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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Nacionalistas x Cosmopolitas


Instigado por uma conversa informal com meu amigo Haitiano, percebi algumas coisas com uma sensibilidade não usual. Passei a pensar mais sobre o ser humano e menos as coisas abstratas que valorizamos ou que na verdade, fomos programados a valorizar.

Tenho que confessar que depois que estudei um pouco sobre o cosmopolitismo e outros temas que abordam sobre relações de poder, transformei meu modelo mental em uma guerra ideológica. Não sou retardado, doido e tento ser o mínimo nerd possível, mas estudar o que a gente não aprendeu em uma cacetada de anos na escola pode ser óbvio para alguns metidos a entendidos e chocantes para os desprovidos de informações, lunáticos ou alienados.

Um dia desses estava eu cantando o hino nacional brasileiro no meio de uma multidão de alunos. Resolvi olhar para as pessoas que se prostravam diante de um pau de madeira com um pano colorido engatado, com todo o respeito: nossa bandeira brasileira.

Nossa!! - pensou você
Que idiota! - falou você
… ou deu uma risadinha de desentendido.

Não quero gerar polêmica, é apenas uma reflexão de valores. Por que e por quem você canta o hino? Você sabe o que significa aquela música? Sabe o que significa as margens plácidas?

Eu acho até um pouco perigoso questionar uma coisa como essa pois é um tiro certeiro no nacionalismo, contudo, é algo a se refletir. Por isso, saliento que não interpretem isso como uma agressão à nossa pátria, que mesmo hipnotizado por novas ideias, continuo firme no pacto do amor a pátria que nos pariu. Inclusive se acontecer uma guerra por aqui, eu... nada, esquece!



A maior razão por estar apresentando tais argumentos é o fato de o nacionalismo ir contra as idéias de um novo entender social: o cosmopolitismo. Por que nós que nascemos no mesmo mundo, não podemos desfrutar da liberdade territorial sem precisar de permissões e carimbos? Por que somos sempre vigiados, catalogados, separados?

“ Um cosmopolita ou cidadão do mundo (do grego κοσμοπολίτης, e este de κόσμος, "mundo", "criação", e πόλις, "cidade") é uma pessoa que deseja transcender a divisão geopolítica que é inerente as cidadanias nacionais dos diferentes Estados e países soberanos. Ao negar-se a aceitar a identidade patriótica ditada pelos governos nacionais e afirmar-se cada cidadão como representante de si mesmo, os cidadãos do mundo afirmam sua independência como cidadãos da Terra, do mundo, ou do cosmo." (Wikipedia)

A idéia é algo sensacional de se pensar diante dos problemas enfrentados no mundo atualmente, principalmente a pobreza e outros tipos de desigualdade social.

Bruno Traven comenta em O Barco da Morte:

Por que usar passaportes? Para que são as restrições migratorias? Por que não deixar que os humanos vão aonde queiram, ao Polo Norte ou ao Polo Sul; a Rússia, a Turquía, aos Estados Unidos ou a Bolivia? Os humanos devem estar controlados. Não podem voar como insetos pelo mundo a que foram lançados sem seu consentimento. Deve controla-los por meio de passaportes, impressões digitais e restrições. Por que razão ? Só para mostrar a onipotência do Estado e dos grandes sagrados servos do Estado, os burocratas.

Agora, para des-impactar o meu suposto antinacionalismo impregnado neste texto, faço questão de mostrar também os contras dessa alternativa. Hoje em dia, é impensável ainda que a globalização junto com a Tim estejam destrinchando as fronteiras e a tecnologia esteja nos aproximando, o fator cultura quebra a balança. Em um mundo tão diversificado em termos de cultura, política e costumes, hoje em dia o cosmopolitismo é algo a ser implantado apenas politicamente, via ONU, com ação coletiva pensada para romper não barreiras, mas sim, miséria, fome e violência.


É um paradoxo interessante. Seria a diversidade de todos os fatores que nos separa mas ao mesmo tempo, dá o brilho misterioso ao ser humano explorador de terras? Ou as questões geográficas e culturais realmente nos afasta e consequentemente também da questão humanitária? Devemos pensar mais nos humanos e menos nos rituais? Mais no concreto e menos no abstrato?


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Seja você um nacionalista ou um cidadão do mundo (cosmopolita), trago essa leitura para observação e reflexão, visto que certas informações não são apresentadas a nós no período da educação fundamental, média e às vezes superior. Dessa maneira, minhas conclusões estão mais próximas de um leigo detector de fragmentações do que uma análise de especialista, portanto, para os curiosos de plantão, seguem links para saber mais sobre Cosmopolitismo que vai muito além do que foi citado aqui.

Kako Menezes

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