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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Terceira crônica de João



-   Vamos, Thiago! Só mais uma! Só mais uma, cara. Me diz: eu, por acaso, já te decepcionei? Então, se eu digo que a coisa é boa é porque é boa mesmo. Não esquenta cara, é assim mesmo. Isso é a vida. Às vezes a gente ganha, às vezes a gente perde, às vezes a gente gosta, às vezes a gente não gosta. Mas cara, falando sério, prova de novo. Tu vai ver que é bom. Acho que cê não tava acostumado e aí já viu... Mas tu pega o jeito. Uma vez dentro desse esquema, você nunca mais sai. Tô te dizendo.

Momentos como este são quase que decisivos na vida de qualquer pessoa. Sempre as tentações. Seja nas mais diversas formas e gestos. E elas vêm. A decisão que tomamos de rescindir num erro é que separa um sóbrio das reuniões da Alcoólicos Anônimos. Nesse momento, Thiago está contra a parede. Todos os seus amigos fizeram, por que ele não faria? Tentou, tentou, mas falhou, fez besteira e agora lá estava o Lu para incentivá-lo, dando uma nova chance a ele. Era aquilo, ou dava pra trás e era excluso do grupo ou fazia como homens de verdade fariam, encararia essa vida. Estava então decidido: ia entrar de vez nessa vida; ia tentar até deixar todos aqueles “amigos” que riam dele na lama, no mesmo lugar aonde o botaram. Ia entrar, só não sabia como iria sair, mas já estava decidido. Coçou a cabeça, tomou fôlego e olhou bem fundo nos olhos de seu amigo Lu e disse:

-       Tá bom. Vamos lá, então! Mas dessa vez eu vou desligar essa droga de webcam. Ficar falando com você reduz e muito a velocidade da net e isso foi que fez eu perder de você na partida.
-         Como? Se Gunboud é por turno?
-     Você é que é veterano e sabe os bugs do jogo, não eu. Mas enfim, tô querendo aprender mesmo. Agora, vamos batalhar ou não?

JB Cyrino

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