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sábado, 22 de outubro de 2011

A linha tênue

Se vocês utilizaram o Facebook nos últimos dias, vocês com certeza viram uma imagem comparando o Rafinha Bastos ao Maluf. Se não viu, verá agora.

Primeiro, o comentário causador de toda a polêmica:

O que ocorreu foi o seguinte: a piadinha infeliz do comediante rendeu uma briga.  Mexer com quem tem dinheiro rende, no mínimo, em um processo. No caso dele, dois. Um por danos morais e outro por injúria. O segundo pode ainda levá-lo à cadeia por até três anos. Entendido isso, vamos a tal da imagem:


“BRASIL: País onde os humoristas são levados a sério, mas os políticos são levados na brincadeira”. É até engraçado ler isso em uma imagem editada para defender um humorista, não? Seriedade suficiente para algo que é conceituado como “uma brincadeira”.

É muito importante frisar que um erro não justifica o outro. Jamais poderia. Nossa política é imunda desde a época do cabresto! Todos sabem. Agora, imaginem se todos começassem a usar as pilantragens da nossa política como desculpa para qualquer “brincadeira de mau gosto”. Imaginem se todos os humoristas começassem a falar qualquer baboseira que viesse em suas cabeças sem pensar nas conseqüências. E nem me venham falar de liberdade de expressão. Não se trata de liberdade de expressão, trata-se de falta de respeito. A liberdade de expressão acaba a partir do momento que você ofende terceiros.

E essa não foi a primeira vez que o Sr. Humor-Ácido fez uma “piada de mau gosto”:

Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra c******. Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço.”

Piada tem limite, sim. Não queria chegar ao ponto de falar “E se fosse com você?”, mas fica a dica.

Obs.: Percebam que nossa geração se tornou tão acomodada que um simples "Curtir" e "Compartilhar" no Facebook "ajuda" em um "prostesto".

Jess Freitas

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