por reformadores radicais como Ulrico Zuínglio. Thomas Cranmer reformou a Igreja da Inglaterra e depois John Knox fundou uma comunhão calvinista radical na Igreja da Escócia.

Os "Reformadores" foram pessoas de vasta cultura teológica e humanista: Calvino estudou em Sorbonne e seu pai era bispo, Lutero era monge, professor universitário da Bíblia, Zuínglio era sacerdote e humanista. De acordo com o programa dos humanistas, eles buscaram nas fontes da antiguidade cristã as bases para uma renovação religiosa. Lendo as Sagradas Escrituras e retornando aos "pais da Igreja", descobriram uma nova visão da fé e uma doutrina bíblica Cristocêntrica. O protestantismo assumiu três formas básicas: a luterana, a reformada (calvinista) e a anglicana. O protestantismo não possui organização centralizadora, porém suas igrejas estão organizadas em igrejas nacionais e em concílios internacionais tais como a Aliança Mundial de Igrejas Reformadas e a Federação Luterana Mundial.


Catolicismo e Protestantismo

As diferenças entre a doutrina católica e a doutrina da maioria dos grupos protestantes é bastante grande. Superficialmente, as suas divergências mais significativas falam a respeito do papel da oração e das indulgências, à comunhão dos santos, à doutrina do pecado original e da graça, à predestinação, à necessidade e natureza da penitência, e ao modo de obter a salvação, com os protestantes a defenderem que a salvação só se atinge através da fé, em detrimento da crença católica de que a fé deve ser expressa também através das boas obras.
Há também diferenças importantes na doutrina da Eucaristia e dos outros sacramento (os protestantes só professam o Batismo e a Eucaristia, que são para eles meros sinais que estimulam a fé), na existência do Purgatório, no culto de veneração à Virgem Maria e aos santos, na forma de interpretação (com os protestantes a defenderem a interpretação pessoal ou livre-exame das Sagradas Escrituras) e na composição do Cânone das Escrituras, no papel da Tradição Oral, na própria natureza, autoridade, administração, hierarquia e função da Igreja, incluindo o papel da Igreja na salvação,  no sacerdócio, e também na autoridade e missão do Papa.
Contudo, visto que entre as denominações protestantes há diferenças consideráveis, de alguns setores do Anglicanismo, aproximam-se do catolicismo, autointitulando como anglo-católicos. A pouco mais de 10 anos, o dialogo ecumênico moderno levou finalmente a alguns consensos sobre a doutrina da justificação entre os católicos e os luteranos, através da Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação(1999). Além disso, esse diálogo trouxe também vários consensos sobre outras questões doutrinárias importantes, nomeadamente entre os católicos e anglicanos.
O que mostrei neste texto, foram as divergências entre as religiões cristãs. Algo que eu particularmente não consigo compreender, se o Deus é o mesmo e se temos o mesmo propósito, para quê temos que ficar brigando? Não é uma igreja ou uma religião que nos salvará, é a nossa fé e ações em pro do bem e de Deus, a religião veio para direcionar as pessoas para o caminho dele, mas apenas para direcionar, a única verdade absoluta é Deus e o único vínculo real com ele é a nossa fé e a Bíblia, e mesmo assim escrita por homens!


 Japa Ramos