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terça-feira, 19 de abril de 2011

Discursando socraticamente no baile dos hipopótamos




Todos os políticos praticam a política? Embora eles vivam dela, ela vive deles (ou seja, ela só pode ser praticada por eles)? Porque se praticar política é promover o bem social, eu não poderia ser um praticante da fulana de tal? Além de “organização do governo”, quais os outros significados de política? Não seria também “projeto feito para algum tipo de mudança social”? Mas o que é projeto? Seria programa planejado para melhora ou alcance de certo objetivo? E o que é mudança social? Seria a mudança de hábitos? A mudança de costumes? A mudança do que se entende por ordem? A mudança do que se entende por sistema? Ou mudanças mais simples de algumas coisas que ainda não permitem a vida tranqüila das pessoas? De que pessoas estamos falando? Estamos falando de todas as pessoas?

Será que vivemos “bem” nossas vidas às custas do “não viver bem” de outras pessoas? Esse pensamento é exageradamente negativo? Ou esse último é que é sinal de acomodação?

A tal mudança do sistema é necessária? Se é necessária, será possível? Já existe o regime político-econômico ideal? O que poderia ser feito pra colocá-lo em prática? Que “armas” se poderia usar? Apenas com mobilização de uma massa revoltada não acomodada (que por sinal, não existe)? Golpes de Estado? Será necessário? Será possível?

Entendendo que uma transformação substancial mesmo só a partir de uma mega-revolução, será que não existem outras maneiras menos complexas de serem botadas em prática? Ou será que esse pensamento já faz de mim parte do grupo internacional de acomodados? A quebra da tal acomodação significa acreditar e estimular a mudança profunda de consciência da população?

Mas o que realmente precisa ser alterado? Somente a integridade dos políticos que estão à frente? Líderes com competência e correção na administração pública seriam o suficiente para alterar o que é preciso? As leis que estão em prática são as melhores possíveis? Aliás, elas estão em prática, mesmo? Há fiscalização séria por parte do Estado? Sabendo que não, o que pode melhorar nesse sentido? De novo: competência e correção? E os cidadãos que fazem as leis? Fazem com que objetivo? Fazem com o objetivo de atender as necessidades da população ou para manter a ordem? Alguns deles também não colocam interesses em jogo?

Hoje em dia, o partido da oposição argumenta contra qualquer proposta do governo. Por quê? Não é pura jogada política? Não há apenas interesses partidários envolvidos na discussão, camuflados pelo “real desejo do povo” ou pela “verdadeira forma de democracia”? Por que a política tem que ser praticada assim, sem impessoalidade, sem profissionalismo? É a população que, em geral, não escolhe os candidatos certos ou esses “candidatos certos” simplesmente não estão à disposição? As pessoas que realmente poderiam ser políticos honestos, profissionais e... políticos se candidatam? Existem pessoas sérias no meio da política? Existem representantes honestos e que trabalham a partir da impessoalidade? Esses podem resolver o que há de errado? Não? Por quê?

O que precisa mudar na cidade, no estado? Segurança pública? Serviço de saúde pública? Transporte coletivo? Trânsito? O cuidado do patrimônio público? O que realmente precisa mudar? Por que será que entra governante, sai governante e algumas coisas simplesmente não melhoram, senão pioram? O que falta pra todos esses problemas estarem “quites”? Por que temos avanços futurísticos em alguns pontos e em outros estamos atrasados? Avanços futurísticos? Que história é essa?

E o desenvolvimento sustentável? É possível? A carta florestal proposta serve? Ela não deve ser discutida? Ela não será discutida? Com o que mais é preciso se preocupar? Não será bom fiscalizar pra ver se o "consenso" está funcionando? Quem vai fiscalizar? Eu? Você? De novo: quem vai fiscalizar? Existem responsáveis só para isso? É o Legislativo? São os próprios interessados? Mais uma vez: quem vai fiscalizar? 

Todos nós temos que praticar política? Como podemos fazê-lo? 



Eu, hein... Só sei que nada sei!

Marvin Bessa

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