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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dilma, Dilema. Dilema, Dilma.


Como já citado neste mesmo blog, o Brasil tem inúmeros desafios pela frente e muitos deles devem ser resolvidos já pelo atual governo. Dilma vive um dilema, porque está no comando do Executivo num momento crucial para a economia brasileira e para a consolidação do país como um dos líderes mundiais da economia ecologicamente correta e sustentável. Com certeza ela não quer ficar marcada na história como a presidente que parou o crescimento econômico e muito menos como a que não guinou a sustentabilidade brasileira na hora em que deveria fazê-lo.
Agora, em economia, uma certa queda de produção está acontecendo de fato, embora seja um exagero dizer que o país está se desindustrializando. Sem falar que o crescimento da inflação nesse início de 2011 já era esperado graças ao aumento do poder aquisitivo do brasileiro nos últimos anos. Será preciso muita cautela por parte do governo para tomar as decisões relativas à produção econômica e aos cortes do orçamento que deverão ser feitos.
Em matéria de meio ambiente, o Brasil já assumiu sua posição em relação ao desenvolvimento sustentável. E é diferente da de outros dois países que estão “em desenvolvimento” (China e Índia) e a quem o governo brasileiro se juntou até algum tempo antes da COP 15 se dizendo indiferente ao aquecimento global e não participantes da economia sustentável (“isso não é problema nosso”). Mas a partir desse último evento citado, muitas coisas começaram a mudar e rápido. A começar pela postura da representação de nosso país. Foram tomadas desde pequenas atitudes como chamar a Copa de 2014 de “a Copa Verde” (embora isso não signifique quase nada) até apresentar um ideal pertinente de redução das emissões de gases de efeito estufa (que já virou até lei, mesmo que isso não queira dizer muita coisa nesse território). A verdade é que, nos últimos anos, o desmatamento no país diminuiu muito e se continuarmos com o mesmo índice de tal redução, podemos alcançar uma meta, antes prevista pra daqui a quase dez anos, bem antes disso. Sem falar que nossa política nacional de resíduos sólidos é muito boa, segundo especialistas, e o fim oficial dos lixões está chegando (de novo, aquela coisa, né: lei não significa muita coisa aqui).
Mas é claro que o Brasil ainda não é um paraíso ecológico! Além de um código florestal que acentua os conflitos entre agricultores e ambientalistas, ainda temos um ministério de minas e energia que tem a coragem de dizer que o critério para a decisão confirmativa de construção da usina de Belo Monte foi técnico. Engraçado! Eles falam isso, mas não explicam a decisão de forma técnica. Vai entender! Profissionais no assunto de UFPA, UNB e até da USP não concordam com afirmação do ministro Edison Lobão. Fora que o IBAMA, por conceder a licença para o levantamento dos canteiros, não é confiável.

Índios do Xingu protestam contra a construção de Belo Monte (Foto: G1)
Estudantes, índios e ambientalistas protestam contra Belo Monte em frente ao Congresso
Mas esse é só um dos “ser ou não ser: eis a questão” que vão deitar todas as noites com a presidenta Rousseff (e não vão deixar ela dormir direito). Não podemos nos esquecer do “presentinho que papai do céu nos deu”: o pré-sal. É de extrema importância a descoberta imediata de respostas para as questões sobre como faremos a exploração do bendito petróleo sendo que ainda queremos alcançar os trilhos do desenvolvimento sustentável e diminuir as emissões de GEE. Como Marina Silva cansou de alertar durante a campanha à presidência, precisamos encontrar uma forma de não depender do petróleo (mas que também não dependa de projetos mal feitos como o da usina do rio Xingu!). Provavelmente a ex-senadora tenha razão. Mas é mais um “tópico utópico” acreditar que alguém da parte do governo vai se preocupar com isso agora. Não é negatividade nem frescura, não. Não importa se vou queimar a língua. Tomara que eu esteja errado, mesmo.
Marvin Bessa

Um comentário:

  1. Marcus, isso é muito nerd....
    kkkkkkkkkkkkk
    estou vendo que vou apanhar pra você em argumentações...
    aff
    kkkkkkkk

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