Páginas

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Direito de réplica



Prezado Senhor Leigo,

            Gostaria de informar a vossa senhoria que você acaba de ganhar cordialmente atenção e diálogo perante sua declaração em relação à uma cidade que enfrenta problemas urbanos como outra brasileira qualquer. Primeiro, esclareço que em nenhum momento generalizarei sobre quaisquer características acerca de seu trabalho e sobre a impecável Goiânia, que enfatizo querer conhecer algum dia.
 Meu prezado ensaísta, declaro que minha cidade deveria ser mais verde, deveria ter menos corrupção e, desculpe-me a maior torcida do mundo, até menos flamenguistas, levando em conta que você não entende em nada das torcidas amazonenses ao citar aquilo. Vou tentar me desviar das citações sobre nossa relação com a floresta amazônica, pois você demonstra mais uma vez ser simplesmente leigo sobre o assunto, uma vez que nossos dados sobre preservação são os melhores do Brasil, tendo quase 100% de floresta intacta.
Meu prezado publicitário, é provável que seja perda de tempo esta réplica, visto que não cabe a nós darmos satisfações em nome de uma cidade histórica de 341 anos que não pode em hipótese alguma ser comparada, muito menos nossos preciosos peixes, com a nova Goiânia, que se desenvolveu a partir de um plano urbanístico e que é mais nova que muitos vovôs manauaras.
Meu prezado jornalista. Espanta-me também o fato de você se surpreender com problemas sociais que não são exclusivamente de nossa região. Acessando a internet, você pode conferir outras regiões que possuem o mesmo problema e que provavelmente também envergonham o Brasil. Prostituição e exploração trabalhista acontecem no Brasil inteiro. Acorde, meu senhor! Acorde!
Meu prezado escritor, somos racistas ou você anda perguntando demais por aí? Já consigo imaginar o que você perguntou sobre índios, será aquela visão característica centralizadora de pessoas que, por deficiência de cultura e de experiência, gostam de questionar estereótipos divulgados pela mídia sudestina?                                       
Espero ter lhe ajudado com algumas instruções e fatos culturais. Me desculpe qualquer ofensa, mas isso tudo atiçou um sentimento regionalista gostoso de argumentar; serviu também para identificarmos que ainda existe um problema no jornalismo brasileiro, que precisa ser cada vez mais fundamentado, embasado em pesquisas e menos caseiro, preguiçoso, reducionista, polêmico.
Nessa harmonia de fortes emoções, quero pedir perdão à minha cidade, que tanto odiei nos últimos meses onde os problemas parecem aumentar cada vez mais no trânsito e na violência urbana. Estou feliz que sediaremos a Copa de 2014 aqui.
Ah! Estamos de braços abertos para as pessoas de Goiânia que quiserem prestigiar a seleção brasileira na magnífica Arena da Amazônia.
Quantos aos paraenses... Outro dia a gente fala disso.

              

Atenciosamente,



Índios por acaso.


Kako Menezes
tag: jornalista fala mal de Manaus, Goiás, Goiânia



2 comentários:

  1. Olá, faz algum tempo que não venho aqui, e pra minha surpresa está tudo bem diferente. Não sei o que se passou ou a quem é essa resposta (post. Enfim, esse ainda é um dos meus blogs favoritos, vocês estão de parabens!

    ResponderExcluir
  2. Olá Pedro, é com muita alegria que agradecemos seu apoio!

    Um abraço!

    EQUIPE IPA

    ResponderExcluir