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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Spacepeacemakers


Há quem acredite que sempre alguém tem que ser prejudicado para que outro se beneficie. Não sei se podemos generalizar (aliás, sei sim, não podemos), mas a tese certamente se aplica ao que alguns chamam de “qualidade de vida”. Quero dizer que a “qualidade de vida” de alguns melhora em detrimento da de outros. E nesse sentido, ela é até desproporcional. A “felicidade” de apenas uma madame pode custar o estresse de muitos, por exemplo. Mas o ponto onde quero chegar é muito mais abrangente, fala de países e populações inteiras.

Nesse fim de semana, aconteceu a reunião da Commonwealth, a Comunidade Britânica, que teve na sua pauta a discussão sobre os problemas que pequenos países têm por causa da instabilidade climática, que provoca secas longas, por um lado, e enchentes, por outro. Essa instabilidade é fato decorrente, claro, do aquecimento global. A indignada observação de Tuilaepa Malielegaloi, primeiro-ministro de Samoa, é que países menores são os que menos poluem a atmosfera, mas são os mais prejudicados, devido à falta de estrutura de todos e à localização da maioria. É evidente que isso não se restringe aos países pequenos sob a Coroa Inglesa, mas trata de todas as outras nações nanicas. Segundo o líder samoano, essa é uma questão de direitos humanos. Ele tem toda razão!

A representação britânica que aproxima as causas dessas nações menores aos governos mundiais deve vestir a camisa (de juta e malva) sem migué. O intermédio com os Estados Unidos e com a China é crucial, afinal são eles os maiores poluidores, sendo que os xing-ling já afirmaram que só cumprem acordo ambiental se os americanos fizerem o mesmo. A questão econômica mais uma vez vem à frente da preservação do meio ambiente! Enquanto Obama fará qualquer coisa que o mantenha na Casa Branca até 2016, o governo chinês fará o que for necessário para manter o maior crescimento. Por aqui, fazemos nossa parte e aguardamos a conferência de mudança climática da ONU em 28 de novembro.



Sugestão sustentável do dia: troque os saquinhos plásticos do banheiro e da cozinha por sacolas de folha de bananeira ou folhas grandes de jornal. Não custa nada. E não vem dizer que é mais feio ou sei lá o quê. Deixa de frescura e ajuda o teu planeta.

Marvin Bessa 

sábado, 29 de outubro de 2011

Eu, meu amigo haitiano e o cosmopolitismo (Parte 2)

O que ele tem de tão diferente em sua essência que nos distancia?

Sim! - respondeu o estrangeiro, sorrindo como alguém que não absorve o calor e o humor de Manaus. Ao detectar o português imaturo de meu companheiro, perguntei quantos idiomas falava. Conversamos então mais de uma hora em espanhol, o que lhe provocou uma alegria provavelmente desencadeada pela minha atenção extra e incomum por aqui. Você é daqui? - indagou o Haitiano. Sí! - respondi em espanhol mostrando impaciência com seu português insistente e enrolado.

Ele revelara que no caminho da vinda para Manaus, tinha parado no Equador por 6 meses onde aprendeu a língua espanhola. Relatou que ele e seu grupo enfrentaram o frio forte do Equador e só depois vieram para Tabatinga. 

No momento, ele estava ali nas redondezas borbulhantes de Manaus para uma reunião no Shopping Center. Depois de um silêncio entre o brasileiro e o haitiano que conversavam em espanhol, fizera eu uma afirmação sincera, mas polêmica:

- Algumas pessoas aqui são contra a vinda de vocês. 

Com um sorriso desconfiado, ele perguntou inocentemente o porquê.

- Dizem que estão trazendo mais problemas, inclusive podendo ocupar as oportunidades de trabalho que são de amazonenses. - continuei.

Ainda com um olhar de desinformado, ele parecia não acreditar.

- Mas eu discordo sabe, acredito que todos tem a capacidade de disputar sua oportunidade no mercado de trabalho, só depende de cada um se qualificar...

O Haitiano voltou a rir como se tratasse minha informação com tamanho desdém, o que de certa forma me deixou menos constrangido. Ele afirmou que não sabia daquilo e reforçou o esforço e sofrimento pelo qual eles passaram e mostrou que Manaus era a nova chance da vida deles. Lembrou que nem todos que chegaram eram de bom caráter e se revelou bastante grato com o trabalho feito pela Paróquia São Sebastião do Padre Jelmino Costa na chegada de seu grupo.

Entre outros papos que foram de futebol até mulheres, conversamos como antigos amigos e pude perceber que julgar sem conhecer é uma armadilha. A questão humana sempre fala mais alto e isso foi o mais importante que extrai dessa experiência. Por outro lado, entendo que é algo novo para o povo do Amazonas, especialmente para Manaus, mas como alguns dizem que aqui é um lugar acolhedor, só o tempo mostrará. Costumo não me agradar com generalizações, principalmente relacionadas a costumes e opiniões, o que na minha cabeça se classifica como lenda urbana, mas repito, só o tempo mostrará.

A importância dessa história contada em primeira pessoa é para aproximar eu, você e o haitiano, e mostrar que algumas das citações contadas ao Haitiano foram passadas por pessoas respeitadas e de muito bagagem e conhecimento, mas que do meu ponto de vista se diminuíram por perderem o cuidado na comparação entre a terra e o homem. Afinal, cantamos uma música na direção de uma bandeira, beijamos um tecido verde e amarelo, juramos amor à pátria, um amor que de tão endeusado parece programado e planejado; fazemos tudo isso às vezes por questões de protocolo e ordem mas pensamos duas vezes em estender a mão a um ser humano por ser estrangeiro? O que ele tem de tão diferente em sua essência que nos distancia? Cultura, religião e idioma? Cor da pele? Por que temos um nacionalismo tão exagerado? Divisões e demarcações? Desigualdade social por questões abstratas? VOCÊ JÁ PAROU PARA PENSAR NISSO? 

Kako Menezes




sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fina estampa a custo de insensatos corações



A mudança de postura do governo brasileiro a nível internacional, principalmente no que diz respeito à participação do país no FMI, é clara, aliás, claríssima. Antes países europeus injetavam quantidades exorbitantes de dinheiro no Fundo para ajudar a economia brasileira, na década de 90 e no início da última (sem contar com a época da ditadura). Nesse exato momento, o contrário acontece! Nosso país participou há algum tempo com 10 bilhões de dólares na arrecadação que visava a ajudar os países ainda em crise! Grécia, Portugal, Espanha e Itália são alguns deles. Observação: os quatro concederam “em outra vida” alguns montes de sua moeda como providência a deficitários, incluindo nossa Pereirã... digo, nosso Brasilzão!!!

Mas peraí, falando em Pereirão, nosso país se parece muito mesmo com a personagem de Lília Cabral, levando em conta as drásticas reviravoltas que aconteceram em ambas as vidas. A situação hoje é oposta a ponto de Dilma falar em aumentar a quantia “aplicada” no Fundo Monetário Internacional. Antes, éramos a jardineira da Mansão Branca e do Salão Europeu e, de quebra, engraxávamos o sapato italiano que o japonês calçava. Agora, somos a milionária!

Mas pra variar, existe mais um dilema rondando nossa política, levantado pela oposição: a presidenta põe em prática o tal aumento pra ajudar a economia mundial, o que mais tarde será, sem dúvida, bom pra a nossa, ou usa esses recursos pra investir na educação, na segurança, na saúde etc.? “Tanta gente pobre precisando de sustento básico no nosso país e a presidenta querendo dar dinheiro para os ricos? Não eram vocês que investiam na população brasileira já que o retorno é ciclicamente imediato, com mais gente saindo das camadas baixas da sociedade?”

O questionamento sobre o acréscimo nessa ajuda que já era considerável ainda é válido, com certeza!

Vem pra cá, Dilma, vem pra cá... E aí...? Você topannn ou não topannnn?


Marvin Bessa

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os conservadores estão morrendo (Parte 3)

Religiosos versus Gays



A polêmica da homossexualidade é tão profunda porque diz respeito à moral do ser humano. A gigantesca maioria dos que não concordam é religiosa, que acredita no padrão de vida cristão (ou de outra doutrina), ou seja, tem alguns princípios básicos como absolutos e universais, por representarem a vontade de Deus.

A ideia desses, como bem sabemos, é a de que devemos viver conforme o desígnio divino. Pra tudo que se faz, se tem ou se é, há uma forma ideal. As coisas existem sob um objetivo e tudo o que se desvia dele é considerado imoral. Obviamente, a sexualidade está aí no meio.

Embora a possibilidade homossexual seja provavelmente mais presente no mundo pós-período Clássico da Grécia Antiga, é no Levítico, de Moisés, que encontramos a alusão bíblica ao sexo com o mesmo sexo. Desse mesmo lado, é compreensível o argumento do pastor Silas Malafaia de que o ataque não é contra o gay, mas contra a prática homossexual, porém lutar contra a opção íntima de milhares de pessoas me parece uma causa insustentável.

Nas palavras de outro cristão contemporâneo, “se Deus criou o homem com fisiologia X e a mulher com a Y, é porque foi um feito para o outro. E o ser humano, limitado à sua pequenez mental, que vai querer discordar do plano do Senhor em função de uma falha na sua socialização primária?” A conclusão que tiro é de que religiosos com tal postura vêem pessoas não-seguidoras dos seus preceitos como ignorantes e imaturos na fé, o que se acentua pela presunção da verdade, embutida no discurso de Cristo, e pelo conceito de santidade, bastante elaborado durante toda a obra paulina. Quer dizer, “quem não conhece ‘a verdade’ ou é pecador está inocentemente se dirigindo ao caminho largo que finda no camburão onde se despejará a ira vindoura.”

Sendo assim, Ricky Martin que prepare sua roupa de bombeiro!

CQC: Casamento gay

Marvin Bessa

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ipismo, a arte de montar carros nacionais

Ministros Pimentel, da Indústria, Mântega, da Fazenda e Mercadante, da Tecnologia


Existe uma discussão interessantíssima no meio econômico brasileiro acerca do aumento do IPI (imposto sobre produtos industrializados) de automóveis estrangeiros. É melhor aumentá-lo para estimular o mercado nacional ou é melhor não fazer isso estimulando a concorrência entre produções nacionais e internacionais?

O STF analisou, no último dia 20, a Ação Direta de Inconstitucionalidade do decreto 7567 pedida pelo Democratas e a aprovou, com base no artigo 150, inciso III, da Constituição, prorrogando assim para 15 de dezembro a possibilidade de aplicação dos 37% prometidos pelo ministro Guido Mântega. Os defensores da causa se sustentavam pelo direito do tributado de não ser surpreendido por impostos repentinos, segundo o texto constitucional. Olha que direito interessante você tem como contribuinte!

O problema de tudo isso são os automóveis que já foram adquiridos desde o dia 15 de agosto com a consideração da porcentagem em questão. O que não vai faltar é gente pedindo dinheiro de volta das importadoras nas próximas semanas!

Enfim, para Mântega a medida é um sucesso. Diz ele que cerca de 5 bilhões de dólares já estão sendo investidos na produção nacional. O ministro só está se esquecendo das reclamações americanas, coreanas e japonesas frente à OMC e de alguns investidores estrangeiros que estão retirando seu capital desta produção para as de outros países (até um tanto estupidamente, levando em conta o crescimento do poder de consumo brasileiro). Como o governo não "pôde" baixar o tanto que deveria os juros que tornam esses produtos mais caros, o que seria bem menos burocrático, avante à indústria automobilística brasileira em detrimento do liberalismo total!


* São considerados nacionais automóveis com pelo menos 65% de fabricação nacional.

Marvin Bessa

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Bla bla bla



Não pense você que nos esquecemos do aniversário da cidade. Parabéns a Manaus pelos 342 anos! Poderíamos até ter aproveitado o rótulo de manauaras esclarecidos para aparecer um pouco mais. Mas é exatamente a ressaca pós-festa que me faz escrever sobre a nossa capital apenas um dia depois. É bom pra deixar o “ufanismo municipal” de lado um pouquinho só. O risco de ser antipatizado é o mesmo, mas como há quem entenda a causa da incessante crítica dos Índios por Acaso, a nossa chance maior é de receber aprovação (espero).

Nossa cidade merece muito mais que uma “super-ponte” para Iranduba e muito mais que sediar quatro ou cinco jogos da Copa. Manaus não precisa estar pronta para receber uma Copa do Mundo em 2014, mas precisa “ser” pronta para acomodar seus moradores, sejam paraenses, haitianos, coreanos ou peruanos (e até mesmo a minoria, manauara) e, por fim, receber gente pra qualquer evento em qualquer época (e que venha o Rock in Rio Negro 2021).

O problema é que quase tudo no Brasil tem mania de boi de carro mineiro: se não tiver alguém com ferrão pra cutucar, não anda. Dá pra notar como algumas cidades do interior paulista, por exemplo, precisam de um CQC pressionando pra ajeitar certos problemas. Me parece bem razoável também dizer que se não fossem denúncias de uma tal de Veja, alguns ministros da Dilma continuariam abrindo seus “Caixas Dois”. Essa é a questão, entende? Quanta coisa deixa de andar como deve, se não tiver ao menos uma pessoa incomodada e disposta a botar a boca no trombone (e que não ganha nada por isso, diga-se de passagem)?

Manaus não foge disso. O trânsito, por exemplo, dispensa comentários em quase toda a cidade. A necessidade de ajustes drásticos nas nossas ruas só não é mais clara nessa vida que a falta de noção do Rafinha Bastos!!! Minha desconfiança, que sempre se limitou à crítica, agora tange o pessimismo quando me pergunto se o Omar faria o anel viário que promete (do Distrito Industrial ao Eduardo Gomes) caso Belém fosse sede da Copa e não nós.

E preciso lembrar que temos uma passagem caríssima que faz um ganhador de salário mínimo gastar, agora, ¼ da sua renda com transporte?

Fora outros problemas (que serão assunto num próximo post) sobre os quais você já está cansado de ouvir e reclamar.

Temos inúmeras maravilhas na nossa terra, sem dúvida, e exatamente para não deixar que elas sejam ofuscadas pelas “pendências” do povo e para o povo manauara, que existem meios de questionar “isso que está aí” como este blog. 

Marvin Bessa

sábado, 22 de outubro de 2011

A linha tênue

Se vocês utilizaram o Facebook nos últimos dias, vocês com certeza viram uma imagem comparando o Rafinha Bastos ao Maluf. Se não viu, verá agora.

Primeiro, o comentário causador de toda a polêmica:

O que ocorreu foi o seguinte: a piadinha infeliz do comediante rendeu uma briga.  Mexer com quem tem dinheiro rende, no mínimo, em um processo. No caso dele, dois. Um por danos morais e outro por injúria. O segundo pode ainda levá-lo à cadeia por até três anos. Entendido isso, vamos a tal da imagem:


“BRASIL: País onde os humoristas são levados a sério, mas os políticos são levados na brincadeira”. É até engraçado ler isso em uma imagem editada para defender um humorista, não? Seriedade suficiente para algo que é conceituado como “uma brincadeira”.

É muito importante frisar que um erro não justifica o outro. Jamais poderia. Nossa política é imunda desde a época do cabresto! Todos sabem. Agora, imaginem se todos começassem a usar as pilantragens da nossa política como desculpa para qualquer “brincadeira de mau gosto”. Imaginem se todos os humoristas começassem a falar qualquer baboseira que viesse em suas cabeças sem pensar nas conseqüências. E nem me venham falar de liberdade de expressão. Não se trata de liberdade de expressão, trata-se de falta de respeito. A liberdade de expressão acaba a partir do momento que você ofende terceiros.

E essa não foi a primeira vez que o Sr. Humor-Ácido fez uma “piada de mau gosto”:

Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra c******. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço.”

Piada tem limite, sim. Não queria chegar ao ponto de falar “E se fosse com você?”, mas fica a dica.

Obs.: Percebam que nossa geração se tornou tão acomodada que um simples "Curtir" e "Compartilhar" no Facebook "ajuda" em um "prostesto".

Jess Freitas

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A pasta de Orlando e a cabeça de Muammar


Independentemente de qualquer coisa, mesmo que Orlando Silva seja corrupto e culpado de todas as acusações de desvios e propinas, é importantíssimo lembrar a personalidade que a presidenta Dilma Rousseff apresenta a cada vez que é testada durante todo esse primeiro ano de mandato, talvez um dos três mais movimentados politicamente que a República Democrática já teve*. Que que tem a ver uma coisa com a outra? Dilma será a nova representante do governo no Congresso para a discussão da Copa em lei.

Ela pode ter tido a ajuda de Lula para escolher seus ministros, mas certamente não conta com seus conselhos para tratar com eles. Definitivamente, ela tem personalidade. Ponto. Se isso basta para se fazer um resto de mandato bom é outra história.
              
Enfim, o fato é que o ministro de esporte, mesmo que continue no cargo, o que é muito difícil, não tem mais o poder e até certa autonomia que lhe eram conferidos desde o governo do “companheiro”.

Friso que as acusações vêm de efeito dominó. Da mesma forma, por exemplo, que começaram a se rebelar os anti-Khadafi por inspiração da onda de manifestações populares contra as ditaduras tunisiana e egípcia. Entenda a comparação: cinco ministros foram derrubados até agora. Existe melhor momento do que esse para tirar a pasta, que é uma das mais importantes dos próximos anos, das mãos do PC do B? Não estou insinuando absolutamente nada, apenas trata-se de uma teoria de conspiração plausível. No caso dos rebeldes líbios, deu certo. 




* O primeiro da democracia (1985) e o primeiro de Collor, pelo confisco, estão no páreo. 95, 99, 2003 e 2007 não têm nada demais. Minha opinião...

Marvin Bessa

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Os conservadores estão morrendo (Parte 2)

A crescente aceitação e a suposta normalidade


Imagine a seguinte situação: você chega em casa e sua filha ou irmã mais nova está assistindo, como sempre, a algum programinha adolescente na TV. Normal, sem problemas. Você fala com ela e tudo o mais até que percebe uma cena um tanto diferente na tela. Lá, um rapazinho afeminado conta para a sua melhor amiga que está a fim de um tal de Fernando Augusto. Que reação teria a menina na sua sala? Um: “Hã? QUE QUE É ISSO, MEU DEUS?!”; ou dois: “Aaaaaaai, que fofooooooo!”? 

O estranhamento à nova era em que entra gradativamente a sexualidade mundial não pode ser entendido como preconceito. Pelo amor de Deus, não estou dizendo que todo mundo será gay no futuro, mas apenas que a tendência é haver cada vez mais compreensão com eles. Se a garota disse “Hã? Que que é isso meu Deus?” ela não pode ser culpada por isso, claro. A possibilidade homossexual é nova na cultura (pelo menos pra maioria) e a aceitação dessa novidade não é adquirida tão facilmente, inclusive pela resistência que existe por parte de quem não entende tudo isso como normal.

E aqui entramos na questão da "normalidade". O que é ser normal? Existe um padrão social? Bom, existe. Ainda prevalece, por exemplo, aquele que é branco. Prevalece também aquele que é bonito. E por que não dizer que prevalece aquele que é hétero? Essa ideia de superioridade existe, não há como negar. Mas será que ela é correta? Particularmente, não acredito nisso.

Claro que a barreira com discriminados existe em função de choques culturais, mas quando a discussão entra no campo da moral passa a ofender quem quer que seja o alvo dessa exclusão. Será esse o eterno limite à tal aceitação? Esse será o tema de terça-feira que vem. Até lá!

Agora É Tarde - Passou na TV Parada Gay

Marvin Bessa

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Fundamentalista é a mãe... ou vice-versa



Diversidade cultural e distúrbio psicológico são as únicas coisas que explicam (embora não justifiquem) um grupo de pessoas se organizarem política e militarmente para deter inúmeros habitantes de uma terra que supostamente lhe pertence. Falo isso por pura prática de eufemismo. Sabemos muito bem que a regra é matar, mesmo.

Bom, a paz não deveria estar sob condição da troca de interesses. E muito menos interesses religiosos! Na verdade, não dá nem pra identificar se a camuflagem é religiosa para fins políticos ou vice-versa. De qualquer forma, estou de acordo com os que julgam como “mal-aventurados” os fundamentalistas. Estes já deveriam ter ido para o saco! Eles é que são capazes de criar grupos terrorist... digo, partidos políticos extremistas.

O fundamentalismo é irracional. Sua filosofia é infundada e suas “proezas” são louvadas apenas por ignorantes. E olha que não falo só de muçulmanos. Existem muitos fundamentalistas cristãos. Quantos são os “crentes em Deus” que ousam dar ouvidos à sugestão de Simão Pedro sobre a Igreja “estar pronta para responder a qualquer que perguntar a razão da sua fé”? Quem sabe você é fundamentalista e nem sabe disso? Pessoas não costumam se perguntar por que acreditam no que acreditam, ou em quem acreditam.

Hamas, Fatah e Israel brigam por território, Al Qaeda quer acabar com o Ocidente e a guerra de homens parece então fazer a justiça de Alá. O cara não é deus? Então por que sujar as mãos de sangue? Tô começando a achar que na verdade o homem é o animal mais irracional: tem a inteligência e usa pra sua própria desgraça. Continuemos aqui sorrindo pra vida e ela há de nos mostrar como usar a sabedoria!


Comédia MTV - Israel versus Palestina

Marvin Bessa

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Os conservadores estão morrendo (Parte 1)

Vibe de amor



Existe uma discussão que não vai desaparecer tão cedo nem da mídia, nem das rodas de papo-cabeça e nem desse blog: quem é melhor, Claudinha ou Ivete? XD

Brincadeirinha. O debate que hoje recomeça é sobre discriminação de gays (e a melhor é a Daniela Mercury!).


Porque, definitivamente, estamos no momento mais cor-de-rosa da história! Agora, o rock é tocado por bandas coloridas ou sentimentalistas. Agora, há redes sociais para as pessoas gritarem desesperadamente para o resto do mundo suas carências afetivas e fisiológicas travestidas de apaixonites irracionais e exporem, sem medo de ser infeliz, a fragilidade de sua psique. Agora, a popularidade descobriu que sua verdadeira mãe é a compreensão. E a tradicional moralidade já não tem necessária participação na formação de boa parte das famílias. Como bom respeitador do que chamo de “micro-culturas”, posso dizer: não há nada de muito errado nisso!

Mas com toda essa vibe de amor, será que héteros tratam os que se descobriram (não optaram ser, mas descobriram ser) homossexuais de forma igual? Alguns dias atrás mesmo, ouvi uma pessoa dizer “sabe fulaninho? Ele não é normal assim como a gente, sabe, ele é gay”. Como assim, gays são anormais agora? São extraterrestres? Por algum acaso, eles desembarcaram de uma nave-mona mega-colorida que solta purpurina e altia Girls Just Wanna Have Fun? Só por causa do novo Sr. Spock? Tenha dó... e mente aberta!
  

Adnet Ao Vivo - Com Jean Wyllys


A conversa tá apenas começando! Quinta-feira a gente continua!

Marvin Bessa

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Deixa de ser mané!



"Olha, não sei você, mas eu já cansei de ver aquelas notícias em telejornal que não vão mudar em nada a minha vida. Você não concorda que já chega de tanta informação desnecessária? Quem vai querer saber da crise na Grécia, não é verdade? Pra que tanta preocupação com as economias da França, da Espanha, de Portugal e da Itália, por exemplo, se estamos no Brasil, no outro lado do Atlântico, não é isso? Não há nada de interessante mesmo em tudo isso, certo?

Fala sério! Só porque o Mântega falou na reunião do G-20 que o Brasil pode ser afetado? Ah, qual é?

Só porque os investidores de fora podem reduzir seus investimentos no mercado e na Bolsa? Tenha dó!

Ou vai dizer que é porque é arriscado viajar pra fora do país com a instabilidade das moedas estrangeiras? Por favor!

Já sei! É porque outras economias emergentes como a China e a Coreia do Sul já foram atingidas? Aff!

Ou é porque se trata de um momento histórico que ensina política fiscal como exemplo pra todo mundo botar defeito? Deixa de ser mané!

Sério, sério: pra que passam isso na TV? Bota na Fazenda, pô!"

Marvin Bessa

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Primeiro eu, depois eu e eu de novo e o "Amor"




Percebi que querer as coisas do nosso jeito é egoísmo demais, temos que deixar as pessoas trilharem o caminho que escolheram. Quando pedimos a Deus e ele não nos atende ou não dá o que esperamos temos que pensar o porquê foi desse jeito!

Talvez o que pedimos afetasse o nosso próximo de uma forma que não poderíamos imaginar o sofrimento dele. Por isso só peço a Deus o que ele tem certeza que eu mereço, porque Deus não “acha” as coisas, ele tem certeza de tudo!!!

Quem acha ou desconfia é o homem, aquele homem que se entrega aos desejos e futilidades do mundo. Aquele que se apega as coisas e é egoísta o suficiente para não pensar nos sentimentos do próximo, ou ainda pior, não se coloca no lugar do outro para tentar imaginar o quanto aquela pessoa iria sofrer com a sua mesquinharia e egoísmo fútil!

E tudo isso sabe por quê?

Porque primeiro vem eu, depois eu e depois eu e mais eu. As pessoas são assim e infelizmente não têm vergonha disso. Elas têm vergonha da verdade, de ajudar um idoso a atravessar a rua, ajudar um cadeirante empurrando ele e têm vergonha até mesmo de dizer:”eu te amo” a seus companheiros! Tudo isso é humilhante, ainda mais a última coisa citada, o “eu te amo” para essas pessoas soa igual a um: “eu estou presa a você ou eu me humilho pra você”, mas na realidade não é isso!

Pra quem ama de verdade é como ganhar asas e sair voando! O amor não é submissão! Se você se sente preso ou submisso a alguém você não está se amando e nem tão pouco amando a outra pessoa. Quem ama de verdade confia de corpo e alma no seu companheiro e se sente livre!

Apenas uma reflexão! Obrigado!

Japa Ramos