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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Xaparral Effect

Bush: "I'm sorry for the crap i left to you!"


O pior aluno de História da história

“Tá tudo bem, tudo tranqüilo. Aliás, tranqüilo até demais. Você pode, eu posso, todo mundo aqui pode quase tudo. Você quer uma casa? Sem problemas. Não precisa nem ter dinheiro pra isso, tá bom? Qualquer coisa, é só falar comigo. Meu nome é Lehman Brothers. Um abraço!”

Dá até pra confiar num discurso desses, né não? Pois é, esse é o problema. Citamos aqui, na primeira parte de nossa viajem pela Terra das Oportunidades Perdidas, que Obama já começou seu governo com uma batata que vinha assando desde o último ano de Bush na Casa Branca. A atual dívida dos Estados Unidos (que coloca Bará e seu Projeto Reeleição na parede) tem, evidentemente, sua origem na crise de 2008. Isso diz respeito a todos nós porque põe em questão não apenas a competência de um governante ou uma vertente político-econômica. Muito mais do que isso, põe em questão um estilo de vida. E estilo de vida esse de que nós, brasileiros, somos aderentes. Não temos as “vantagens” de crédito oferecidas pelos planos Subprime, mas temos em nosso cotidiano o consumismo – prova disso são os inúmeros brasileiros comprando, comprando e comprando nos próprios EUA.

Porém, existe algo que podemos fazer para não repetirmos os erros dos yankees: podemos ser sábios. Porque se o burro segue no erro e o inteligente erra pra depois aprender, o sábio, por observar os outros, aprende sem precisar errar. George W. Bush não aprendeu isso, quer ver?

Já que o assunto é sabedoria, lembremos que é o que só faltou a muitos comandantes dos Uniteds. Mas um, em especial, exagerou na burrice: o já citado Little George. O homem dentre os mais odiados do mundo (empatado apenas com Osama Bin Laden, Silvio Berlusconi, Lex Luthor e Tomás, do Restart) parece ter faltado à aula de História sobre a crise financeira de 1929. 


Sabe Deus onde enfiaram essa “mão invisível”!

Nesse ano, o crash da Bolsa de Nova Iorque provou que não existia joça nenhuma de “mão invisível” para conduzir o mercado. Os EUA tinham, até então, o maior impulso econômico que um país poderia ter recebido (que, na história, só perde para o atual da China). Óbvio que era resultado da sobrevivência norte-americana à Primeira Guerra Mundial. Seu comércio e, consequentemente, sua produção aumentavam monstruosamente. Até em função disso, dado um momento de manjado o ciclo, preços diminuíram drasticamente para que compensassem com mais vendas os “excessos de produção”. Paralelo a isso, as ações também despencaram, claro. E justamente elas, que eram promessa de futuro próspero e substancialmente lucrativo. O resto você já sabe: demissões, falências etc. Bush não aprendeu isso.

Tudo isso quer dizer que a especulação driblou previsões de uns e consentimentos da maioria, amigos leitores. Em ambas as épocas!  Bush não aprendeu isso. 


As novas aventuras de Bará

Recai a quem? Ao atual presidente, que propôs ultimamente dois projetos interessantes. O Buffet Rule, com impostos a 0,3% da população americana, a elite da elite (ou se preferir, a representação máxima da desigualdade social). E outro com redução de impostos a pequenos e médios empresários que contratarem. Vai soar como discurso moralista, mas pequenos gestos como esses (hehe) é que tentam tornar a economia um pouco melhor. Bush não aprendeu isso.

Contudo, não podemos nos esquecer de que é necessário aprovação do Congresso, o que diminui as chances do presidente democrata de ter sucesso. De qualquer forma, aos poucos, a direção já é diferente da guiada pelo pior aluno de história da Universidade de Yale. 

Fora que ainda há o maior corte de orçamento da história dos Estados Unidos, de 4 tri, anunciado ontem por  Obama. O que inclui os abandonados gastos das guerras no Iraque e no Afeganistão. Adivinha? Bush não aprendeu isso. 


Bush não aprendeu isso

“Não se preocupe. Compre à vontade, investidor. O mercado não para de crescer, o mundo inteiro compra de nós. Essas ações no futuro valerão muito mais. Aqui você pode! Quando quiser ter mais, estarei aqui, ok? Eu sou o mercado da ‘mão invisível’. Muito prazer!”

Muito parecidos os discursos, não? Pois é, Bush também não aprendeu isso.



Marvin Bessa

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