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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os conservadores estão morrendo (Parte 3)

Religiosos versus Gays



A polêmica da homossexualidade é tão profunda porque diz respeito à moral do ser humano. A gigantesca maioria dos que não concordam é religiosa, que acredita no padrão de vida cristão (ou de outra doutrina), ou seja, tem alguns princípios básicos como absolutos e universais, por representarem a vontade de Deus.

A ideia desses, como bem sabemos, é a de que devemos viver conforme o desígnio divino. Pra tudo que se faz, se tem ou se é, há uma forma ideal. As coisas existem sob um objetivo e tudo o que se desvia dele é considerado imoral. Obviamente, a sexualidade está aí no meio.

Embora a possibilidade homossexual seja provavelmente mais presente no mundo pós-período Clássico da Grécia Antiga, é no Levítico, de Moisés, que encontramos a alusão bíblica ao sexo com o mesmo sexo. Desse mesmo lado, é compreensível o argumento do pastor Silas Malafaia de que o ataque não é contra o gay, mas contra a prática homossexual, porém lutar contra a opção íntima de milhares de pessoas me parece uma causa insustentável.

Nas palavras de outro cristão contemporâneo, “se Deus criou o homem com fisiologia X e a mulher com a Y, é porque foi um feito para o outro. E o ser humano, limitado à sua pequenez mental, que vai querer discordar do plano do Senhor em função de uma falha na sua socialização primária?” A conclusão que tiro é de que religiosos com tal postura vêem pessoas não-seguidoras dos seus preceitos como ignorantes e imaturos na fé, o que se acentua pela presunção da verdade, embutida no discurso de Cristo, e pelo conceito de santidade, bastante elaborado durante toda a obra paulina. Quer dizer, “quem não conhece ‘a verdade’ ou é pecador está inocentemente se dirigindo ao caminho largo que finda no camburão onde se despejará a ira vindoura.”

Sendo assim, Ricky Martin que prepare sua roupa de bombeiro!

CQC: Casamento gay

Marvin Bessa

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