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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Bará


Obama assumiu o governo dos Estados Unidos, como sabemos, com, praticamente, o mundo nas costas. E não seria diferente com qualquer outro que passasse a liderar a maior economia do mundo em meio a uma crise de cadeia internacional. É claro que, em se tratando da “terra das oportunidades”, um desleixo econômico pode afetar vidas até na Casa do Chapéu (onde Judas bateu as botas)! Mas, ao mesmo tempo, Bará foi encoberto de confiança e otimismo em todo o mundo. Pra se ter uma ideia, as canequinhas Yes, We Can só perderam para as máscaras George Devil Bush e para as camisetas F#ck you, Dick Cheney! da grife de Whitehouse (que não é sobrenome de cantora pop, mas parece ter fumado uns baseados nos últimos anos).

“É o primeiro presidente negro da maior potência mundial” já dizia um tiozão na Portillo’s de Chicago em 20 de janeiro de 2009.  Já Paul, o cristão fanático, refutava: “mas será o Benedito? Aposto que no pior momento da crise, esse democrata vai salvar o planeta da desgraça e usar a façanha como argumento de persuasão universal! É o lobo na pele de cordeiro... Estamos vivendo o fim dos tempos... Aceite o Senhor Jesus enquanto há tempo!”

Ai, meu Jesus Cristinho! Mas não deu uma... e nem outra! “Nosso herói” perdeu popularidade internacional ao se demorar em cumprir a palavra com a retirada das tropas americanas do Iraque. Da mesma forma, a aceitação nacional foi pro espaço, acompanhada da queda (em função de aumento de impostos, de preços e de desempregos) nas vendas dos bonequinhos de Woody e Buzz, que por ser Lightyear tem nome que define com precisão a recaída desse amor popular todo: em anos-luz! Ainda mais depois de reforçada a ideia de que Bará é muçulmano... Ishi! Por que alguém acreditaria que Barack HUSSEIN Obama praticava o islamismo? Não consigo imaginar. Ao infinito...

...E mais além ainda! Mesmo tendo brevemente recuperado sua credibilidade, Barack parecia estar caindo. Sabe qual era o tamanho do problema dos Estados Unidos até hoje? O de 14,3 trilhões de dólares (mais de  R$ 22 trilhões)! Esse era o teto da dívida da terra de que Super-Bará prometeu aliviar a dor. Até ontem os americanos temiam o pior. Uma nova recessão e pior ainda do que a herdada por Obama podia ser a iniciada em seu governo. Conclusão: se Obama fosse mesmo o Anticristo, ele seria bem mais objetivo do que acredita Paul!

O dito crédito que Obama retomou momentaneamente foi não apenas pelo crescimento do consumo (que, por sinal, já acabou), mas pelas intervenções fundamentais nos projetos de saúde e educação. E quando digo fundamentais, digo básicas, profundas.

Contudo, os EUA devem à China, ao Reino Unido, ao Japão e ao Brasil, claro (não seria outro o motivo deste post ;D) além de a vários outros países, principalmente exportadores de petróleo. Portanto, um calote seria de muito mau grado, cá pra nós. O Congresso discute há meses o que é melhor: aumentar o teto da dívida (ideia dos democratas) ou reduzir mais ainda o orçamento público (interesse evidente dos republicanos). O governo americano vai precisar dessa espécie de sobra (teto menos dívida concreta) pra poder investir em alguma coisa, tentar injetar ânimo no mercado de trabalho. E é por isso a agonia republicana. É incrível perceber como mesmo em meio a um caos, os deputados e senadores americanos têm a capacidade de colocar interesses partidários e eleitorais em questão. Eu devo ser muito ingênuo pra me espantar com um negócio desses! Não é possível!

Resumo da ópera: política é praticada da mesma forma em qualquer lugar. E é pensando assim que Super-Bará se esgotou politicamente com as casas legislativas federais. Um acordo com corte no orçamento e ampliação do teto acaba de ser aprovado. É o tal do Plano Bipartidário. Será esse o caminho de Obama à reeleição? 

Marvin Bessa


tags: teto da dívida, EUA, Estados Unidos, corte orçamento, Barack Obama, democratas, republicanos, congresso americano 

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