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sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Banalização da Memória

Atualmente, percebemos na realização de eventos de qualquer caráter, a grande quantidade de máquinas fotográficas digitais. De todas as cores, marcas, qualidades; uma tecnologia incrementada periodicamente. O poder dos mega pixels já conquistou você. Mas não estou permitido intelectualmente para abordar tal tema tecnicamente. A minha percepção abre portas para minha reflexão. Como sempre, sobre os valores.

            Então, há cerca de dez anos atrás, o que eu não considero muito tempo, usávamos máquinas mais simples, cujo filme fotográfico depois de totalmente utilizado, colocávamos para o processo de revelação de fotos, eram etapas chatas, demoradas, e do ponto de vista tecnológico contemporâneo, extremamente ultrapassado. A Máquina Digital nos deu a oportunidade de capturar imagens impressionantes, filmar em alta definição, cores vivas e etc. Ademais, demandamos outra funcionalidade ao obter esse produto: a oportunidade de capturar várias fotos! Por que tanta ênfase para uma função óbvia? Porque é esta função que é o coração da tecnologia digital, ela que diferencia dentre tantas outras vantagens, apresentando uma disparidade inquestionável.

Oriundo desta inovação, existe uma banalidade. Antigamente, ao "tirar uma foto" (ou retrato, segundo nossas avós), valorizávamos aquele momento, registrávamos como um acontecimento a ser guardado para sempre, materializávamos a memória. Sim e daí? E daí nada, É ISSO AÍ.


Cabe a todos refletir e interpretar tal comparação. Mas eu vou esclarecer mais um pouco. Nada melhor que exemplos. Outro dia estava em um casamento e diante de um cenário repleto de harmonia, cuja percepção é mais apurada aos olhares femininos, todavia tenho tal sensibilidade que não afasta minha masculinidade incontestável (qualquer dúvidas, vide minha amada), percebi a presença inconveniente de flashes intermináveis, que sob o consentimento dos "contrayentes", ou seja: os noivos, espalham com cliques, possibilidades de obtenção de imagens ideais. Consegui contabilizar a ação de mais de cinco fotógrafos para uma mesma foto. Um ato desnecessário e exagerado em minha opinião, que atrapalha a celebração, irrita pessoas com  a percepção como a minha e de um ponto de vista religioso, não é compatível com o momento, visto que prezam por silêncio, reflexão e entendimento da situação.


E esse tipo de situação não se limita a casamentos, mas já presenciei outros momentos religiosos que "cobertos" por esse grupo de profissionais não pude obter a minha fotografia mental, que em minha opinião, é a mais valiosa: a máquina fotográfica chamada memória, ela registrará tal momento, reagirá com as emoções humanas e tem um HD que se conservado sob boas temperaturas, é infinito. Somente conseguimos obter imagens por cabeça própria sem a presença das máquinas escangalhadas e insaciáveis.

Não podemos perder a essência desses eventos, não podemos desvalorizar o significado que ela nos traz. Não podemos deixar os registros sob a custódia de tais objetos. Não peço a extinção de tal profissão, que sim, tem espaço nesses eventos por serem qualificados e preparados, mas apelo pela conscientização das pessoas que demandam desse trabalho, pois sem o aval dessas, é impossível a consideração e o equilíbrio para que a harmonia percebida em tais momentos ultrapasse a questão momentânea, e atribua conhecimento às pessoas presentes, descartando o papel delas de mero espectador.

Kako Menezes

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Eaí galera, viajaram comigo? Pois é, para quem é cristão e não pára de lutar, hoje é um dia de parar e refletir sobre o sofrimento que Jesus Cristo passou para nos salvar, pois é, se você não consegue sentir a dimensão do problema, imagine alguém pregando sua mão junto à um pedaço de madeira nada leve. Pois é, ele salvou você e cuida de você. Independente de sua opinião sobre ele.

Para os que não são e não estão nem aí para a Páscoa, pelo menos saúdam o dia 23 de Abril, dia mundial do Escoteiro, dia mundial do livro e dos direitos do autor e o dia do choro (estilo musical). 

Grande abraço e até a próxima sexta!

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