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segunda-feira, 4 de abril de 2011

“O mundo precisa de vocês”

A frase-título acima foi dita por Bill Clinton no 2º Fórum Mundial de Sustentabilidade, no dia 26 de Março, aqui mesmo em Manaus. “Hoje não é segunda? Não é dia de filmes?”. Sim. Vocês logo verão que tudo está relacionado. Ah! E, como não houve post segunda-feira passada, hoje será em dose dupla.


Como vocês já podem perceber, Avatar foi um dos filmes escolhidos para hoje. O grande filme de ficção científica dirigido por James Cameron foi indicado a 9 Oscars, dos quais pôde levar o de Melhor Fotografia, Melhores Efeitos Visuais e Melhor Direção de Arte. Convenhamos, mais que merecidos.

Vamos às formalidades da casa. Segue abaixo uma sinopse

Jake Sully (Sam Worthington) ficou paraplégico após um combate na Terra. Ele é selecionado para participar do programa Avatar em substituição ao seu irmão gêmeo, falecido. Jake viaja a Pandora, uma lua extraterrestre, onde encontra diversas e estranhas formas de vida. O local é também o lar dos Na'Vi, seres humanóides que, apesar de primitivos, possuem maior capacidade física que os humanos. Os Na'Vi têm três metros de altura, pele azulada e vivem em paz com a natureza de Pandora. Os humanos desejam explorar a lua, de forma a encontrar metais valiosos, o que faz com que os Na'Vi aperfeiçoem suas habilidades guerreiras. Como são incapazes de respirar o ar de Pandora, os humanos criam seres híbridos chamados de Avatar. Eles são controlados por seres humanos, através de uma tecnologia que permite que seus pensamentos sejam aplicados no corpo do Avatar. Desta forma Jake pode novamente voltar à ativa, com seu Avatar percorrendo as florestas de Pandora e liderando soldados. Até conhecer Neytiri (Zoe Saldana), uma feroz Na'Vi que conhece acidentalmente e que serve de tutora para sua ambientação na civilização alienígena.

Bom, vamos aos fatos que não foram explicitados na sinopse ou no trailer. Primeiro, a história acontece no ano de 2154. Segundo, o metal valioso em questão é o Unobtainium, cujo quilo vale cerca de 20 milhões de dólares. Quantia suficiente pra deixar qualquer ambicioso com os olhos a brilhar, não? Terceiro, o irmão gêmeo de Jake era um cientista, ou seja, o interesse dele por Pandora era meramente científico. Quarto, Jake fora escolhido pra substituir seu irmão meramente por similaridade genética, pois Jake não sabia sequer um milímetro do que ele estava por lidar. 


Pandora, lar dos Na’Vis, é rica em unobtainium, sendo a “Casa da Árvore” (onde o clã Omaticaya vive) o ponto principal de concentração do metal valioso. Parker Selfridge (Giovanni Ribisi), chefe da operação de busca pelo metal, não irá descansar enquanto não colocar as mãos na Casa da Árvore, nem que, para isso, tenha que matar todos os Na’Vis que lá vivem. A tarefa em si não é tão fácil, já que Pandora conta com uma ajuda extra: a Dra. Grace Augustine (Sigourney Weaver). Foram ela e seus pesquisadores que criaram o Programa Avatar, híbridos humano-Na'vi geneticamente modificados. O tal programa fora criado por conta da impossibilidade de vida humana na superfície de Pandora, visto que a atmosfera é rica em dióxido de carbono, metano e amônia. Em seus anos de pesquisa, a Dra. Grace criou um grande sentimento de admiração pelos seres azuis e fará de tudo para protegê-los. Além disso, os Na’Vis veneram e vivem em perfeita harmonia com a natureza, o que faz com que boa parte dos humanos pense que eles são primitivos. Lembram-nos bastante dos índios que por aqui vivem/viveram.

Sem mais delongas, apresento-lhes o segundo filme em pauta desta segunda-feira: Wall-E.



O aclamado filme da Disney Pixar foi o vencedor do Oscar de Melhor Filme de Animação do ano de 2009. Novamente, mais que merecido.


Após entulhar a Terra de lixo e poluir a atmosfera com gases tóxicos, a humanidade deixou o planeta e passou a viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs sendo deixados para limpar o planeta. Wall-E é o último destes robôs, que se mantém em funcionamento graças ao auto-conserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus, e colecionar objetos curiosos que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso, Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada.

Sinceramente, nem o trailer ou as sinopses fazem jus ao filme. Isso porque a animação é muito mais do que a história de um robô que se apaixona por uma robô. É, basicamente, sobre o  poder de destruição que nós podemos causar à Terra e a nós mesmos. 





O filme já inicia com uma sequência de imagens da Terra coberta por lixo e sem nenhum vestígio de vida humana ou vegetal. Wall-E (Waste Allocation Load Lifter - Earth class) é o único "sobrevivente" de uma série de robôs cujo trabalho era limpar a Terra em 5 anos, mas a missão se tornou impossível devido as condições em que a Terra se encontrava e pela falta de manutenção dos robôs. O longo tempo solitário deu ao único Wall-E sobrevivente algumas características humanas e habilidades, como a de realizar sua própria manutenção.

Tudo começa quando o presidente da BNL, Buy n Large, declara emergência global por conta de todo o lixo que encobre a Terra. Imediatamente, é criado um plano de "salvação": os humanos serão mandados para uma espécie de cruzeiro executivo no espaço por 5 anos para que os robôs possam fazer a limpeza no nosso planeta. Cerca de 700 anos já se passaram e a Terra continua coberta por lixo e existe apenas um responsável por limpar um planeta inteiro.



Como forma de apuração de sustentabilidade de vida, são enviados à Terra vários EVE's (Extraterrestrial Vegetation Evaluator) em busca de qualquer exemplar de vegetal vivo. Wall-E é agraciado pela companhia de uma EVE (Eva, em português) e logo desenvolve sentimentos um tanto humanos pela robô, mas isso não vem ao caso.

Os dois filmes funcionam como um perfeito exemplo quando apresentado juntos. De certa forma, até podem ser considerados como um "antes" e "depois", apesar de serem distintos na forma de destruição. A questão é: até quando ficaremos acomodados vendo o nosso planeta ir por água abaixo? Por que não defender o que há de mais natural no nosso mundo como os "primitivos" Na'Vis? Não precisa sequer se basear em pensamentos utópicos. Costumo dizer que de pouco em pouco nós alcançamos os objetivos, então, não custa nada começar como passos de bebê. Nem que seja somente o hábito de não jogar lixo na rua. Tenho quase certeza que todos nós tememos pelo futuro de nossos filhos e netos. Que atire a primeira pedra quem nunca pensou em que condições se encontrará a Terra habitada por nossas futuras famílias. O mundo precisa de vocês!". Sim, o mundo precisa de nós. O mundo precisa da nossa Amazônia preservada.

Termino o post com outra citação de Bill Clinton no Fórum de Sustentabilidade: "Os políticos geralmente só querem saber o que é pra fazer e quanto custa. É muito fácil superar a crise energética construindo uma hidrelétrica ou uma usina nuclear. Mas a real eficiência é aquela que procura alternativas boas a longo prazo e para todos, e isso dá mais trabalho".

Jess Freitas

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