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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Egito: Uma Novela Com o Final Feliz!


Um dos assuntos mais debatidos das últimas semanas, a crise no Egito, parecia que ainda não iria ter fim. Após semanas de protestos, o “Presidente” que mais parece um “Ditador” Hosni Mubarak declarou que só sairia do posto de “Presidente” após o termino de seu mandato que terminaria em setembro deste ano de 2011. Declaração que causou alvoroço na oposição e nos manifestantes do movimento, fora Mubarak.
O “Presidente” deu uma pequena engatinhada ao colocar o vice-presidente Omar Suleiman na corda-bamba das negociações com a oposição e passando os poderes presidenciais a ele, mas os manifestantes antigoverno tomavam as ruas e a frente do palácio presidencial. Foram mais de um milhão de pessoas todas insatisfeitas com o discurso de Mubarak.

Discurso:

“Na véspera, Mubarak frustrou os manifestantes que esperavam sua renúncia imediata e confirmou, em discurso na TV, que pretende continuar no governo até setembro, à frente da transição de poder. Ele também disse que iria transferir poderes ao seu vice.

Sameh Shoukr, embaixador do Egito nos EUA, explicou que Mubarak transferiu todos os poderes da presidência para seu vice, mas permanece do chefe de Estado "de jure" (de direito). O embaixador disse que esta versão lhe foi contada pelo próprio Suleiman.

A decisão de Mubarak de ficar durante a transição irritou ainda mais a população local. Milhares de pessoas passaram a noite na praça Tahrir.

Em um discurso de tom patriótico, Mubarak afirmou que a transição no Egito em crise vai ocorrer "dia após dia" até as eleições presidenciais marcadas para setembro. Ele prometeu proteger a Constituição durante todo o processo. Mubarak disse que propôs emendas aos artigos 76, 77, 88, 93 e 189, e cancelou o 179, que dava poderes extras ao governo em caso de combate ao terrorismo. O presidente afirmou que iria transferir poderes a Suleiman, segundo a Constituição, mas não esclareceu quando, até que ponto ou de que maneira isso ocorreria.

Em discurso posterior ao de Mubarak, Suleiman, -que já vinha liderando as negociações com a oposição – se comprometeu a tentar fazer uma transição pacífica de poder e pediu que os manifestantes acampados no Cairo voltem para casa. A transferência de poder ao vice, segundo o ex-general, seria uma demonstração de que as reivindicações dos manifestantes estavam sendo respondidas pelo diálogo, e que as conversas com a oposição levaram a um "consenso preliminar" para resolver a crise.

O presidente também pediu desculpas pela repressão aos protestos de rua dos últimos dias, disse que sentia muito pelas vítimas e prometeu punir os responsáveis. Ele afirmou que compreendia e estava de acordo com as reivindicações dos jovens e também disse que "não aceitaria ordem externas", em uma referência aos constantes pedidos de líderes internacionais pela democratização do país. Mubarak também disse que as mudanças pretendem criar condições para anunciar o fim do estado de emergência, sob o qual governa desde o início, em 1981. Ele já havia prometido acabar com a medida, mas sem estabelecer data. O presidente disse que o Egito permanecerá "acima dos interesses individuais" e que não deixará o país.”

Parte da oposição, que se chama “Irmandade Muçulmana”, elogiou a postura do “Presidente-Ditador” ao transferir seus poderes. Mas para o principal líder oposicionista Muhamed ElBaradei “o Egito vai explodir” e pediu ao Exército para que "salve o país".

Renúncia:

“O presidente do Egito, Hosni Mubarak, renunciou nesta sexta-feira ao cargo, de acordo com o vice-presidente, Omar Suleiman. Os poderes presidenciais vão ser assumidos pelo Conselho das Forças Armadas, liderado pelo ministro da Defesa Mohamed Hussein Tantawi.

Imediatamente após o anúncio de Suleiman, transmitido pela TV estatal, centenas de milhares de manifestantes presentes na Praça Tahrir, no centro do Cairo, explodiram em celebrações. O clima era de "vitória" nos bairros do Cairo. Houve buzinaço, pessoas dançando nas ruas, nas janelas de carros, prédios e casas.

Um dos expoentes da oposição, Mohamed ElBaradei, ex-chefe da Agência Atômica da ONU, disse à BBC que sentiu "alegria e euforia" porque, “após anos de repressão, o Egito finalmente foi libertado e colocou-se no caminho para um país de democracia e justiça social”.”

O que poucos comentam é que a aliança norte-americana no oriente está se quebrando. A primeira nação foi a tunisiana. Agora é a vez da egípcia e da jordaniana. E lembrando que os Estados Unidos financiavam o Exército Egípcio com pouco mais de um milhão de dólares e, agora, pressiona o governo egípcio a encontrar uma solução.

Japa Ramos

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