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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Egito Pós-Mubarak e a Economia Mundial


Como observamos, com quase vinte dias de manifestações, o “ditador” Hosni Mubarak renunciou ao seu cargo e levou com ele alguns políticos aliados e, com isso, encerrou o primeiro capítulo da novela e crise egípcia. Agora a aliança militar promete reconstruir o país em todos os aspectos e as relações com Estados Unidos e Israel está se reconstituindo. No dia seguinte, a queda de Mubarak teve um enorme valor simbólico para os egípcios além de marcar uma nova era política,. O Conselho Supremo das Forças Armadas, líderes opositores e até o ativista diretor do Google, Wael Ghonim, pediram para população retornar ao trabalho e reativar a economia egípcia, paralisada por quase vinte dias.

O governo interino vem trabalhando e reiterando suas promessas de que irão de fato devolver o poder do país a uma administração civil democraticamente eleita e respeitadora dos tratados internacionais. Os líderes dos manifestantes, no entanto, apesar de declararem o encerramento dos protestos, pedem agilidade e reuniões semanais para avaliar os progressos da revolução, mas que rapidamente podem se tornar novos protestos.

Enquanto isso, mais dois países do mundo árabe dão sinais de que a revolta deve continuar. Na Argélia, milhares de policiais reprimiram o maior protesto dos últimos dez anos, fazendo quase 400 presos, e no Iêmen, ao menos 3.000 foram às ruas da capital Sanaa exigindo a queda do ditador Ali Abdallah Saleh.

O reflexo na economia mundial da crise no Egito foi influência política deste país no mundo islâmico e sua relevância como mediador entre os países árabes, pois os Estados Unidos e a União Européia fazem com que sua crise interna tenha grande repercussões em escala internacional; “conseqüências que vão desde a crítica à suposta 'posição branda' de Washington e Bruxelas ao governo do Cairo até o aumento dos preços mundiais dos alimentos".

O Egito não é um grande produtor de petróleo e também não tem um grande poder econômico decisivo no mercado global. Mas tem um fator determinante. O fato é que ele controla o Canal de Suez, canal onde passam aproximadamente mais de 40 mil embarcações por ano, transportando o “ouro negro” que vem do Golfo Pérsico. Com toda esta instabilidade do país, há o grande temor que por eventualidade haja uma interrupção no fluxo de petróleo no grande oleoduto Suez - Mediterrâneo que passa pela cidade do Cairo. Com toda essa tensão, o barril do petróleo superou a marca de 103 dólares e a tendência instável para os crentes que as pressões inflacionárias (aumento de preços das mercadorias) já começam a colocar em PERIGO a recuperação financeira.

                                                                                                       Japa Ramos

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