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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Se não for, não vai

Pede pra sair, Novais! Pede pra sair!

Dilma perdeu cinco ministros em oito meses. Depois de Antônio Palocci (na Casa Civil), Wagner Rossi (na Agricultura), Nelson Jobim (na Defesa), Pedro Novais (no Turismo) e o pobrezinho Alfredo Nascimento (nos Transportes), os que continuam no Governo ficam que nem os atores da Record: se perguntando qual o próximo a ficar desempregado!          

O último desses casos foi o de Pedro Novais, que tem histórico de desvio de recursos maior que o de programas da Bruna Surfistinha e o de gols perdidos pelo Deivid do Flamengo juntos, pra você ter uma ideia. Além do último caso, em que pagava uma funcionária particular com dinheiro da secretaria parlamentar, Novais sustentava suas festinhas com “amigas” a custo da Câmara dos Deputados. Mas é um cidadão tão cara-de-pau, que dá até pra imaginar o discurso da próxima campanha: “se for eleito, lutarei por medidas de segurança... das minhas noites com Hillary a “Popozuda”, pra que ninguém fique sabendo. Batalharei também pela educação... dos meus netos que vão estudar na Europa graças ao seu bolso...” Ter Pedro Novais como ministro de Estado faz tanto sentido quanto ter axé no Rock in Rio!

E também faz sentido alguns acharem que as demissões não são tão ousadas, por serem em maioria (4 de 5) de outros partidos. Só Palocci é do PT. Mas, ei, a governabilidade de Rousseff fica em risco. Talvez tanto quanto a integridade física do marmanjo que julgar Anderson Silva pela voz.  

Apesar de tudo isso, lembre da declaração de Dilma, tempo atrás, de que não está fazendo faxina contra a corrupção. Se ela, com quatro justas demissões, não é faxineira, Lula é comparável àqueles "moleques-capetas" que sujam a casa toda e dizem que não sabiam de nada. “Mamãe, posso fazer cocô na casa do Dirceuzinho? Não, peraí... Eu é que vou chamar ele pra fazer caca aqui, tá bom?"

“Faxina é contra a pobreza” disse Dilma. Assim esperamos. É por isso que ela está hoje em Manaus para assinar o Plano Brasil Sem Miséria. 

Não nos esqueçamos de que, dentre todas as presidentas da história do Brasil, Dilma é sem dúvida  nenhuma a melhor delas. E mais: dentre todos os chefes de Estado do nosso país, ela é certamente... uma deles!


Marvin Bessa

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Eu, meu amigo haitiano e o cosmopolitismo (Parte 1)


Oito horas da manhã e eu chego pelas redondezas do Amazonas Shopping. Desinformado, descubro que o centro comercial só inicia suas atividades às dez horas da manhã.  O sol castiga minha perna esquerda e o velho banco castiga minha coluna. Sozinho, com uma apostila de concursos na mão, dou pinta de nerd e, para os cultos, intelectual.

Com o passar do tempo, as pessoas vão chegando e se aproximando da entrada, observo se há velhinhas ou grávidas para “cavalheirar”, mas desisto imediatamente ao pensar que ficaria duas horas como um poste derretendo.

Percebo que alguns rapazes exploram no nível de decibéis ao conversar e logo me incomodo. Tento ler a página, mas a desconcentração me consome, fazendo-me ler o mesmo parágrafo dez vezes para entender o que está escrito. Fecho a apostila. Vejo que ela estava sendo discretamente espionada pelo rapaz que sentara ao meu lado, que me cumprimenta cordialmente: Bom dia! Com licença! - No meu balançar craniano lento dando sinal de positivo, revelo o cansaço crônico de ser um amazonense. Logo vejo ao meu lado uma das polêmicas discussões atuais, de barzinhos a universidades: um Haitiano em Manaus.

Embasado no meu modelo mental construído como uma coletânea dividida por diversas opiniões ultranacionalistas, hipócritas e raramente cosmopolitas, fizera eu uma pergunta "tolerância zero": Você é Haitiano?

Continua...
Kako Menezes

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* Parabéns Equipe IPA, parabéns leitor! Este é o nosso post número 80.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Xaparral Effect

Bush: "I'm sorry for the crap i left to you!"


O pior aluno de História da história

“Tá tudo bem, tudo tranqüilo. Aliás, tranqüilo até demais. Você pode, eu posso, todo mundo aqui pode quase tudo. Você quer uma casa? Sem problemas. Não precisa nem ter dinheiro pra isso, tá bom? Qualquer coisa, é só falar comigo. Meu nome é Lehman Brothers. Um abraço!”

Dá até pra confiar num discurso desses, né não? Pois é, esse é o problema. Citamos aqui, na primeira parte de nossa viajem pela Terra das Oportunidades Perdidas, que Obama já começou seu governo com uma batata que vinha assando desde o último ano de Bush na Casa Branca. A atual dívida dos Estados Unidos (que coloca Bará e seu Projeto Reeleição na parede) tem, evidentemente, sua origem na crise de 2008. Isso diz respeito a todos nós porque põe em questão não apenas a competência de um governante ou uma vertente político-econômica. Muito mais do que isso, põe em questão um estilo de vida. E estilo de vida esse de que nós, brasileiros, somos aderentes. Não temos as “vantagens” de crédito oferecidas pelos planos Subprime, mas temos em nosso cotidiano o consumismo – prova disso são os inúmeros brasileiros comprando, comprando e comprando nos próprios EUA.

Porém, existe algo que podemos fazer para não repetirmos os erros dos yankees: podemos ser sábios. Porque se o burro segue no erro e o inteligente erra pra depois aprender, o sábio, por observar os outros, aprende sem precisar errar. George W. Bush não aprendeu isso, quer ver?

Já que o assunto é sabedoria, lembremos que é o que só faltou a muitos comandantes dos Uniteds. Mas um, em especial, exagerou na burrice: o já citado Little George. O homem dentre os mais odiados do mundo (empatado apenas com Osama Bin Laden, Silvio Berlusconi, Lex Luthor e Tomás, do Restart) parece ter faltado à aula de História sobre a crise financeira de 1929. 


Sabe Deus onde enfiaram essa “mão invisível”!

Nesse ano, o crash da Bolsa de Nova Iorque provou que não existia joça nenhuma de “mão invisível” para conduzir o mercado. Os EUA tinham, até então, o maior impulso econômico que um país poderia ter recebido (que, na história, só perde para o atual da China). Óbvio que era resultado da sobrevivência norte-americana à Primeira Guerra Mundial. Seu comércio e, consequentemente, sua produção aumentavam monstruosamente. Até em função disso, dado um momento de manjado o ciclo, preços diminuíram drasticamente para que compensassem com mais vendas os “excessos de produção”. Paralelo a isso, as ações também despencaram, claro. E justamente elas, que eram promessa de futuro próspero e substancialmente lucrativo. O resto você já sabe: demissões, falências etc. Bush não aprendeu isso.

Tudo isso quer dizer que a especulação driblou previsões de uns e consentimentos da maioria, amigos leitores. Em ambas as épocas!  Bush não aprendeu isso. 


As novas aventuras de Bará

Recai a quem? Ao atual presidente, que propôs ultimamente dois projetos interessantes. O Buffet Rule, com impostos a 0,3% da população americana, a elite da elite (ou se preferir, a representação máxima da desigualdade social). E outro com redução de impostos a pequenos e médios empresários que contratarem. Vai soar como discurso moralista, mas pequenos gestos como esses (hehe) é que tentam tornar a economia um pouco melhor. Bush não aprendeu isso.

Contudo, não podemos nos esquecer de que é necessário aprovação do Congresso, o que diminui as chances do presidente democrata de ter sucesso. De qualquer forma, aos poucos, a direção já é diferente da guiada pelo pior aluno de história da Universidade de Yale. 

Fora que ainda há o maior corte de orçamento da história dos Estados Unidos, de 4 tri, anunciado ontem por  Obama. O que inclui os abandonados gastos das guerras no Iraque e no Afeganistão. Adivinha? Bush não aprendeu isso. 


Bush não aprendeu isso

“Não se preocupe. Compre à vontade, investidor. O mercado não para de crescer, o mundo inteiro compra de nós. Essas ações no futuro valerão muito mais. Aqui você pode! Quando quiser ter mais, estarei aqui, ok? Eu sou o mercado da ‘mão invisível’. Muito prazer!”

Muito parecidos os discursos, não? Pois é, Bush também não aprendeu isso.



Marvin Bessa